A informação é o novo petróleo na era da informação e da transformação digital e, com isso, entender o atual estado da internet em 2018 e seus principais números é fundamental para o desenvolvimento de qualquer negócio.

A partir de diversos dados público, é possível identificar oportunidades e riscos para empresas dos mais variados setores, tendo um papel fundamental na tomada de decisões estratégicas de negócio.

Nosso objetivo aqui é criar um benchmarking que possa ser utilizado em sua empresa para identificar quais são as informações mais relevantes, hoje, para o seu negócio. Prepare-se!

O estado da internet em 2018

Atualmente, o mundo conta com cerca de mais de 7,6 bilhões de pessoas, segundo dados da ONU — Organização das Nações Unidas. Até 2050, a entidade presume que a população mundial ultrapasse os 9,3 bilhões de habitantes.

Em um estudo realizado anualmente pela Kleiner Perkins Caufield & Byers, empresa de análise de riscos americana, e que foi conduzido por Mary Meeker em sua 23ª edição, o número de usuários da internet já atingiu metade da população mundial.

Ou seja, são cerca de 3,8 bilhões de pessoas conectadas todos os dias à internet e consumidoras em potencial de seus produtos, serviços e conteúdos online.

Com base no mesmo estudo, em 2009, apenas 25% da população mundial tinha acesso à internet. Hoje, 7 anos depois, esse número dobrou. Isso mostra o potencial de crescimento que a web ainda tem e os novos mercados que ela pode atingir.

O estudo desenvolvido por Mary Meeker será a principal fonte de dados deste post, sendo assim, todos os números apresentados aqui, foram retirados dessa pesquisa e você pode visitar o estudo para verificar muito mais informações.

Queda nas vendas de smartphones

Ao cruzar dados de diversas fontes, os pesquisadores visualizaram uma tendência de diminuição do número de vendas de smartphones, porém, o tempo gasto conectado por meio de dispositivos móveis aumentou.

Enquanto que as vendas de smartphones aumentaram cerca de 2% em 2016, em 2017 não houve aumento nas vendas, sendo que o crescimento foi estagnado.

Isso pode ser entendido como uma pequena saturação do mercado, uma vez que, nos dias atuais, a maioria das pessoas já conta com um smartphone e não faz sentido comprar um novo todo ano, uma vez que são equipamentos bem avançados.

Todavia, não pode ser visto como uma diminuição do mercado mobile, que continua em pleno aquecimento e o desenvolvimento de aplicações para dos dispositivos móveis é um mercado em alta.

Aumento do tempo gasto online

Indo na contramão desses números, o tempo gasto online com a utilização de dispositivos móveis aumentou. Um adulto médio, hoje, passa cerca de 5.9 horas conectado, das quais 3.3 é por meio de um smartphone.

Já em desktops e notebooks os usuários ficam cerca de 2.1 horas conectados. As outras 0.6 são distribuídas por outros eletrônicos. Com o aumento do uso de gadgets e objetos de IoT (Internet das Coisas) esse número ficará maior no futuro.

O número de horas online teve um pequeno crescimento se comparado com a pesquisa anterior. Em 2016, os usuários dispensaram cerca de 5.6 horas por dia na internet, representando um aumento de 4%.

Diminuição do crescimento dos usuários de internet

O número de usuários continua crescendo, mas o seu ritmo vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Em 2017, tivemos um crescimento de 7%, que pode ser considerado alto se verificado sozinho.

Contudo, em 2016, o aumento do número de usuários conectados na internet ficou em 12%. Essa diminuição da quantidade de novos usuários na rede pode ser entendido com a dificuldade de alguns países em melhorar sua infraestrutura.

Com a falta de incentivos, ainda temos poucas pessoas em países subdesenvolvidos com acesso à rede e, com isso, alguns mercados ainda estão distantes.

Uso de dados vs Privacidade

O número de empresas que coletam e fazem uso de dados de seus clientes têm aumentado e esbarrado em algumas críticas aos modelos de negócio em relação à privacidade dos usuários na rede.

O Facebook é um dos maiores exemplos disso. A empresa de Mark Zuckerberg coleta dados de seus usuários e realiza a venda dessas informações a terceiros. Estima-se que a renda anual do negócio com cada uma das pessoas conectadas na rede social seja de US$ 34,00.

Contudo, o modelo de negócio da empresa está sendo amplamente discutido. As dúvidas giram em torno do que deve e não ser privativo do usuário na rede e, inclusive, se os termos de uso de serviço do Facebook são realmente abusivos.

O CEO, Mark Zuckerberg, teve até mesmo de se apresentar ao Congresso americano para depor acerca do uso inadequado das informações dos usuários do Facebook por parte da empresa.

Por outro lado, diversas empresas têm coletado dados públicos de consumidores na rede para encontrar insights para os seus negócios, entender melhor os seus clientes e criar experiências muito mais interessantes.

A discussão entre o que pode e não pode ser realizado pelas empresas com base no direito do usuário na rede ainda será muito ouvida durante os próximos anos e, assim, poderemos ter grandes reviravoltas nessa questão. Por enquanto, ela continua meio nebulosa para todos.

Neutralidade da rede

Outro ponto muito atual no estado da internet 2018 é a neutralidade de rede. Esse conceito diz respeito a não discriminação do uso dos dados na web por parte dos provedores de internet, que não podem conceder favores ou prejudicar conteúdos.

O movimento global era em busca da neutralidade de rede, apoiado por grandes empresas geradoras de tráfego online, como a Amazon, Google, Facebook e Netflix. No entanto, no final de 2017, houve uma reviravolta.

Os EUA aprovou sua regulação de neutralidade de rede em 2015, no governo Obama. Já o presidente eleito, Donald Trump, iniciou uma campanha para revogar a lei, com a premissa de que ela diminui os investimentos por parte dos provedores.

Revogada em 2017, desde abril de 2018, a FCC, Anatel americana, já permite que as provedoras de internet do país cobrem valores diferenciados de acordo com o uso realizado da web. Ou seja, quem utiliza serviços, como a Netflix, pode pagar mais por isso.

Aqui no Brasil, a neutralidade de rede é protegida pelo Marco Civil da Internet, promulgado em 2014, porém, as operadoras de telefonia, principais provedores no país, já estão buscando derrubar a lei.

Após as eleições de outubro, pode ser que vejamos alguma novidade nesse sentido, seja na manutenção da norma, que protege os usuários e empresas com negócios baseados na rede, ou em sua revogação.

As principais tendências

São várias as tendências esperadas já em 2018 e para os próximos anos pelos especialistas e confirmadas pelos números do relatório de estudo que estamos utilizando. Vamos listar as principais, que podem ser utilizadas como insights para o seu negócio (sendo as duas primeiras apenas contestamentos de dados que já vimos nos parágrafos anteriores):

Estabilidade no número total de smartphones

O relatório mostra que o ano de 2017 marcou a indústria de smartphones com a estabilidade no número de dispositivos em funcionamento. Ou seja, pela primeira vez, não houve um crescimento no número de smartphones.

Isso acontece porque quanto maior o número de proprietários de dispositivos móveis, menor a necessidade do mercado pela absorção de novos aparelhos, bastando uma atualização rotineira com o tempo.

Como a tecnologia está evoluindo muito rápido e todos os dias surgem novos aparelhos mais modernos e rápidos, os usuários finais não conseguem acompanhar esse ritmo e adquirir novos smartphones em espaços curtos de tempo.

Contudo, isso não quer dizer que houve queda do mercado mobile, pelo contrário. O número de acessos por meio de dispositivos móveis vêm aumentando gradualmente com o passar dos anos e tende a continuar crescendo.

Diminuição do crescimento de usuários

Mesmo que a venda de smartphones tenha diminuído e estabilizado, isso não quer dizer que o crescimento do número de usuários ativos na rede tenha também estagnado. Conforme dito, cerca de metade da população já está online.

É natural, contudo, que esse crescimento seja mais lento a partir de agora, uma vez que para que o número de usuários continue avançando é preciso investimento por parte de países mais pobres em infraestrutura de rede.

Isso porque a maioria dos usuários ativos da internet, hoje, estão em países desenvolvidos, nos quais o acesso é muito mais facilitado e se conta com tecnologia de ponta.

Novos formatos de conteúdo

novo consumidor, surgido na era da informação, é diferente das outras gerações. Ele cresceu em meio à tecnologia e à possibilidade de pesquisar por produtos e serviços de forma rápida e dinâmica, e isso lhe permite ter maior liberdade na hora de realizar uma compra.

Dessa forma, grandes e pequenas empresas vem investindo e criando ações com o objetivo de entrar em novas plataformas e conteúdos para alcançar esses consumidores e divulgar suas marcas.

Criar campanhas para serem veiculadas redes de televisão demandam um alto investimento e podem não trazer o retorno esperado, ao contrário de uma estratégia voltada apenas para um público específico e que vá ao encontro de suas necessidades.

Por exemplo, diversos difusores de conteúdo tem migrado para a Twitch, uma plataforma de streaming. São vídeos de games, notícias, entretenimento e outras oportunidades para encontrar o seu público e criar anúncios direcionados.

Consumo de vídeo

Entre os conteúdos mais consumidos da internet estão os vídeos. Diversas ferramentas permitem criar esse tipo de conteúdo e difundir para um determinado público.

O aumento significativo da audiência desse tipo de programa online já alcançou o departamento de marketing de diversas empresas, que estão buscando criar canais e conteúdos específicos para os seus consumidores alvo.

Nesse campo, temos uma batalha entre o Google, com sua plataforma de vídeos, e o Youtube, que ainda enfrenta alguns problemas com questões de gestão e monetização – um dos principais motivos de alguns criadores de conteúdo estarem buscando outras alternativas, como a Twitch.

Do outro lado, temos o Facebook, com sua solução de vídeos ao vivo, e o Instagram, com a criação de Stories, uma funcionalidade que permite a disseminação rápida de vídeos e fotos curtas, e a nova IGTV, sua nova aposta de vídeos longos ainda dentro da plataforma.

Mesmo que o Youtube ainda lidere entre o público jovem a criação e difusão de conteúdo de vídeo on-demand, o Instagram é a plataforma preferida pelos anunciantes, não apenas para campanhas, mas também pelos consumidores de conteúdo.

Aumento do número de streaming

O modelo de transmissão de vídeo ao vivo, streaming, deve aumentar cada vez mais e isso é muito simples de entender. Os consumidores de conteúdo querem informações em tempo real e se sentir conectados, participando das transmissões.

Mesmo que o modelo de streaming tenha se popularizado com a comunidade gamer, com a transmissão de campeonatos e partidas online, boa parte dos criadores de conteúdo do Youtube estão começando a utilizar plataformas para vídeo ao vivo.

Ao pensarmos em termos de negócio, as empresas podem encontrar ótimas oportunidades nesse campo, como a criação e transmissão de eventos e conferências, garantindo que mesmo aqueles que não possam estar presentes, assistam a tudo pela internet.

Wi-Fi livre

Todos temos um dispositivo móvel hoje ou, pelo menos, metade da população mundial tem. Esse movimento de aquisição de smartphones permite um acesso quase que irrestrito à internet de qualquer lugar.

Contudo, existe um problema. Nem todas as pessoas que possuem um dispositivo móvel adquire um plano de alguma operadora, sendo assim, seu acesso é restrito aos locais nos quais existe algum tipo de conexão livre.

Dados do relatório nos mostram que existem, atualmente, cerca de 450 milhões de redes wi-fi no mundo, um aumento de 100 milhões em cinco anos. Esse crescimento se justifica pela necessidade de conexão constante.

Várias empresas estão observando a possibilidade de criar redes abertas para alcançar o seu consumidor. Por exemplo, um Shopping Center pode disponibilizar acesso livre com o intuito de solicitar que os clientes deem check-in no empreendimento em suas redes sociais, ganhando, assim, mais visibilidade.

Da mesma forma, uma loja pode permitir acesso ao seu sinal de internet em troca de enviar notificações de promoções diretamente ao smartphone do usuário, atraindo a sua atenção.

Aumento do número de pagamentos online

Até pouco tempo atrás, realizar pagamentos online era um tabu para muitos usuários. A culpa disso não era da insegurança de se realizar o procedimento, mas muito da mídia que alardeava acerca de hackers na rede que poderiam roubar suas informações.

Hoje, boa parte dos usuários já se sente à vontade para comprar online e realizar pagamentos. Isso pode ser observado analisando o número de transações por meios digitais. Somente na China, em 2017 esse número chegou a 500 milhões de pagamentos.

Com o aumento das vendas online e o crescimento do e-commerce, esses valores vão aumentar gradativamente, podendo um dia vir, até mesmo, a superar as transações realizadas localmente.

Chatbots e Inteligência artificial em atendimento online

Um bom relacionamento com o cliente é um ponto cada vez mais importante na estratégia das empresas, e para alcançar esse objetivo, as organizações têm se valido da tecnologia.

Hoje, já existem chatbots, softwares de atendimento que se passam por humanos e realizam o primeiro atendimento aos clientes, buscando por soluções adequadas para os seus problemas.

Isso é possível graças à tecnologia de Inteligência Artificial, que evoluiu muito nos últimos anos. Sendo assim, daqui em diante, poderemos ver cada vez mais sites e plataformas de empresas com atendentes robóticos.

Comandos de voz são o futuro

Que tal nem mesmo ter de tocar em seu dispositivo móvel para realizar uma pesquisa ou escolher um restaurante para jantar? A evolução da IA e Machine Learning está tornando isso possível.

O processamento de linguagem natural, que permite que máquinas entendam ordens diretas, tem melhorado muito. Isso fica claro quando utilizamos assistentes virtuais como a Alexa, Siri, Cortana, entre outras.

Com isso, mais usuários se sentem seguros para realizar pesquisas por voz, em vez de digitar alguma coisa. Segundo uma estimativa do relatório conduzido por Meeker, metade de todas as pesquisas em 2020 devem ser realizadas apenas por voz.

Além disso, estamos vendo a inserção de comandos de voz em outros dispositivos, como a Amazon Echo, uma caixa de som que recebe ordens diretas, sem a necessidade de toque no dispositivo.

Novos canais de mídia

Os consumidores não estão mais buscando por produtos na grande mídia, mas, sim, pelos novos canais criados pela internet, como as redes sociais. As plataformas têm uma grande influência sobre os seus usuários e podem ser uma grande arma na hora de aumentar as vendas de sua empresa.

De acordo com o relatório, cerca de 78% das pessoas entrevistadas afirmaram ter descoberto novos produtos ao navegar pelo Facebook em anúncios entre os posts, em segundo lugar estão o Instagram e o Pinterest com 59%.

Além disso, as redes sociais têm um grande peso na avaliação de produtos. Cerca de 55% dos consumidores buscam pela opinião de outros usuários das redes antes de comprar alguma coisa.

Ou seja, no futuro, estar presente nas redes sociais e interagir com seus consumidores não será apenas um diferencial, mas uma obrigação para as marcas que desejam aumentar a sua receita e sobreviver no mercado.

Aumento do uso de moedas digitais

O mercado de moedas digitais cresceu muito em 2017 com o boom do Bitcoin. Com isso, vimos o nascimento de muito mais criptomoedas e o aceite do mercado financeiro sobre esse novo modelo digital de negócios.

Infelizmente, a instabilidade do preço das novas moedas ainda é um problema a ser enfrentado. A flutuação do preço das criptomoedas impede a sua aceitação em diversos negócios.

No entanto, o Bitcoin, principal moeda digital, já mostra sinais de estabilização e, com isso, podemos esperar um aumento de seu uso para diversos negócios, uma vez que permite realizar transações com máxima segurança.

Além disso, a tecnologia de blockchain, a principal responsável pela segurança das criptomoedas já está sendo estudada para aplicação nos mais variados setores da sociedade e com certeza poderemos ver muitas novidades nessa área.

Personalização de serviços

Como o uso de Datalakes e outras ferramentas de armazenamento de grandes massas de dados, a personalização da experiência do usuário online será cada vez mais comum, já que as informações coletadas pelas empresas podem ser utilizadas para criar um conteúdo voltado para determinados usuários.

Hoje, já é possível criar campanhas de marketing digital, por exemplo, que utilizam a análise de dados para entender melhor o seu público-alvo e hipersegmentar os clientes de uma marca.

Contudo, o uso generalizado de dados de usuários na rede desperta outra discussão. Dessa vez, o centro da disputa é a possibilidade ou não das empresas utilizarem essa informação, uma vez que isso pode afetar a privacidade das pessoas na rede.

Por mais que as empresas digam que têm as melhores das intenções, criando experiências mais interessantes aos seus usuários, os governos de diversos países já iniciaram discussões sobre o que poderia ou não ser utilizado, criando regulamentações específicas para evitar que as organizações se aproveitem desses dados.

A leitura dos hábitos de consumo

Segundo o 37º WebShoppers, pesquisa conduzida pela Ebit, o e-commerce faturou cerca de 47,7 bilhões de reais em 2017. O número de usuários que compraram online nesse ano foi de 55,5 milhões de pessoas.

Ao analisarmos os dados, podemos observar o potencial do comércio online, que ainda está em crescimento. Segundo a estimativa do próprio relatório da Ebit, se espera um crescimento de 12% para 2018, ultrapassando os 50 bilhões em faturamento.

Ainda de acordo com a pesquisa, o número de pedidos realizados ficou em 111 milhões, dos quais 72,7% foram por computadores e 27,3% por meio de dispositivos móveis. As compras, utilizando-se de smartphones, vêm aumentando, demandando um preparo nesse sentido por parte das empresas.

Esperamos que os números da internet em 2018 apresentados aqui possam ajudar você a formular melhores estratégias para o crescimento de sua empresa nesse novo mundo digital.

Continue aprendendo

• As tendências da Transformação Digital para 2018
• Especial: as principais tendências tecnológicas para o futuro
• Uma análise sobre como serão as empresas do futuro

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