Se você tem alguma dúvida sobre a importância da transformação digital no financeiro, basta observar o setor. Inovações como blockchain; novos meios de pagamento; as criptomoedas; as ICOs; as diversas formas de captação de investimento, o crowdfunding e plataformas que reúnem empresas e investidores; e os novos modelos de negócio das Fintechs indicam que algo está ocorrendo.

Como você pode perceber, não estamos falando de uma pequena mudança, mas uma ampla transformação com impacto significativo na realidade do setor e na experiência do cliente que, em muitos casos, tem natureza bastante disruptiva. Esse processo vai mudar a forma como as transações financeiras ocorrem em um curto espaço de tempo. Para se ter uma ideia, na China as pessoas já pagam suas contas e efetuam as suas compras apenas com o celular.

Ao mesmo tempo em que essa oportunidade está disponível para todas as empresas, a maioria dos profissionais do financeiro costumam ser mais resistente às inovações pelo risco que representam, ao menos em comparação com outros setores. Por isso, é fundamental compreender o processo que está ocorrendo e se preparar para a transformação digital no financeiro.

Confira aqui tudo o que você precisa saber sobre o assunto:

A contribuição do setor financeiro para a transformação digital

Desde a virada da década, organizações estabelecidas e startups têm prestado atenção na onda de digitalização financeira buscando maneiras de aproveitar seu potencial. Nos negócios, a responsabilidade pela execução da transformação digital geralmente recai sobre o diretor de marketing, o de vendas ou do gestor de inovação, distantes do financeiro.

Contudo, a maioria das organizações pode estar perdendo oportunidades fantásticas na inovação de processos e modelos de negócios. Os departamentos financeiros devem participar desse avanço para ajudar a corrigir isso, porque é nele que ocorre o elo de conversão de negócios.

A forma como os pagamentos são processados tem alta relevância no estimulo à ação de compra. Quantos clientes desistem de comprar no checkout de um comércio eletrônico ou na demora na fila do caixa? Isso para citar o varejo. Em uma venda complexa, com meses de negociação e análise, nas quais o custo do produto ou serviço tende a ser mais alto, a forma e o meio de pagamento são cruciais para o resultado final.

Mudanças simples e impactantes na forma como os negócios são feitos podem fazer a diferença entre o anonimato e o ganho de escala mundial para uma marca. A Nespresso, por exemplo, mudou a forma como seu público compra café alterando o foco de monetização da máquina para as cápsulas.

Como as empresas rivais vendiam esses equipamentos por preços elevados, o resultado foi espantoso e praticamente neutralizou a concorrência em um primeiro momento. Pois bem, sem uma análise financeira seria absolutamente impossível considerar a viabilidade dessa mudança.

Desse ponto de vista, o setor pode agir apenas passivamente, aguardando que seja solicitado para realizar algum estudo como esse ou contribuir para sugerir possibilidades e identificar oportunidades para incorporar a transformação digital. Não é preciso dizer qual dessas alternativas pode contribuir mais para o sucesso do negócio, pois ela é evidente. Dito isso, a pergunta natural é: por que essa atitude não está presente em grande parte das empresas?

A cultura do setor financeiro

O financeiro tem atribuições bastante claras e, entre elas, está a de garantir a lucratividade, a liquidez e a segurança do negócio. Essas funções, que envolvem controle e disciplina, acabam por favorecer uma cultura um pouco mais conservadora do que em outras áreas. É comum que os departamentos de marketing e vendas, por exemplo, vejam o financeiro como um obstáculo para levar adiante algumas de suas ações mais ousadas.

Essa característica é necessária em muitos casos. Afinal, de nada adianta uma estratégia de expansão que traga ótimos resultados de mercado sem que proporcione lucro. Ao mesmo tempo, o perfil conservador que mencionamos está diretamente relacionado com certa aversão ao risco, enquanto a inovação necessita de um ambiente no qual não exista esse receio.

Quando um colaborador é reprimido ou punido por um erro, por exemplo, ele tende a evitar situações que possam gerar maior risco de o problema se repetir. Não há especialista em gestão da inovação que não reconheça que essa realidade é nociva para reinventar o negócio. Isso porque a atitude inovadora costuma implicar em pequenos fracassos até que surja uma ideia realmente viável.

Obviamente, o risco pode ser calculado e existem metodologias financeiras que ajudam a analisar a viabilidade de projetos. Além disso, não há como sustentar fracasso depois de fracasso por um prazo indefinido, sendo primordial que nasça um projeto de sucesso capaz de superar o investimento e garantir a sustentabilidade econômico-financeira do negócio.

A conclusão óbvia desse raciocínio é a de que é preciso equalizar o risco de modo a permitir a inovação e manter o empreendimento viável. Desse ponto de vista, o financeiro precisa dar suporte à transformação digital, facilitando as transações comerciais e incorporando a cultura da inovação.

A transformação do financeiro

Considerando o que acabamos de esclarecer, é natural reconhecer o papel do gestor financeiro para impulsionar a transformação digital de uma empresa, principalmente porque as lideranças têm importância única na formação da cultura e no alinhamento entre os departamentos. Qualquer mudança sempre parte delas.

Além disso, a inovação tecnológica tem uma natureza perturbadora. Em finanças, a transformação digital está sendo impulsionada por sistemas e processos em constante evolução, com melhora de eficiência ocorrendo a cada interação. Isso inclui o aprimoramento dos processos digitais existentes. O Airbnb, por exemplo, seria muito menos atraente para o cliente se não pudesse aceitar pagamentos digitais por meio de sua plataforma.

Mas, a transformação do setor não está limitada aos pagamentos, envolve mudanças operacionais, nos modelos de negócios, relatórios e análises. Em finanças, a transformação digital pode ser percebida em 4 grandes tendências.

01. A ascensão da geração digital

Os clientes estão atentos aos detalhes quando usam produtos digitais. Com a experiência do usuário na vanguarda da estratégia centrada no cliente, é mais importante do que nunca poder se comunicar de forma eficaz por meio de soluções digitais. Interfaces de conversação e um design focado na experiência se tornaram requisitos na atualidade.

02. Descentralização

Envolve a capacidade de as organizações garantirem que seus dados sejam protegidos por meio de serviços externos de computação em nuvem. Isso pode incluir desde serviços de backup até tecnologias revolucionárias.

Os dados financeiros podem ser descentralizados por meio de tecnologias como blockchain, por exemplo. Ela tem o potencial de revolucionar as finanças não apenas no sentido da descentralização dos dados, mas também como forma de registrar transações financeiras alternativas ao sistema financeiro.

03. Atendimento ao nômade digital

nomadismo digital pode ser definido como a capacidade de os indivíduos trabalharem remotamente, com pouco ou nenhum contato com seu empregador, impedindo a entrega do trabalho e a troca de pagamentos. Empresas como Uber, Airbnb, Freelancer, Airtasker e Expert360 são a exemplificação desse nômade digital. A capacidade das empresas de atender esse mercado com pagamentos e produtos financeiros criou oportunidades e exigências.

Imagine, por exemplo, um profissional que trabalhe no seu computador e prefira fazer isso viajando, em uma espécie de nomadismo mais fiel ao primeiro sentido do termo. Talvez ele não tenha um comprovante de residência, por exemplo. Considerando a política tradicional de crédito, poucas empresas estariam prontas para vender para ele.

04. Dados

Mais notavelmente no espaço financeiro, o Big Data os dados sob demanda em tempo real tornaram-se cruciais. Por exemplo, com a introdução do Governo Federal da Austrália da New Payments Platform, que permite transações instantâneas e a entrega de fundos no mesmo dia, as empresas grandes e pequenas estão mais motivadas do que nunca a utilizarem os sistemas de pagamentos sem dinheiro.

Isso é combinado com a capacidade de as organizações verem histórico de dados ao vivo. As decisões de vendas estão se tornando mais rápidas e, com os sistemas certos, podem até evoluir para transferência instantânea.

O papel do CFO na transformação digital

A maioria das transformações digitais é conduzida a partir de uma perspectiva voltada para o cliente. Geralmente, de atribuição dos diretores executivos de vendas e marketing para garantir maior rendimento ao cliente e benefícios de receita.

Muitas vezes, o papel do gestor financeiro é impor medidas efetivas para garantir que esses benefícios sejam obtidos. No entanto, a nova realidade exige outro entendimento sobre o papel do CFO, como já adiantamos de outro ponto de vista.

Os CFOs hoje em dia têm uma participação clara na estratégia de TI corporativa e na definição de como a organização pode melhor perceber seus benefícios de custo. Como a função financeira é, em última análise, sobre a alocação de recursos, os CFOs podem estabelecer uma cultura organizacional clara para a transformação digital, mesmo sem perceber isso. É mais importante do que nunca para eles perceber que podem definir as tendências no lugar de simplesmente segui-las.

Embora em décadas anteriores a função pudesse ter sido restrita à administração financeira do BackOffice, agora o setor está na encruzilhada da estratégia de TI e inteligência de negócios. Os gestores devem ditar os princípios fundamentais que as organizações usam para moldar seu foco estratégico e com abertura para favorecer a transformação digital.

Em estreita colaboração com a TI, as finanças podem impulsionar as mudanças, mas não adotando extrema rigidez com os orçamentos da organização. É essa atitude exata que leva os gestores a adotarem uma mentalidade conservadora em relação ao meio digital, preservando as coisas como sempre foram. Como já explicamos, os gerentes financeiros são avessos ao risco e mudar essa mentalidade pode ser um desafio.

Mas as finanças podem conduzir a implementação de processos internos para aumentar a eficiência. Usando a visão organizacional das alocações de recursos e orçamento, eles podem ajudar a direcionar essa mudança de processos para melhorar as experiências de pagamento e negociação.

O CFO e a construção do ambiente de inovação

Como já vimos, a inovação não é fácil, principalmente para as grandes organizações, que são como máquinas padronizadas e desenvolvidas com foco no propósito de construir produtos com maior eficiência. Ruptura e inovação, dois dos ingredientes necessários na transformação digital, só podem acontecer se as organizações forem capazes de criar um ambiente propício a esse tipo de comportamento.

As razões para isso não estão limitadas à necessidade de se adaptar às mudanças, mas também envolvem o fato de que a simples melhora da eficiência operacional tem efeito limitado na competitividade. Afinal, qualquer empresa pode adotar boas práticas de gestão e, por isso, só é possível estabelecer vantagens de diferenciação em relação à concorrência de forma temporária com esse tipo de medida.

Para impulsionar a inovação e conquistar uma vantagem competitiva mais sólida e duradoura, os gestores devem ser capazes de ouvir o mercado para identificar demandas e insights, o que inclui o gestor de finanças. É crucial entender que, às vezes, as ideias e conceitos contrários ao paradigma vigente na empresa costumam ser a chave para o próximo produto campeão.

Esse apetite por inovação descreve a capacidade de uma organização construir portfólios de mudança que são projetados especificamente para inovar e melhorar seu modelo de negócios, linhas de produtos e processos internos.

A maioria das organizações contrata consultores para facilitar esse tipo de mudança. É uma ótima alternativa, porque eles conseguem enxergar o negócio de fora e trabalham com o objetivo de fazer a inovação acontecer, mas isso nem sempre é possível.

Além disso, eles não fazem o trabalho sozinhos. Uma cultura e um ambiente contrários à inovação raramente comprometem em definitivo a aplicação de uma metodologia de consultoria, mas sempre é fator que impede o alcance dos melhores resultados.

O CFO, por sua vez, pode impulsionar a inovação dentro da organização, facilitando a mobilização de ideias por meio da sua função. Ele pode estimular a empresa a inovar ao desafiar outros colaboradores e equipes para transformar suas ideias em produtos. Isso porque é apenas ele quem pode definir muitos dos aspectos que determinam quando um projeto é viável ou não, afinal, eles sempre dependem de recursos.

Com anos de orçamentos gastos em otimização de sistemas e incentivo à produtividade, é compreensível que a maioria dos CFOs fuja das indústrias de tecnologia de alto risco, aparentemente especulativas, mas é nelas que a transformação digital acontece.

A incorporação da cultura da inovação leva tempo e exige cooperação. Para a maioria das organizações, não é segredo que ela causa um desconforto significativo. Não é incomum, por exemplo, que mudanças estruturais gerem protestos dos membros mais experientes da equipe, que se sentem pressionados em mudar e pensar de maneira diferente depois de anos de formação de hábitos.

Se o CFO estiver atento e tiver uma compreensão real do impacto da inovação, ele poderá impulsionar a transformação digital por meio de seu próprio apetite pessoal por inovação. Ao definir suas metas em seu orçamento para impulsionar limites, esse profissional inovador pode representar um grande diferencial e ajudar a inspirar as equipes.

O futuro das finanças

Até aqui já deve estar bem claro que a fórmula para a transformação digital está na mistura de mudanças no modelo de negócios com as da cultura organizacional. Se o financeiro puder suportar esses dois elementos, ele poderá ajudar a direcionar essa inovação. Por isso, no futuro as equipes financeiras terão um papel muito maior na transformação digital em razão das novas demandas por segurança cibernética, governança de dados e controle do fluxo de dados.

As organizações se descobrirão investindo mais em especialistas em segurança para evitar violações de dados dispendiosas e perigosas. Os CFOs, por sua vez, desempenharão o papel de guardiões desses dados, à medida que o custo das falhas de segurança nas finanças tende a aumentar com o compartilhamento e acesso facilitados.

Além disso, conforme a transformação digital avance, a área financeira deverá se tornar um centro operacional para análises no negócio. Ela deverá fornecer evidências fundamentadas e objetivas para a tomada de decisões e checagem de viabilidade para aproveitar oportunidades de negócios, mercados e produtos.

Será função dos gestores criar e aprimorar métodos cada vez mais eficazes para ler e interpretar dados, já que a necessidade de informações gera usos mais eficientes para o orçamento, a fim de criar benefícios e insights. O departamento financeiro pode, então, engajar as partes interessadas em análises mais personalizadas, ajudando-as a se envolverem mais com esses insights.

Por meio da transformação digital, os CFOs precisam ser capazes de desafiar os princípios básicos por trás dos negócios. O diretor financeiro inovador faz perguntas sobre como o negócio continua a estabelecer receitas recorrentes e, por sua vez, como isso pode ser afetado pelas novas tecnologias.

As finanças se encontrarão numa encruzilhada em muitas organizações do futuro. Em grande parte delas será necessário se reinventar para permanecer relevante, criar novas propostas e oportunidades nos negócios.

Embora seja um desafio, podemos dizer que essa realidade também pode ser um grande estímulo para os profissionais da área. Afinal, para os que forem capazes de aproveitar a oportunidade, há um novo espaço disponível como agente influenciador e impulsionador das estratégias do negócio.

Desse ponto de vista, existem duas demandas especialmente importantes para o financeiro do futuro: uma conscientização de risco mais aprimorada e menos limitadora; e expertise em finanças preditivas para contribuir para a tomada de decisão. Em outras palavras, o olhar do financeiro deverá desviar um pouco dos dados de histórico passado para se voltar para o futuro, prevendo-o e ajudando a escrevê-lo.

As ferramentas de transformação digital para o financeiro

As novas ferramentas que surgiram com a evolução tecnológica atual podem melhorar a tomada de decisões, o planejamento, o controle e a governança, ao mesmo tempo em que reduzem os custos e aumentam os retornos dos investimentos. Em outras palavras, elas são tão efetivas para o financeiro quanto são em outras áreas em que costumam ser incorporadas mais rapidamente.

Os mecanismos de visualização 

design ganhou uma importância significativa no processo de transformação. Esse é um setor que tem facilidade de incorporar inovações devido à sua natureza criativa e que, ao passar a ser mais valorizado, despontou naturalmente.

Por isso, o financeiro pode e deve contar com sistemas que apresentam dados em um formato mais intuitivo e amigável. Incorporar as ferramentas de geração e apresentação de relatórios gráficos é fundamental, principalmente considerando a vocação do setor para fornecer dados e informações para tomada de decisão.

Ferramentas de previsão dinâmica 

Prever cenários e resultados em um ambiente no qual o Big Data cresce exponencialmente não é uma tarefa simples. O Big Data e a análise avançada usam grandes conjuntos de dados para orientar a previsão e os insights e melhorar a visibilidade das operações e do desempenho de uma organização.

Para obter o melhor resultado nessa função clássica do financeiro é preciso se municiar com as ferramentas certas. Elas melhoram a frequência e a precisão das previsões, ao mesmo tempo em que reduzem inconsistências e ajudam a coletar, tratar e apresentar dados.

RPA (Robotic Process Automation)

Segundo o Institute for Robotic Process Automation (IRPA), o RPA é “a aplicação de tecnologia que permite aos funcionários de uma empresa configurar software de computador (um robô), para capturar e interpretar aplicativos para processar uma transação, manipulando dados, desencadeando respostas e se comunicando com outros sistemas digitais”.

Esse recurso automatiza atividades baseadas em regras usando uma ferramenta de software que captura e interage com as interfaces de usuário e dados de aplicativos existentes como uma força de trabalho virtual, reduzindo custos e minimizando erros.

Ele tem a grande vantagem de ser capaz de automatizar processos em sistemas legados. Para executar essa tarefa, ele extrai dados automaticamente e os usa para executar as tarefas para as quais foi programado, como iniciar aplicativos, fazer cálculos, incluir dados em formulários e integrar outras ferramentas.

Inteligência artificial

O aprendizado de máquina e a Inteligência Artificial (IA) implementam algoritmos avançados que podem ser treinados automaticamente com dados corporativos, removendo fatores humanos no circuito de análise, revelando valor em áreas como detecção de fraudes e execução de tarefas de proteção.

É importante considerar que, no caso do financeiro, a segurança de dados precisará passar a se proteger de ataques efetuados por essas tecnologias. Esses mesmos algoritmos podem ser usados com fins nocivos e a única forma de se proteger de forma eficiente é se municiando com as mesmas armas.

Além disso, o uso combinado da inteligência artificial e humana é uma tendência que, independentemente da nossa aceitação, é inevitável para os próximos anos. Ela vai permitir análises preditivas mais precisas e mais abrangentes dos cenários futuros, incluindo uma quantidade de variáveis e uma rapidez de processamento, capazes de antecipar situações de risco de uma forma que ainda não vimos ocorrer.

Por tudo isso, a transformação digital no financeiro é um caminho sem volta e um desafio que vai revelar os profissionais que se manterão ativos na área. Se for justificável algum receio de que as novas tecnologias eliminarão vários postos de trabalho, também é plausível assumir que é a capacidade de se adaptar e não de resistir que pode manter os gestores nas suas profissões.

Nesse contexto, a informação sobre as mudanças é a melhor arma de que dispomos!

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