Robótica, computação quântica, mobilidade, inteligência artificial, 3D, realidade virtual, Internet das Coisas (IoT) etc. Essa imensa lista de inovações é a base do nascimento de uma sociedade “computacionalmente inteligente”.

Na era da tecnologia, fábricas testam produtos antes mesmo de produzirem uma única unidade (usando simuladores conhecidos como gêmeos digitais), cirurgias são realizadas por meio de softwares de realidade aumentada e drones comandam o envio de dados para facilitar o manejo agrícola à distância.

Todo esse borbulhar de novas tecnologias digitais, físicas e biológicas leva especialistas a denominarem o momento em que vivemos como o início da 4ª Revolução Industrial, cuja análise de dados é o epicentro de uma transformação social jamais vista entre nós.

A importância do Big Data para a Indústria 4.0 é fácil de ser percebida, afinal, a virtualização de todas as operações descritas acima depende diretamente de soluções de alta capacidade de processamento, capazes de transformar dados brutos em informações gerenciais imprescindíveis ao sucesso corporativo.

Hoje, você vai ver que a Ciência de dados e a Indústria 4.0 estão totalmente interligadas. Mas, principalmente, vai perceber por que sua empresa deve se preparar com urgência para a chegada desse tsunami de dados. Confira!

O que significa Big Data para a Indústria 4.0?

Inteiramente equipada com sensores e sistemas capacitados para o cruzamento e a interpretação de dados em tempo real, as fábricas inteligentes vão se diferenciar das que dominam atualmente o 2º setor por 4 pilares fundamentais:

  • operações totalmente virtualizadas (por exemplo, em um cenário em que chaves conectadas sabem exatamente o torque de cada peça de uma linha de montagem);
  • monitoramento de todo o workflow da linha de produção, que permite ao gestor entender quais são as etapas problemáticas, com correções em tempo real;
  • descentralização do ciclo produtivo;
  • fabricação customizada (toda a jornada do consumidor é monitorada, fato que possibilita a formação de perfis automáticos individualizados).

Além disso, tanto no ambiente fabril quanto no corporativo, já existem alguns exemplos do uso de robôs no auxílio às tarefas administrativas diárias. Tecnologias em machine learning abriram as portas para os Assistentes Pessoais Virtuais (VPAs).

Essas ferramentas são aptas a agendarem reuniões, organizarem a rotina dos gestores e até apresentarem as bases para a negociação de contratos. Em todas essas situações, a importância do Big Data para a Indústria 4.0 é indiscutível.

Esses sistemas baseados em Inteligência artificial são dotados de capacidade de aprendizado contínuo. Isso ocorre por que todas as informações que trafegam por ele são armazenadas em nuvem e se juntam às outras já trabalhadas internamente. Veja que esse acúmulo infindável de dados impõe a adoção da computação em nuvem e a redução do uso de servidores on-premises (infraestrutura interna à empresa).

Como a transformação digital é inserida fora do ambiente de manufatura?

Poderíamos ainda citar cases de Indústria 4.0 (e sua relação íntima com Big Data) em praticamente todas as áreas do mundo dos negócios. Na logística, os atuais sistemas de gestão de fretes são substituídos por sensores autônomos que definem a roteirização dos veículos das transportadoras, fazendo o cálculo exato do menor consumo de combustível para a maior rota possível a ser percorrida.

Softwares de realidade aumentada remetem instruções de reparação automática de equipamentos por meio de dispositivos móveis. Carros inteligentes são integrados a residências, acionando eletrodomésticos (como ar condicionado) a distância, antes mesmo que seu proprietário abra a porta de casa.

Isso sem falar no uso da realidade virtual na realização de simulações de procedimentos cirúrgicos ou no treinamento para obtenção de licença de piloto comercial/motorista. Em um futuro nada distante, a expectativa é que veremos caminhões sem condutores, transportando mercadorias de forma totalmente eletrônica. Bem-vindo à 4ª Revolução Industrial.

Perceba: para que tudo isso se transforme em realidade, é preciso que o Brasil desenvolva uma rede de telecomunicações adequada a essa imensa demanda de equipamentos interconectados. Estamos falando, portanto, de Ciência de dados.

Compreendeu a importância do Big Data para a Indústria 4.0? Sem processamento de grandes volumes de dados, não há mobilidade para atingir um universo de bens móveis e imóveis online. A título de curiosidade, vale a pena lembrar que o Gartner projeta a existência de cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados à internet até 2020.

Como você espera sobreviver em um mundo como esse trabalhando com planilhas no Excel e armazenando localmente todos os arquivos de sua organização? É preciso adaptar desde já a infraestrutura de TI de sua corporação.

Você conhece casos que mostram a importância do Big Data para a Indústria 4.0?

Reduzir a imprevisibilidade do mercado. Esse é o grande alvo de quem trabalha com análise de dados nesse processo de transformação digital. Afinal, os dados gerados hoje moldam os produtos de amanhã. Foi o que compreenderam algumas empresas ligadas ao agronegócio que aderiram à chamada Agricultura 4.0.

Nessas organizações, apontamentos manuais, gerenciamento visual da produtividade e controle de safra foram substituídos pelo mapeamento completo da área de plantio por via computacional, gestão eletrônica de insumos baseada em sensores, ferramentas de alerta sobre pragas, entre outras facilidades. O resultado, evidentemente, é o aumento exponencial da produção, redução de perdas e elevação da rentabilidade do negócio.

Na Ciência, gigantes da tecnologia vêm trabalhando para criar sistemas capazes de escanear mutações genéticas que permitam identificar o melhor tratamento para cada tipo de câncer (é o caso do supercomputador Watson). Nos Estados Unidos, uma startup criou uma solução que mede a inflação a partir do cruzamento de dados oriundos de fotos dos preços em diversos pontos da cidade.

Há também casos de gestão inteligente de tráfego, como implementado pela prefeitura de Dublin, além de projetos de vanguarda que mineram as redes sociais para evitar suicídios.

Seja qual for a perspectiva, há em comum, em todas as situações, a necessidade primordial de criar previamente uma estrutura de captura, armazenamento e análise de dados. Sem gestão de dados, definitivamente, não há como manter uma empresa de portas abertas no longo prazo.

Deseja saber mais sobre a importância do Big Data para a Indústria 4.0? Então, descubra alguns detalhes especiais sobre o papel do Big Data na Transformação Digital. Sucesso e até a próxima!

Eduardo Carboni Tardelli

CEO na upLexis Engenheiro de software formado pela POLI-USP com pós em Administração pela FGV-SP. É Sócio e CEO da upLexis Tecnologia com perfil empreendedor, visionário, responsável pela definição e execução estratégica da empresa, investimentos e inovações em produtos e serviços, e estudioso do tema Big Data, Inteligência Artificial e Data Driven Companies.

mercadoMercado
Transformação Digital O papel do COO na Transformação Digital
16 provas de que os líderes digitais pensam e já chegam mais longe