Sabemos que grande parte das empresas começou a implantar Inteligência Artificial para automatizar ou melhorar processos rotineiros. Acontece que, com o passar dos anos, essa tecnologia se expandiu para outros segmentos de negócio. Inclusive, hoje serve também como estratégia para desenvolver equipes.

Segundo uma pesquisa recente feita com mais de 2.000 funcionários nos EUA, 50% dos entrevistados estão mais interessados no sucesso coletivo do que no individual. Em uma era de complexidade e mudanças contínuas, investir no capital humano é o primeiro passo para conquistar resultados melhores.

Afinal, por mais que a sua liderança seja de grande responsabilidade, as pessoas que trabalham na organização lidam diretamente com o cliente, dia após dia. Ou seja, colaboradores precisam estar preparados, engajados e motivados tanto quanto seus líderes — ou até mais.

Neste artigo, vamos mostrar por que esse tema merece atenção e mostrar cases criativos de marcas que conseguiram inovar na transformação digital através de equipes engajadas. Vamos lá?

Entenda a importância de desenvolver equipes com IA

Até bem pouco tempo, mensurar dados sobre os colaboradores era algo totalmente subjetivo. Como medir talento, nível de comprometimento e produtividade apenas com a frequência do livro de ponto? Complicado, não é mesmo? A gestão era conduzida com base em “achismos”.

Por meio da IA, é possível fazer avaliações de perfil comportamental que indicam a melhor forma de lidar com cada um, de acordo com as características do profissional. Se quiser, você pode conhecer os traços mais marcantes da personalidade de um colaborador antes de delegar as tarefas, distribuir cargos e funções.

Basta pedir que ele responda a uma série de perguntas enviadas por um gerenciador automático de e-mail. Também dá para controlar o disparo de mensagens fora do horário comercial, no exato momento da disponibilidade de quem vai ler.

Até mesmo redes sociais como Instagram, Facebook e LinkedIn são fontes de coleta de informações públicas. Todos nós deixamos rastros quando navegamos na internet. Os algoritmos oferecem enormes possibilidades para gerar dados, análises e interpretações. Algumas empresas usam esse recurso como referência para encontrar padrões.

Outro fator relevante é que a evolução da tecnologia proporciona novas maneiras de selecionar equipes mais qualificadas. Nos últimos anos, houve um crescente número na divulgação das vagas de emprego no meio digital.

A tendência é esse modelo se tornar cada vez mais popular, já que reduz o tempo que levaria para entrevistar e recrutar uma grande quantidade de pessoas, aumenta as chances de o trabalhador conseguir ingressar no mercado de trabalho e permite que o departamento pessoal e recursos humanos fiquem mais sintonizados.

Conheça alguns cases para se inspirar

Nada melhor do que conferir o que outras marcas estão fazendo para você ter insights poderosos:

Tokio Marine

A seguradora Tokio Marine adotou um software de inteligência artificial para se comunicar com a equipe. Quem atende é Marina, um robô que responde qualquer tipo de dúvida, desde abono de férias até avaliação de desempenho. Para construí-la, os desenvolvedores fizeram uma pesquisa interna e identificaram o tom de voz necessário.

Marina é bem-humorada, identifica expressões, “aprende” com a entrada de novas informações e interpreta o contexto — é chamada de machine learning a capacidade que as máquinas inteligentes têm de se aprimorar.

Antes de implantar o sistema, o setor de Recursos Humanos atendia quase uma centena de ligações diárias, que agora são respondidas pelo robô. Dessa forma, a produtividade deu um salto (e a conta de telefone caiu drasticamente).

AstraZeneca

O laboratório anglo-sueco AstraZeneca usa um mecanismo de reconhecimento inteligente em entrevistas por vídeo. Já imaginou recrutar talentos para a sua empresa com essa tecnologia? Funciona assim: os algoritmos mapeiam as emoções do candidato. Expressões que denunciam medo, nervosismo, segurança, autoconfiança ou outros são facilmente captados e interpretados.

Em seguida, as pessoas selecionadas nessa etapa iniciam o processo de gamificação. É uma espécie de jogo virtual cuja finalidade não é exatamente divertir, mas testar diversas habilidades, como capacidade de liderar, interagir, trabalhar em grupo etc.

B3

Recentemente, a B3 utilizou um sistema para avaliar a influência positiva que cada colaborador exerce sobre os demais na cultura da organização. O objetivo era desenvolver estratégias a fim de identificar um líder em potencial e promover a motivação da equipe.

Para isso, a empresa coletou dados consistentes sobre o nível de relacionamento. Assim, foi possível avaliar a comunicação entre diversos setores da organização, ganhar mais poder na tomada de decisão e gerenciar os recursos humanos com mais eficácia.

Johnson & Johnson

A marca aplica Inteligência Artificial no processo de recrutar e selecionar pessoal. Normalmente, as inscrições ultrapassam um milhão de candidatos. Na última seleção, sete startups foram chamadas para apresentar um problema que deveria ser solucionado pelos candidatos, em conjunto. Eles usaram óculos de realidade virtual e participaram de um jogo denominado “Valentes do Mar”.

Os aprovados nessa fase foram encaminhados para entrevistas presenciais no setor de RH com a presença do gestor. Com isso, a empresa conseguiu avaliar liderança, comunicação, habilidade de planejamento e comportamento sob pressão. Quem não conseguiu passar teve a oportunidade de ser chamado pelas próprias startups participantes.

A Johnson & Johnson também explora as vantagens da tecnologia para melhorar o relacionamento com os colaboradores. Ou seja, investe em campanhas que promovem a saúde e o bem-estar geral. Existe um departamento específico que gerencia os dados e cuida de campanhas para garantir engajamento, satisfação e retenção de pessoal.

Ao analisar esses exemplos de sucesso, não é difícil perceber as possibilidades de estreitar cada vez mais o relacionamento entre instituição e colaborador. Como vimos, o uso de IA não serve apenas para otimizar processos, mas desenvolver equipes. A busca por melhorias é um trabalho contínuo das empresas que desejam se destacar da concorrência. Com ajuda da tecnologia, você pode coletar dados, compará-los e melhorar os resultados de pessoas e equipes. Pense nisso!

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