A neurotecnologia é a área da ciência e do empreendedorismo que investiga as tecnologias que ampliam a nossa compreensão do cérebro humano, a estruturação da consciência, a formação do pensamento e qualquer outra atividade comandada por nosso sistema nervoso. Com isso, inclui tanto tecnologias para melhorar as funções cerebrais quanto para otimizar sua relação com as interfaces digitais atuais.
Achou confuso? Então descomplique:

Afinal, o que é neurotecnologia?

O que chamamos hoje de “neurotecnologia” surgiu na primeira metade do século XX, mas encontrou seu apogeu a partir da década de 1980, quando os computadores permitiram uma revolução nos métodos de imagem do encéfalo, como a ressonância magnética e a tomografia.

Desde então, imagens mais nítidas puderam ser obtidas, assim como a análise de uma quantidade massiva de dados. Com trilhões de sinapses no nosso cérebro, somente computadores potentes poderiam ser capazes de analisar as informações.

De certa forma, esse campo está nas nossas vidas há algumas décadas, com a descoberta dos antidepressivos, das cirurgias cerebrais guiadas por imagens funcionais e a evolução da interação cérebro-máquina.

Porém, agora, muitas das coisas que vimos em filmes de ficção científica parecem mais prováveis de se tornarem realidade, como a leitura de mente, transferências de memórias para computadores, implantes robóticos etc.

Leitura de mentes

Os recentes avanços na neurociência tornaram possível registrar grandes conjuntos de neurônios e decodificar sua atividade para extrair informações. Paralelamente, estão surgindo diversos métodos para estimular o cérebro e influenciar o processamento contínuo das nossas mentes.

Esses estudos apontam para aplicações neurotecnológicas avançadas que leem diretamente o nosso cérebro. Por enquanto, essas tecnologias estão restritas a estudos científicos e terapêuticos, porém, provavelmente, o seu aprimoramento poderá mostrar algumas aplicações comerciais.

Todavia, como você deve estar pensando, a leitura de mentes pode ser algo completamente invasivo, e você não iria querer que alguém pudesse saber seus pensamentos. O uso, por outro lado, não está relacionado com essas ideias mais mundanas.

A leitura de mentes pode ser extremamente interessante para pessoas com doenças neurodegenerativas que comprometem a fala e a comunicação geral do indivíduo.

Mas, quais serão as consequências disso?

O uso da leitura de mentes será um grande avanço para que essas pessoas possam se comunicar naturalmente, sem uma voz robótica e artificial, bem como terão a possibilidade de compartilhar emoções e imagens. É devolver para essas pessoas a capacidade de interagir com o mundo por meio da internet.

No entanto, algumas outras aplicações são um pouco mais polêmicas e envolvem algumas questões éticas. Por exemplo, com o avanço da leitura de mentes, pode se tornar possível saber se alguém está falando a verdade ou uma mentira. Em contextos de investigações criminais, a polícia poderia obter todas as informações a respeito de um crime sem que o possível criminoso falasse uma palavra.

Mas será que isso é justo? E, se houver uma forma de implantar memórias? Algum hacker de mentes poderia fazer com que um inocente fosse para a cadeia?

Implantes biônicos

Menos polêmicos, os implantes biônicos são o desenvolvimento máximo da interface homem-máquina. Neles, algumas peças cibernéticas são implantadas no corpo humano para devolver funções ou, até mesmo, aprimorar nossas habilidades.

Um exemplo clássico são as redes artificiais com diâmetro de um neurônio humano, que foram criadas para devolver os movimentos a pessoas que sofreram lesões na medula espinhal.

Como isso funcionaria exatamente?

Os detalhes dessa tecnologia são muito complicados para explicar neste post. Porém, em síntese, cientistas da Universidade de Oxford criaram tecidos sintéticos ativados por sinais luz capazes de imitar o comportamento biológico do nosso sistema nervoso, desde a bioquímica até a sinalização elétrica.

Ao contrário dos estudos feitos com células tronco humanas, esses tecidos foram construídos com células artificiais que possuem uma maquinaria fisiológica semelhantes à nossa, com genes e proteínas.

E o mais incrível: a técnica para construir a tecnologia combina uma forma inovadora de impressão 3D miniaturizada, que pode inclusive criar estruturas celulares artificiais, com química complexa que lhes dá suas propriedades biológicas. Com isso, a transformação digital trará novos horizontes para a saúde!

Transferência de consciência

Atualmente, a transmissão de nossas memórias para computadores já começa a ser possível. Porém, por enquanto, somente são transmitidas informações básicas, como o que você sentia em determinado momento. Além disso, ainda é preciso que você se lembre conscientemente das memórias para que elas possam ser gravadas.

Daqui a algumas décadas, muitos entusiastas da neurotecnologia acreditam que será possível fazer o upload da memória inteira para os computadores. Isso leva a uma questão interessante: será possível transmitir toda a nossa consciência para uma máquina? E se for, será que estaremos a um passo da imortalidade?

Realidade virtual imersiva

realidade virtual já é uma tendência que tem sido bastante aplicada, mas de uma forma ainda bem incipiente. Atualmente, ainda está restrita à estimulação dos nossos sentidos por meio de equipamentos, como óculos e fones de ouvido.

Entretanto, ainda há muito o que evoluir: o ápice ocorrerá quando conseguirmos interagir com o mundo virtual por meio do nosso cérebro diretamente.

Com isso, realizaremos os cenários dos filmes de ficção científica em que, ao vestir um capacete de realidade virtual, somos transportados por um mundo inteiramente novo criado nas redes. Assim, os limites da nossa imaginação serão literalmente os nossos limites, uma vez que poderemos criar quaisquer mundos virtuais.

Atenção: esse futuro não parece estar distante, estima-se que, em 2030, teremos computadores com a mesma capacidade de processamento do nosso cérebro, será apenas uma questão de anos até que se desenvolva a tecnologia da realidade virtual imersiva.

Portanto, são esses os cenários mais disruptivos do futuro da Neurotecnologia. Provavelmente, em alguns anos, esses temas serão a grande polêmica em relação ao avanço da tecnologia. Como vimos, haverá avanços indiscutíveis para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a produtividade das empresas. Por outro lado, há pontos que precisam ser mais debatidos, como a leitura de mentes e a transferência de consciência para computadores.

No nosso artigo “A ciência do amanhã: o que é Futurismo?“, falamos também de inteligência artificial, Internet das Coisas e um pouco mais sobre a leitura de mentes. Que tal continuar a leitura?

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