As imobiliárias digitais vão dominar o mercado? Esse processo já começou? Será rápido? Como podemos nos adaptar? Essas podem ser perguntas incômodas para muitos de nós. Mas imagine que já passamos por situações muito parecidas no decorrer da história.

O fato é que esse é um processo sem volta. Por isso, o melhor é entendê-lo, encontrar as oportunidades que ele oferece e aproveitá-las. Vamos lhe ajudar nisso com este texto. Confira!

O que são as imobiliárias digitais?

Há quem defina imobiliárias digitais como aquelas nas quais todo o processo de venda ou locação ocorre no meio digital. No entanto, essa é uma realidade apenas em locações de imóveis que já operam desse modo em algumas cidades do Brasil.

Por isso, é esperado que o negócio cresça cada vez mais. Nesse caso, todo o processo de locação é efetuado na plataforma da empresa, com garantias e facilidades para locador e locatário. Contudo, muitas imobiliárias já operam de modo bastante ativo no meio digital no processo de venda de imóveis.

Além de ações efetivas de captação de potenciais clientes, prospecção de imóveis e divulgação de oportunidades, essas empresas atuam com uma operação interna baseada em compartilhamento, automatização e inteligência de dados — detalhes que caracterizam as empresas digitais.

O funcionamento

Considere que a essência da Transformação Digital é o uso de dados sobre consumo, comportamento e demandas para elaborar soluções melhores para problemas específicos.

Por exemplo, o cruzamento de características dos imóveis de determinada região com a descrição de potenciais compradores sobre o que consideram o apartamento ideal. Ele pode ser usado na captação de imóveis, com o objetivo de formar uma carteira de produtos mais atrativa e competitiva.

Com a mesma intenção, esse tipo de informação pode ser combinado com dados de engajamento com as postagens de divulgação de lançamentos imobiliários, como curtidas e comentários.

A tecnologia

Uma observação importante sobre isso é que, por maior que seja sua experiência em entender o consumidor, muitos deles podem pensar sobre o local ideal do apartamento para tirar uma foto e postar no Instagram, sem muita preocupação com detalhes que antes eram decisivos.

Ou seja, a imobiliária digital é muito mais do que a simples modernização tecnológica e a construção de um bom site, com várias funcionalidades. Tudo começa com a formação de uma cultura interna de empatia em relação às necessidades do público. Na qual a tecnologia é aplicada para levantar informações e construir novas soluções, experiências e vivências, que obrigatoriamente entregam um valor superior e personalizado.

Por falar em personalização, um investidor, por exemplo, tende a estar mais interessado em análises que informem o potencial de valorização do imóvel. Bem como no fornecimento de toda a documentação necessária à garantia legal que ele deseja, como negativas e registros. Tentar convencê-lo a visitar um imóvel para conferir a vista da sacada pode não ser a melhor estratégia.

A tecnologia já tem nos ajudado a fornecer um atendimento mais personalizado desde os sistemas de gestão de relacionamento com o cliente, mas ela assume um novo papel com recursos como inteligência artificial, aprendizado de máquina, realidade virtual e aumentada.

Qualquer imobiliária pode se tornar digital?

Embora a pergunta que intitula este tópico seja recorrente, ela poderia ser feita de outro modo. Imagine se, no início dos anos 1990, alguém perguntasse se o computador deveria ser usado por qualquer imobiliária. A maioria provavelmente diria que era muito cedo para pensar nisso, mas não demorou muito e o equipamento se tornou indispensável.

Embora a Transformação Digital não seja tão tangível quanto um hardware, ela se tornará essencial muito mais rapidamente. As novas gerações simplesmente não admitem esperar por um documento enviado pelo correio, por exemplo.

Conforme os nativos digitais ingressam no mercado de trabalho, a pressão por se adaptar fica cada vez maior — e eles já estão planejando a compra do primeiro apartamento. Por isso, a pergunta ideal talvez fosse: como deve trabalhar quem deseja vender esses apartamentos?

O processo de transformação

Se você deseja pensar seriamente em Transformação Digital deve começar pelas pessoas, especialmente pelas lideranças. Se os colaboradores têm uma mentalidade analógica, não se pode esperar que adotem um processo de transformação para uma imobiliária digital.

Ao mesmo tempo, não adianta escolher um grupo mais entusiasmado com as mudanças em curso e esperar que eles liderem o processo.

Ainda que eles possam ser muito importantes, a inovação demanda por decisões sobre mudanças estratégicas, investimentos e determinação de políticas que necessitam de autonomia.

Um grupo inovador tende a ser barrado por bloqueios de verba e por regras antiquadas, se um líder com autonomia de decisão não estiver envolvido.

A experiência do cliente

Basicamente, toda a informação levantada pelas metodologias e ferramentas usadas na Transformação Digital é aplicada na criação de uma experiência de compra satisfatória para o cliente. Não no sentido de deixá-lo suficientemente satisfeito, mas sim especialmente encantado.

Nesse sentido, cada ponto de contato com o potencial comprador, cada interação positiva e cada pequeno atrito são componentes de um conjunto de detalhes que formam uma experiência perfeita.

Isso significa que a imobiliária digital está concentrada em muito mais do que encontrar o imóvel ideal. Pois ela desenvolve um modelo de atendimento que torna a própria busca do investimento uma experiência rica, positiva e encantadora — que precisa ser percebida desse modo pelo cliente.

Considere que, na atualidade, qualquer um que tenha contato com a marca da imobiliária pode influenciar vários outros. Um depoimento, um comentário ou uma avaliação positiva também é uma interação entre os seus clientes. Que, mesmo indiretamente, trocam experiências e indicam suas preferências.

As ferramentas usadas na gestão

Já listamos algumas das tecnologias usadas na Transformação Digital, algumas que talvez pareçam muito distantes da situação atual da sua imobiliária, como a realidade virtual. Por isso, vamos começar com detalhes mais básicos.

O seu processo de adoção tende a ser muito mais confortável e bem-sucedido se você se estruturar antes de tudo. Por exemplo, o uso da Inteligência Artificial para analisar dados já é bastante acessível. Mas pode ser complicado trabalhar com eles sem um cadastro detalhado, atualizado e confiável.

Além de tudo, é preciso pensar em segurança, pois a privacidade é muito valorizada pelas pessoas e exigida por recentes legislações. Além disso, também é preciso pensar na aplicação de automação que permite a mudança e otimização dos processos internos.

A digitalização de documentos e a automatização de processos de atendimento, por exemplo, ajudam a entregar um melhor atendimento ao permitir que, no lugar de se ocupar com tarefas repetitivas e burocráticas, os corretores dediquem mais tempo ao que sabem fazer melhor: interagir com os clientes.

Nesse sentido, a tecnologia é uma facilitadora de procedimentos, processos e transações. Seja com o uso de smart contracts, novos modelos e meios de pagamento ou interação com o comprador.

Sendo assim, as imobiliárias digitais são definidas como iniciativas que usam de informação e tecnologia para entregar experiências de valor com segurança e agilidade.

Ficou alguma dúvida, gostaria de manifestar sua opinião ou agregar informação? Deixe seu comentário nesta postagem para que possamos interagir sobre o tema!

Eduardo Barbosa

Profissional com mais de 25 anos de experiência em finanças, desenvolvimento de negócios, reestruturação e mudança organizacional. Como CEO da Brognoli Negócios Imobiliários desenvolve trabalhos com forte impacto no segmento imobiliário, atuando com foco em processos de transformação digital e crescimento acelerado. Nos últimos anos, Eduardo também tem ajudado novos empreendedores com mentoring, palestras, artigos, conselhos e conexões, buscando viabilizar a escalabilidade destas. Tem uma intensa e longa experiência como professor na área de mercado de capitais e Economia Comportamental.

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O Bloco é uma iniciativa da Brognoli para a inovação do Mercado Imobiliário. O Bloco nasceu com o objetivo de auxiliar empresas do setor imobiliário a desenharem novas propostas de valor e experiências positivas para os consumidores por meio de conexões entre o ecossistema de inovação.