Os modelos tradicionais de negócios, baseados principalmente em publicidade de massa, estão sendo rapidamente transformados. As empresas já perceberam a necessidade de criar conexões com os seus clientes. É nesse cenário que surge a estratégia de Customer-Centric Marketing.

Na era digital, alguns termos se tornaram comuns no marketing, como “dashboard”, “KPIs” e “omnichannel”. Mas são os clientes ou “customers” que ditam a dinâmica das empresas.

Neste artigo, tento explicar exatamente em quê consiste o Customer-Centric Marketing, os seus pilares, benefícios e desafios, além do passo a passo para investir nessa estratégia. Confira!

O que é Customer-Centric Marketing

Muitas organizações se envolvem tanto na otimização de canais ou na segmentação de produtos que se esquecem do foco principal: o cliente. Afinal, é a partir dos interesses e particularidades da sua demanda que a empresa deve gerir os seus produtos, meios de comunicação etc.

Na era digital, essa característica fica ainda mais evidente. O Customer-Centric Marketing (Marketing Centralizado no Cliente) é a estratégia para trazer a empresa para esse contexto: trata-se de colocar os interesses do consumidor no centro das relações de marketing da empresa. O foco no cliente exige que os profissionais:

  • entendam que não há cliente “genérico”: estratégias baseadas em informações como gênero, localização e idade ficaram no século passado;
  • atraiam e transformem potenciais clientes em leads;
  • criem o tipo de envolvimento a longo prazo para gerar negócios com clientes fidelizados.

Os pilares do Customer-Centric Marketing

Veja os pilares essenciais para a implantação da estratégia de Customer-Centric Marketing.

Influenciadores

Estabelecer relações com os influenciadores da indústria é o primeiro passo. Essas são as pessoas em quem os seus clientes potenciais confiam, escutam e aprendem. Associar-se a esses nomes não apenas aumenta a visibilidade da empresa, mas melhora a sua credibilidade no mercado.

Conteúdo

As táticas tradicionais já não são tão eficazes. A tecnologia é outra e as demandas dos clientes também. Os atuais mecanismos de pesquisa e as redes sociais colocam o usuário no comando do seu consumo de conteúdos. Portanto, cabe às empresas garantirem o seu lugar no meio digital e criarem conexões reais com os seus públicos.

Leia também: O formato do conteúdo compartilhável mudou completamente

Comunidade

Os avanços da tecnologia tornam cada vez mais prático permitir que os clientes se sintam dentro de uma comunidade. Ou seja, gerar um espaço de identificação e engajamento com a marca. Esse espaço pode ser desde um grupo fechado numa rede social a eventos exclusivos em plataformas online. Tudo voltado aos interesses do público para o público.

Advogados da marca

Advogados da marca são os clientes que se tornam defensores dos produtos e serviços da empresa. Esse é o fruto de um trabalho contínuo, que garante bons serviços aos clientes, transparência, facilidade e confiança.

Os benefícios do cliente no foco do marketing

O Customer-Centric Marketing permite gerir a marca em diferentes segmentos de mercado, entendendo as peculiaridades do público e propondo soluções realmente eficazes. A fidelização dos clientes é consequência dessa percepção, aplicada ao site da empresa, no relacionamento com os usuários, aperfeiçoamento dos produtos etc.

O foco no cliente transformou-se em marca registrada de empresas que hoje estão no topo da cadeia alimentar, como a Apple: a empresa criada por Steve Jobs não só atualiza os seus lançamentos frequentemente, inovando cada vez mais em recursos, mas também conta com um atendimento pré e pós-venda pensado na satisfação do consumidor.

O resultado não poderia ser outro além de um público apaixonado pelos produtos da marca e disposto a sempre fechar novos negócios.

Vale ressaltar que o atendimento bem-sucedido, focado nas necessidades do cliente, é fruto de um espírito de colaboração dos funcionários da empresa, que se sentem capacitados a oferecer boas experiências aos clientes.

Os principais desafios da estratégia

Como a análise é a chave no Customer-Centric Markteting, o principal desafio é aproveitar o Big Data apropriadamente. Afinal, a boa interpretação dos dados no marketing permite à empresa compreender as necessidades do seu público.

A constante evolução das redes sociais é outro ponto que exige atenção ao colocar o cliente como foco no marketing. Redes como o Facebook e o Instagram reúnem públicos diversos que priorizam a identificação com as marcam que consomem. Esses sites frequentemente lançam novas ferramentas que desafiam as marcas a se adaptarem aos novos meios e seguir atraindo mais pessoas.

Conhecer bem o cliente da empresa é a chave para estar presente nas redes certas, explorar novas ferramentas e produzir conteúdos que, de fato, sejam atrativos e gerem conversão.

De modo geral, o meio digital está cada vez mais focado em gerar experiências positivas aos seus usuários. Por isso, a facilidade para acessar os portais da empresa e a credibilidade no segmento faz toda a diferença para o cliente.

O passo a passo para criar uma estratégia de Customer-Centric Marketing

Veja o que as organizações que colocam o cliente como foco no marketing veem praticando ao longo dos últimos tempos:

Crie uma ponte entre cultura organizacional e necessidades do público 

O Customer-Centric Marketing não se trata de mais uma meta finita. É uma política que deve incorporar as necessidades do público à cultura organizacional da empresa; uma abordagem que exige constantes revisões e aperfeiçoamentos, e por isso deve ser encarada em todos os setores internos.

Baseie-se em dados do cliente

Acompanhar a qualidade da interação dos clientes com a empresa (por meio de métricas) traz dados importantes para o aperfeiçoamento do processo de compra e venda, segmentação do público e performance do site principal, por exemplo. Nesse sentido, é importante adotar tecnologias corporativas baseadas em CRM.

Além de softwares voltados para essa tarefa, criar uma cultura de feedback dos clientes (principalmente no pós-venda) agrega dados úteis para o sistema da empresa.

Estabeleça os canais de comunicação

A regra é focar onde o seu público está — e para isso, as etapas anteriores são indispensáveis. Estabeleça meios modernos de interação com o seu público e captação de potenciais clientes, como o uso do e-mail marketing, impulsionamento de publicações no Facebook e Instagram etc.

​Acompanhe os indicadores de desempenho

Os indicadores de desempenho (ou KPIs) são úteis para descartas dados irrelevantes e aproveitar as respostas do seu público que, de fato, estão afetando a relação cliente-empresa. Eles avaliam a performance da sua equipe diante dessas respostas.

Use indicadores para avaliar a satisfação (fruto de métricas como o NPS) e evasão do cliente. Dessa forma, será mais fácil aperfeiçoar pontos que garantam a fidelização do público.

Acompanhe a jornada do cliente

Entender o percurso até a decisão de compra ajuda a prever os passos do cliente e a propor soluções que se apresentam como barreiras nesse processo (em um e-commerce, uma simples falha operacional pode comprometer a taxa de conversão).

Por que continuar exibindo propagandas de calçados ao usuário que acabou de comprar um? Equívocos como esse são frutos da má segmentação e do mau acompanhamento da jornada do cliente.

Os consumidores de hoje exigem experiências personalizadas, e as marcas que não envolvem o seu público correm o risco de se tornarem obsoletas. O Customer-Centric Marketing é a estratégia para trazer as organizações ao século XXI: tempos em que o cliente tem assento garantido nas reuniões de estratégias de marketing.

A discussão sobre as necessidades de inovar na era digital não acaba por aqui. Você conhece as bases do Marketing 4.0? Aproveite para ler o nosso artigo sobre esse tema!

Eduardo Carboni Tardelli

CEO na upLexis Engenheiro de software formado pela POLI-USP com pós em Administração pela FGV-SP. É Sócio e CEO da upLexis Tecnologia com perfil empreendedor, visionário, responsável pela definição e execução estratégica da empresa, investimentos e inovações em produtos e serviços, e estudioso do tema Big Data, Inteligência Artificial e Data Driven Companies.

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