Antigamente, somente as empresas de grande porte tinham condições de acessar tecnologias e métodos com um melhor nível real de produtividade. Hoje, contudo, a Transformação Digital nos negócios é uma realidade para companhias de todos os portes, idades, regiões e mercados.
A corrida da indústria 4.0, também chamada de quarta revolução industrial, já começou e as empresas e líderes que não estiverem atentos para esse fato ficarão rapidamente para trás.
Impactando de forma incisiva e bastante profunda as novas rotinas de trabalho, decisões e maneiras de se entender a relação existente entre o negócio, o cliente e demais players de mercado, essa nova realidade pode ser percebida por meio de uma série de mudanças no ambiente corporativo.
A Transformação Digital nos negócios e a nova cultura
Ao se falar de cultura, é necessário deixar claro que ela é impactada, mas, ao mesmo tempo, também faz parte do próprio processo de mudança. Sendo a síntese da expressão de um grupo de pessoas dentro de um determinado contexto e período de tempo, a cultura reflete como os indivíduos pensam, se relacionam e se organizam.
Sofrendo uma influência direta da Transformação Digital, a cultura do negócio tende a se ajustar buscando uma nova forma. Nesse momento, fica fácil perceber que soluções prontas e rotinas copiáveis de outras estruturas similares tornam-se práticas obsoletas e pouco produtivas.
O pensamento crítico ganha mais espaço e as decisões começam a ser tomadas de uma forma mais horizontalizada para garantir o ganho de competitividade por meio de processos mais rápidos e eficientes. Mais do que isso: várias mudanças de rota são feitas por meio da interação entre as estratégias do negócio e a capacidade de respostas dos sistemas utilizados na produção.
Vale ainda lembrar que produção, a cada novo dia, precisa ser menos entendida como uma rotina de fabricação estática e pouco mutável e mais como um grupo de atividades dinâmicas dentro de um negócio que tem como principal objetivo agregar a um produto ou serviço os valores e benefícios desejados pelo mercado.
Os novos rumos da liderança e da gestão
Antigos planejamentos estratégicos chegavam a ser traçados, no caso de grandes indústrias, vislumbrando prazos de até 20 anos. Por mais que seja de extrema importância a realização de um plano de ação e da identificação de metas e objetivos, não há mais um horizonte tão amplo que consiga desconsiderar as mudanças que ocorrem no mercado e no mundo a cada dia que passa.
É por isso que os líderes devem pensar em montar suas estratégias com base no comportamento e anseios dos clientes (e futuros clientes) em vez de terem como base a própria empresa. Assim como o referencial para a definição de preço de venda — que antes era baseado em custos e hoje é referenciado na percepção do cliente — mudou, também precisa ser entendido que o futuro das organizações deve ter um novo foco.
Com base nessas alterações, a gestão operacional é outra função que deve ter sua responsabilidade reconfigurada. Não mais tratando de acompanhar indicadores de resultados absolutos, ela tem que considerar valores relativos. O Business Intelligence aliado ao Big Data são agora os alicerces de onde sairão os parâmetros que vão indicar o patamar de sucesso de qualquer linha de produtos.
Mais do que antes, a empresa não vai ficar olhando se está conseguindo oferecer serviços e soluções que têm uma boa aderência, seja nas gôndolas de supermercados, nos apps responsivos a cada tipo de gadget, no balcão de serviços, no carrinho do e-commerce ou qualquer outra plataforma. Elas precisam olhar para a experiência do cliente, o que ele quer agora e como. Além disso, precisam começar a aprender a descobrir o que ele irá demandar em seguida.
A dinâmica dos processos orientados
A primeira revolução industrial foi o ponto de partida para o desenvolvimento de uma série de estudos e teorias da Administração que evoluíram o conhecimento a respeito da gestão de negócios. Foram desenhadas formas de se gerenciar pessoas, recursos materiais, estoques e processos.
De lá para cá, o estudo de tempos e movimentos, que influenciou tantas empresas e organizações que vieram em seguida, foi refinado e deu origem a ferramentas como a metodologia Lean e o estudo do Sigma dos processos.
Por mais que ainda existam empresas que não conseguiram se adaptar muito bem a esses modelos enxutos e ágeis, a Transformação Digital já carrega uma outra responsabilidade que é a busca pela conquista dos processos orientados.
Mais do que se ter uma rotina que evita desperdícios, torna estoques menos onerosos (seja evitando rupturas ou adequando demandas mínimas e máximas) e faz da melhoria contínua uma política de trabalho, os novos processos precisam ser interligados e também inteligentes. A inteligência artificial já existe há mais de 20 anos na prática, mas agora não será mais uma vantagem competitiva e sim uma obrigação.
Durante a “esteira de produção” a nova gestão deve focar esforços em conseguir desenvolver um trabalho que faça com que seus processos sejam direcionados para a agregação de valor ao produto ou serviço ofertado. Tudo aquilo que não for fazer com que a percepção do cliente seja melhorada deve ficar de fora do processo produtivo. O objetivo não é fazer mais, mas sim fazer melhor.
Um novo olhar perante ferramentas e tecnologias
Com relação à Transformação Digital, é muito importante que se entenda que as soluções digitais não são mais fontes de apoio para o desenvolvimento do negócio. Elas são a base.
O marketing digital é uma fase, já superada, em que as organizações começaram a perceber que o outbound já não conseguia trazer, pelo menos sozinho, resultados que fossem competitivos quando realizadas análises de CAC (custo de aquisição por cliente) e desperdícios de verba de marketing.
Depois de vencido esse processo, fica mais fácil perceber que a tecnologia e os novos sistemas de gestão passam a ocupar o lugar de maior destaque na produção e condução dos negócios. Eles estão ocupando o cerne de todo o empreendimento.
Como é possível enxergar o sistema produtivo, avaliando desde os pontos externos dos canais de distribuição até a medição de resultados percebidos no pós-venda, é a inteligência que comanda todo o negócio, do início ao fim. Ela também é de extrema importância na hora de se fazer correções de rota de maneira estratégica.
Para entender um pouco mais sobre o assunto e como a Transformação Digital nos negócios pode ser aplicada de maneira objetiva na sua organização, leia também: sua empresa precisa de mudanças para criar uma estratégia de Transformação Digital.