A Transformação Digital no setor de energia tem aspectos de alta relevância, uma vez que impacta diretamente na nossa qualidade de vida no futuro.

A demanda pela produção de energia limpa traz oportunidades de mercado no setor e, ao mesmo tempo, depende de iniciativas capazes de diminuir custos para viabilizar alternativas mais sustentáveis.

Sem dúvida, essa realidade oferece um imenso campo de trabalho para criação de soluções de problemas complexos. A tecnologia será determinante nesse processo e, por isso, desenvolver as competências para aplicá-la de forma efetiva no setor é uma necessidade de urgência. Então confira o contexto, as oportunidades e o futuro da transformação no setor energético.

Impactos das novas tecnologias neste setor

Basicamente, a tecnologia influencia o setor energético em dois aspectos de sentidos opostos. O primeiro se refere a maior necessidade de gerar energia. Obviamente, a tecnologia não funciona sem ela e, quanto mais escalamos negócios e produtos, maior o consumo geral.

Por exemplo, a necessidade de refrigeração e de consumo das próprias máquinas em data centers têm um impacto importante no nível de demanda por energia. Além disso, conforme novos recursos tecnológicos passam a ser usados em campos em que não existiam, como é o caso da Internet das Coisas, esse nível de consumo aumenta ainda mais.

O segundo aspecto ocorre na contramão desse primeiro. Ou seja, as novas tecnologias evoluem no sentido de otimizar recursos de forma sistemática e podem contribuir com isso no setor de energia. Ao mesmo tempo, embora a necessidade de processamento aumente e, em consequência, demande por mais energia, também desenvolvemos soluções de hardware mais econômicas.

Desse ponto de vista, a Transformação Digital trouxe desafios significativos para o setor, tanto em termos de geração de energia, quando de distribuição dela. Especialmente em países continentais, como o Brasil, distribuir energia em todo o território pode ser bastante complexo.

Em paralelo a essas necessidades, existe uma grande pressão mundial para a diminuição do uso de formas de geração prejudiciais com a criação de novas soluções para o meio ambiente. Principalmente as com alta emissão de carbono, como a queima de carvão, ainda bastante utilizada em alguns países, mesmo entre os desenvolvidos.

O panorama brasileiro

Desse ponto de vista, podemos dizer que o Brasil tem suas vantagens e, ao mesmo tempo, certo nível de comodismo em decorrência delas. Nossa matriz energética é basicamente de origem hidrelétrica, considerada limpa.

Isso fez com que nos preocupássemos menos em desenvolver a geração eólica e solar, apesar de serem bastante viáveis no Brasil em razão de ser um país tropical, com sol e ventos em abundância — especialmente na região nordeste.

Mas, embora não tenha impacto direto na camada de ozônio, as grandes hidrelétricas criam enormes lagos. É preciso deslocar populações e animais, e o ambiente sofre graves alterações.

Só recentemente que o Brasil começou a investir com um pouco mais de entusiasmo na energia eólica e solar. Por isso, há um campo imenso de crescimento nesses setores.

Porém, é muito importante considerar que o Brasil pode ser tido como um exemplo de geração de energia limpa. Em comparação com países do mesmo porte, nossas emissões são baixas. O nosso maior problema nesse aspecto está no desmatamento ilegal.

Do ponto de vista comercial, alguns especialistas entendem que o país está em uma vantagem competitiva em relação a outros emergentes, já que pode assumir compromissos ambientais mais ambiciosos. Além de ser um motivo de orgulho, do aspecto comercial isso é bastante relevante, pois os consumidores europeus, por exemplo, valorizam produtos ecologicamente responsáveis.

As soluções de hoje e as previstas para o futuro

A revolução digital está chegando ao setor de energia. Geração distribuída e redes inteligentes exigem novos recursos e acionam novos modelos de negócios. Para prosperar em meio a esses desafios, a solução será um sistema totalmente digital. À medida que a transformação cria impulso, ela deve abrir oportunidades digitais mais profundas em um campo amplo.

As oportunidades estão presentes ao longo de toda a cadeia de valor do setor de energia, da geração à gestão do relacionamento com o cliente. Muitos lançaram aplicativos móveis para notificação, apresentação e pagamento de faturas, bem como para gerenciamento de interrupções.

Em pouco tempo, os aplicativos móveis se estenderão até residências inteligentes e edifícios conectados. O gerenciamento digital de recursos de energia distribuída, de sites individuais para sistemas inteiros, já começou. Muitos projetos dentro das concessionárias têm foco digital e utilizam técnicas da economia digital, como o desenvolvimento ágil.

Medidores inteligentes e a rede inteligente

Essas inovações fornecem grandes volumes de dados. Eles permitem análises, planejamento e diagnósticos baseados em informação em tempo real. As redes inteligentes são mais eficientes e mais baratas, permitindo a manutenção preditiva e a melhor integridade dos ativos. Além disso, os medidores inteligentes são um requisito para os algoritmos avançados.

Ferramentas de produtividade para funcionários

A capacitação móvel destinada a funcionários melhora a produtividade de forma significativa. As empresas podem digitalizar o processo de gerenciamento do trabalho de campo para obter melhores resultados. Isso significa melhor gerenciamento de ativos, engenharia, planejamento, programação e despacho, bem como execução e finalização de tarefas.

Casas inteligentes, edifícios conectados e cidades inteligentes

Muitas concessionárias no mundo já oferecem soluções para gerenciamento de energia em rede que incluem o controle remoto de edifícios. Assim, é possível usar informações de medidores inteligentes para realizar aplicações adicionais com base em medições relativas ao comportamento de consumo.

Governos municipais, regionais e nacionais estão lançando iniciativas de cidades inteligentes, com o objetivo de promover inovação técnica e aplicações sistemáticas da Internet das Coisas em paisagens urbanas. As empresas de serviços públicos estão fazendo parcerias com cidades e construtores com o objetivo de implementar tecnologia de sensoriamento e análise de dados em edifícios de “autoaprendizagem”, como parte do planejamento municipal integrado de energia e meio ambiente.

Para ter uma ideia, 78 cidades europeias se uniram para desenvolver protocolos de digitalização das operações do setor de energia em cidades inteligentes. O esforço é chamado de Parceria Europeia de Inovação de Cidades e Comunidades Inteligentes, e tem como meta atingir 300 municípios até o final de 2019.

Material complementar: Exemplos de cidades inteligentes no Brasil que vão te dar orgulho

Blockchain

Além disso, as tecnologias blockchain, particularmente os contratos inteligentes, têm o potencial de tornar a entrega de energia mais simples e eficiente. Os negócios executados podem ser automaticamente confirmados e registrados no blockchain, reduzindo significativamente os atrasos e os custos de liquidação. Os mercados emergentes podem usar o recurso para adquirir financiamento, possibilitar transações e promover transparência.

Para concluir, é importante lembrar que a Transformação Digital no setor de energia tende a se deparar com uma barreira. Esse é um setor tradicional que atua sobre forte influência regulatória — em alguns países mais do que em outros. Não será uma tarefa simples superar os entraves gerados em razão disso. Ainda assim, as oportunidades estão disponíveis!

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