Os smartphones estão presentes no cotidiano de grande parte da população. Mas você já pensou em ter uma smart home? Isso mesmo: uma casa inteligente.

Trata-se de um lar dotado de tecnologia capaz de controlar a luz, o som e a temperatura, a segurança dos portões de entrada e até tomar decisões em tempo real com base em informações externas para te ajudar a não se atrasar para um compromisso.

É um sinal de que a transformação digital também está chegando às residências. Porém, você sabe o que são casas inteligentes e como funcionam?

Para você compreender melhor o significado dessa tendência que promete invadir os lares de todo o planeta em um futuro próximo, confira este guia sobre o assunto. Nele, explicaremos o conceito e a tecnologia utilizada nas smart homes, os impactos na vida de seus habitantes e se é possível realizar um projeto a custo relativamente baixo.

O que são casas inteligentes?

Encontrar soluções para automatizar as residências a fim de nos dar mais conforto e segurança não é, de fato, uma proposta recente. A 1ª vez que o tema “casa do futuro” veio à tona foi em 1934, em Chicago, nos Estado Unidos. E, nos anos 1960, o desenho animado Os Jetsons sonhava com uma tecnologia até então improvável. Será?

Com revolução digital, impulsionada pelo advento da chamada Internet das Coisas (IoT ou Internet of Things, em inglês), começaram a surgir dispositivos cada vez mais modernos e capazes de automatizar atividades domésticas diárias, além de ampliar a segurança residencial.

Por isso, a tecnologia IoT é o componente-chave da automação residencial e das smart homes. Isso significa que praticamente toda a construção e os equipamentos podem se conectar à internet:

  • portas;
  • janelas;
  • paredes;
  • piscinas;
  • relógios;
  • luzes;
  • campainhas;
  • câmeras de segurança;
  • home theaters;
  • utensílios de cozinha;
  • berços do bebê;
  • e até potes de ração de pets.

Tudo isso pode se comunicar com você de modo remoto ou agir sem sua interferência, mas em seu benefício.

Com um mercado IoT em profunda expansão, estima-se que seu impacto econômico será em breve mensurado em trilhões de dólares, e o número de dispositivos conectados no mundo ultrapassará muitos bilhões. É o que afirma a consultoria estadunidense Ascension Global Technology.

Além disso, o mercado das smart homes deve alcançar o valor aproximado de US$ 34 bilhões até 2022 — um crescimento em torno de 14,5% comparado com 2017, de acordo com a Zion Market Research.

Como funcionam as “casas do futuro”?

De acordo com a empresa Schneider Electric, especialista em gestão de energia, hoje são cerca de 20 bilhões de dispositivos conectados no mundo todo, e daqui a 3 anos esse número pode atingir 50 bilhões.

Isso significa que o crescimento do número de projetos de smart homes é uma tendência crescente. Na Europa e nos Estados Unidos, aproximadamente 18% das residências já possuem algum tipo de automação.

Com o uso da internet, é possível facilitar atividades domésticas para as quais se tem menos tempo hoje. Pelo smartphone ou tablet, é possível programar remotamente qualquer utensílio doméstico ou equipamento que tenha conexão Wi-Fi. Comandos de voz multitarefa agilizam ainda mais o processo.

Isso inclui controlar a temperatura ambiente, abrir e fechar cortinas, programar o forno para cozinhar, regar o jardim, ligar a TV, checar a segurança e o que mais você quiser, desde que tenha dispositivos conectados.

Mas o principal segredo é a automação das funções. Em tecnologias mais sofisticadas como o sistema Fibaro, que utiliza a inteligência artificial, é possível avisar pelo smartphone que você está chegando do trabalho. A partir desse comando, a casa começa a preparar sua recepção, calculando o tempo estimado do trajeto pelo GPS do seu veículo.

CES — Global Stage Innovation, maior feira de produtos tecnológicos do mundo, que acontece em Las Vegas anualmente, apresentou itens sofisticados, como:

  • geladeiras que informam o prazo de validade dos alimentos;
  • fornos que cozinham sozinhos;
  • robôs dobradores de roupa; e
  • vassouras que vasculham o chão em busca de sujeira.

Quais tecnologias são necessárias?

A infraestrutura básica para o início de qualquer automação residencial é um sistema de internet. A rede doméstica será responsável por conectar todos os vários aparelhos inteligentes da casa, da torradeira ao sistema de segurança.

Existe uma variedade de tecnologias de rede doméstica, cada uma com um conjunto de benefícios e deficiências. O Wi-Fi e o Bluetooth são as tecnologias mais conhecidas — porém, nem sempre são as mais eficientes. Em certos casos, o Wi-Fi tem sido evitado por consumir muita energia. O Bluetooth, por sua vez, só pode ser usado em locais pequenos.

Dois protocolos de automação muito usados são o Zigbee e Z-Wave. Ambos utilizam ondas de rádio para promover a comunicação entre os vários dispositivos da casa, mas o Z-Wave é atestado como o mais seguro e possui o selo UL de aprovação para criptografia e anti-jamming. Já o Zigbee às vezes gera conflito conforme a fabricação dos equipamentos.

Também há a tecnologia Insteon, que funciona igualmente com ondas de rádio. Ela emprega a topologia de rede dual-mesh, na qual todos os dispositivos são pareados, transmitem e repetem mensagens independentemente.

Além da rede doméstica inteligente, você vai precisar de um hub que atuará como um sistema central de comunicação entre os diferentes dispositivos. Esse centro inteligente funciona como o cérebro de seu sistema de automação residencial, permitindo que você conecte todos os seus dispositivos a uma única central de controle.

Samsung SmartThings e o Wink estão entre os hubs mais populares do mercado e vêm com seus próprios aplicativos para smartphones. Mas você pode adicionar outros dispositivos — como o Google Home, sensível à voz e que possui um pacote próprio de assistentes virtuais com tecnologia machine learning.

Entenda os assistentes de controle por voz

Você já deve ter percebido que quase tudo na casa pode ser conectado à internet e controlado remotamente por um smartphone ou um alto-falante que reconhece a voz humana.

Então, vamos aproveitar esse espaço para comentar um pouco sobre prós e contras de 3 dos principais assistentes virtuais de comando de voz existentes no mercado. Para que sua casa comece a ficar smart, é preciso escolher um desses assistentes, pois ele será o controlador primário da sua casa inteligente. Confira:

Alexa (Amazon)

Prós

Para quem quer montar uma smart home mais rapidamente, comprar um produto Echo Alexa é a melhor aposta. Os produtos Echo da Amazon são fáceis de configurar e conectar em qualquer lugar, além de estarem entre os mais baratos do mercado.

Os produtos Echo Alexa possuem mais de 10 mil habilidades, e o assistente consegue se conectar ao maior número de dispositivos no mercado. Além disso, seus aplicativos funcionam tanto em sistema Apple quanto em Android.

Contras

Na hora de configurar certos equipamentos, tanto em smartphones iPhone quanto em Android, pode haver conflito. Além disso, os alto-falantes não são bons e nem sempre o Alexa consegue entender o que está sendo pedido. Também não é possível falar diretamente com um smartphone; é preciso se dirigir ao próprio falante.

Com relação às políticas de privacidade, a Amazon não se responsabiliza pelos dados coletados por produtos de terceiros que trabalham com o Alexa. É uma incumbência do proprietário tentar descobrir para onde vão suas informações, contatando as respectivas empresas.

Google’s Assistant

Prós

Tanto o Speaker do Google quanto os mais recentes smartphones com sistema operacional Android incluem o assistente de voz. O Google Home é mais barato que o Echo da Amazon.

Em termos de inteligência artificial, este assistente é melhor que o Alexa e o Siri, porque é alimentado pela engenharia de busca do próprio Google. Isso significa que se for feita uma pergunta mais ampla, a chance de haver uma resposta precisa é maior.

Contras

Apesar de ser melhor que o Alexa, a quantidade de produtos domésticos inteligentes que suportam o assistente da Amazon é muito maior do que os produtos compatíveis com o assistente do Google.

Chamar o assistente dizendo “OK, Google” também pode ser irritante para alguns usuários. Além disso, a qualidade de áudio do Google Home é ruim. Alguns especialistas em segurança discordam da política coleta de informações do usuário, por considerarem-na vaga.

Siri (Apple)

Prós

A segurança desse assistente é um diferencial. A Apple procurou trabalhar diretamente com os fabricantes dos aparelhos domésticos de maneira a garantir que os dados transferidos entre acessórios e dispositivos sejam seguros e criptografados.

A integração do HomeKit da Apple com os dispositivos móveis facilita a configuração do Siri com os acessórios da casa.

Contras

O Siri é exclusivo da Apple e, por causa dos requisitos rigorosos de privacidade exigidos pela empresa, houve demora até que mais acessórios chegassem ao mercado. Com isso, há menor oferta para o consumidor.

Assim como o Alexa, o Siri também tem dificuldade em entender o que o usuário está pedindo para fazer.

Quais acessórios inteligentes adquirir?

Depois de ter configurado a estrutura de rede da sua casa, é hora de sair às compras dos aparelhos que darão vida ela.

Mas atenção! Apesar de o mercado da tecnologia IoT e de o número de produtos que já utilizam inteligência artificial ser vasto, isso não significa que seu custo ainda seja totalmente acessível a todos os bolsos.

Com tantas opções, talvez você nem saiba por onde começar. Então, listamos a seguir alguns itens básicos para qualquer residência automatizada e alguns utensílios domésticos que chamam a atenção pelas facilidades smart:

Hubs e controladores

Como dito, os hubs são os cérebros da casa. É por esse controlador central que vários dispositivos podem ser acionados remotamente pelo celular ou tablet.

O SmartThings da Samsung, por exemplo, tem uma grande vantagem de poder ser conectado a vários dispositivos usando Wi-Fi, Z-Wave, e Zigbee.

Uma variedade de produtos pode ser integrada ao hub, como:

  • sensores de umidade;
  • sensores de movimento;
  • alertas de portas;
  • alertas de janelas;
  • alertas de armários e gavetas.

Ele ainda pode ser programado para realizar uma série de tarefas simultaneamente de acordo com a rotina do morador do imóvel.

Já o Wink Hub também consegue controlar via smartphone dispositivos de marcas diversificadas. Entre suas funcionalidades, é possível configurar um sensor de movimento a um bulbo inteligente de iluminação para que as luzes se acendam quando alguém passar.

O Google Home, por sua vez, é um assistente pessoal que é acionado por meio da voz de qualquer lugar da casa. Com ele, é possível realizar uma série de atividade ao mesmo tempo, tais como:

  • ouvir música;
  • acompanhar o trânsito;
  • ver a previsão do tempo;
  • organizar a agenda;
  • acender e apagar luzes;
  • gerenciar atividades domésticas.

Câmeras inteligentes

Como a segurança não deixa de estar em pauta, as câmeras de monitoramento são indispensáveis em muitas residências.

Além de sensor de som e movimento, algumas delas oferecem recursos de detecção de voz e conseguem ser pareadas com outros dispositivos domésticos inteligentes, como é o caso do Arlo Pro 2, que inclui vídeo de alta resolução e suporte para comandos de voz da Amazon Alexa.

Em outro exemplo, os modelos de câmera Nest Cam funcionam tanto indoor quanto outdoor. Utilizam Wi-Fi para enviar sinais de vídeos em até 1080p para o proprietário monitorar seu imóvel desde um smartphone ou PC. Assim como a Arlo Pro, também tem sensor de movimento ou áudio em zonas pré-configuradas.

O modelo para área externa sabe diferenciar o movimento de pessoas e animais e possui sensor de 4K. Ainda, é possível assinar um serviço em que é possível receber vídeos armazenados on-line em forma de clipes, que podem ser vistos sempre que quiser.

Fechaduras e sistemas de segurança

Somam-se às câmeras os sistemas de segurança e fechaduras inteligentes.

Um dos melhores do mercado é o Smart Lock Pro + Connect. O modelo mais recente oferece compatibilidade com Z-Wave e tem conexão com Wi-Fi. É fácil de instalar e pode ser controlado remotamente por meio do Alexa, Google Assistant ou comandos de voz Siri.

Outra opção é o Abode Home Security Starter Kit. Esse sistema é fácil de instalar e pode ser pareado com dispositivos que utilizam tecnologia Z-Wave e Zigbee. Inclui fechaduras de portas, luzes e switches inteligentes e dispositivos Nest para oferecer cobertura à casa toda. Também tem comandos de voz da Amazon Alexa.

Reguladores de temperatura

Os termostatos são itens quase obrigatórios na hora de automatizar uma casa.

Alguns dispositivos mais sofisticados — como o Ecobee4 — permitem controlar pontos frios ou quentes em diferentes salas. O referido modelo também inclui serviços de voz incorporados à Amazon Alexa. Com ele também é possível realizar outras tarefas, como fazer compras, tocar músicas e pesquisar informações e notícias.

Outro exemplo é o Nest Learning Thermostat, que pode ser controlado de um smartphone, tablet ou PC. A última geração tem muitos sensores em relação aos modelos anteriores, incluindo uma cerca virtual e um medidor de temperatura.

Iluminação

Entre os mais completos sistemas de iluminação inteligente para residências e está a linha de lâmpadas Philips Hue. A intensidade de suas lâmpadas pode ser controlada remotamente, assim como sua coloração (incluindo degradê para luz branca).

A Philips Hue é compatível com todos os outros sistemas de controle. Para quem não quer saber de cores, em breve vem aí a Hue White por um preço considerado “pechincha”, pelo menos para lâmpadas inteligentes.

Utensílios de cozinha

Ao se deparar com utensílios de cozinha, os olhos dos aficionados por essa área certamente vão brilhar. Com os seguintes aparelhos, ninguém mais precisa se preocupar com a comida, já que eles podem ser controlados remotamente.

June, por exemplo, é um forno elétrico inteligente que vem com Wi-Fi, uma câmera e inteligência artificial capaz de monitorar o cozimento de qualquer coisa sem grande participação de pessoas.

Basta selecionar o que vai comer e aguardar até que o forno pergunte se o prato está no ponto. Os resultados são considerados muito bons para pratos com peixe, carne, vegetais e até panquecas.

Se alguém tem que fazer o trabalho duro, que seja a fritadeira. E para isso existe a Tefal Actifry Smart XL, uma fritadeira alimentada por Bluetooth que permite disparar 200 receitas diretamente do smartphone ou tablet.

O aplicativo da fritadeira controla temperaturas e ainda dá instruções passo a passo sobre o que ela pode fazer. Além disso, é daqueles modelos que levam pouco óleo e garantem uma comida crocante e mais saudável.

E voltamos à Samsung, desta vez com o refrigerador Family Hub, que pode ser controlado por smartphones. Dentro da geladeira há câmeras que captam imagens da comida e permitem decidir se é preciso fazer mais compras ou não. Além disso, há um display que permite assistir televisão, ouvir música, fazer compras e checar agenda.

Itens de limpeza

Um dos grandes benefícios da tecnologia IoT é facilitar a limpeza da casa. Embora não tenha conexão em rede, esses 2 aspiradores são dignos de nota.

Eufy RoboVac 11 é um robô-aspirador silencioso e que limpa bastante bem e acompanha controle remoto. Já o modelo Braava Jet 240, além de ser igualmente pequeno e silencioso, borrifa jatos de água para uma limpeza mais profunda, fazendo uma varredura úmida.

São ideais para locais pequenos.

Quais as vantagens e desvantagens de uma smart home?

Sem dúvida, a automação doméstica e a tecnologia inteligente proporcionam mais conforto e conveniências à sua casa. Mas também há algumas desvantagens.

Veja a seguir os pontos positivos e negativos de uma smart home:

Pontos positivos

Economia

Uma casa inteligente chega ter um custo 30% menor para funcionar que casas convencionais. Já existem companhias de seguro, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, que oferecem descontos a residências que operem no modelo smart.

Conveniência

Autoajustes feitos pelos aparelhos, como controle de temperatura e pré-aquecimento automático de fornos, proporcionam maior tranquilidade ao morador e conforto.

Segurança

Este quesito também é positivo, pois os sensores nas portas informam se ela for aberta na sua ausência. Alguns sistemas informam se há gente diante da residência e você pode até falar com esses visitantes remotamente.

Praticidade

A utilização da tecnologia smart é muito fácil, pois foi pensada para não dar dor de cabeça ao usuário. Não é preciso de muita familiaridade com todo esse aparato para começar a usar.

Pontos Negativos

Vulnerabilidade

Como em toda tecnologia digital, as smart homes também estão vulneráveis a ataques de hackers. Em alguns casos, criminosos chegam a roubar senhas e informações de automação pessoal, se armazenadas no computador. É importante que todas as senhas estejam colocadas em local seguro.

Despesas

O custo da compra de dispositivos e aparelhos inteligentes é bem maior do que os convencionais.

Confiabilidade

Certos dispositivos podem causar interferências em outros sistemas domésticos inteligentes. Por isso, o cuidado é maior. Existem tecnologias anti-interferência de sinal, mas são muito caras e requerem instalação profissional.

Como calcular um projeto?

Especialistas asseguram que um projeto de smart home pode compor, em média, de 1% a 5% do valor total do imóvel. Mas tudo depende de quais conveniências o proprietário deseja implantar em sua residência e de quais ambientes vai querer automatizar, já que a variedade de combos smart é bem vasta.

Logicamente, o tamanho da casa e o design final do projeto impactam o valor. Além disso, conforme a quantidade de espaços, determinados sistemas terão melhor custo-benefício do que outros.

O melhor a fazer para evitar gastos muito altos é deixar pontos abertos na residência para poder expandir determinados sistemas. Isso funciona principalmente para sistemas de áudio.

Mas ter seu lar, smart lar não é tão assustador. No Brasil, por exemplo, é possível realizar um projeto para um imóvel com 70 metros quadrados a partir de R$ 6 mil — incluindo controle por tablet, aparelhos de som e imagem, iluminação, ar-condicionado e sistemas de irrigação no jardim.

Além disso, é possível adquirir um kit de automação por um valor bem inferior, por pouco mais de R$ 1,5 mil, e outros equipamentos isolados, conforme sua vontade.

Agora que você já sabe o que são casas inteligentes e como funcionam, vale apenas conferir como a transformação digital está permitindo que as cidades funcionem de forma mais eficiente e organizada.

Inteire-se sobre esse assunto lendo o post Smart cities: como a transformação digital pode melhorar as cidades!

tecnologiaTecnologia
Tecnologia da Informação Efeito Mr. Robot: o que é segurança da informação e por que é para todos
Atendimento Digital Táticas para otimizar processos em centrais de atendimento
[contact-form-7 id="21113" title="ebook"]