Com a era digital, a tecnologia passou a ser a plataforma de negócios de muitas organizações e mudou a maneira como as empresas se relacionam com seus públicos — dos clientes aos funcionários.

Nesse novo modelo organizacional, soluções de telecomunicação rompem barreiras geográficas e o trabalho remoto expande-se. Em tal cenário, a gestão de pessoas também se modifica para acompanhar esse novo mindset.

Como você tem encarado essas mudanças? Para ajudá-lo a refletir sobre isso, apresentamos neste post 4 pilares para a gestão de pessoas na transformação digital, a fim de que sua empresa não desperdice seus grandes talentos e ganhe excelência em produtividade.

1. Tecnologias para gestão de pessoas

A crescente utilização de novas tecnologias, como cloud computinginteligência artificial, machine learning e sistemas de comunicação corporativos, tem acarretado transformações consideráveis na perspectiva da gestão de colaboradores.

Onerosas estruturas de data center vêm sendo substituídas por tecnologias mais econômicas, que automatizam processos e possibilitam aos colaboradores uma experiência muito mais produtiva.

E graças à conectividade ininterrupta, softwares de gerenciamento de desempenho permitem aos gestores estabelecer metas de forma mais colaborativa e eficiente. Além disso, os membros dos times conseguem compartilhar informações de onde estiverem e receber constante feedback.

Tais soluções de gestão estreitam a interação entre gestores e funcionários, corrigindo problemas e possibilitando um aprendizado contínuo de todo o time. Veja alguns benefícios da implantação de sistemas que otimizam a gestão de pessoas:

  • armazenamento seguro de grande volume de informações confidenciais;
  • velocidade das operações com o compartilhamento de dados na nuvem;
  • reuniões e entrevistas a distância por videoconferência;
  • gestão do tempo, com informações de frequência e horas extras;
  • gerenciamento das tarefas distribuídas pelos times e eficiência do trabalho;
  • organização das mensagens de e-mail e chat trocadas entre as equipes;
  • eficiência na estruturação dos processos seletivos.

2. Habilidades de gestão no ambiente digital

Nesse novo cenário, pautado por um ambiente colaborativo, as pessoas definitivamente estão no centro de todas as ações. Faz-se necessária uma abordagem multidisciplinar e uma comunicação efetiva com todos os stakeholders de cada projeto.

Apesar da presença massiva das tecnologias, as relações interpessoais tornaram-se objeto de amplo valor para as organizações. Saber lidar com a diversidade de personalidades revela enorme vantagem competitiva para as organizações.

Isso inclui levar em consideração características individuais, como personalidade, comunicação, estilo e até a atitude dos colaboradores. A partir dessa análise, o gestor identifica os profissionais que melhor se encaixam dentro de cada projeto.

Além disso, a atuação dos líderes necessita encorajar o crescimento e desenvolvimento pessoal de cada colaborador, por meio de constantes ensinamentos e motivação. Por isso, um bom líder precisa combinar em sua atuação tanto a expertise em tecnologia quanto as habilidades de gerenciamento empresarial e gestão de talentos.

3. Gestão de colaboradores remotos

De acordo com a consultoria norte-americana Gallup, 43% dos trabalhadores nos Estados Unidos já desenvolvem algum tipo de trabalho remoto, ou seja, passaram algum tempo de sua rotina fora dos ambientes formais de trabalho — e esse percentual vem subindo nos últimos seis anos.

No Brasil, o trabalho remoto também tem sido uma realidade em muitas organizações, inclusive em seu formato “mais formal”, o home office. Algumas empresas trabalham de modo quase completamente remoto, com equipes presenciais enxutas, enquanto outras apostam em times mistos (parte presencial e outra espalhada por diferentes locais).

Segundo Priscilla Pimenta, gerente de times remotos da Ignição Digital, podem ser adotados alguns procedimentos para uma gestão eficiente. Confira!

Estabeleça sua metodologia de trabalho

Primeiramente, defina o modelo de trabalho que melhor atende às necessidades da sua empresa. Trabalho por projetos, ciclo de tarefas, times rotativos e escalas de pessoal são alguns exemplos.

Além disso, considerando uma escala de trabalho rotativa, todos os colaboradores podem realizar quaisquer atividades e ter integração maior nas equipes.

Adote uma ferramenta de gestão remota

Softwares, como o Trello, possibilitam a interação entre os líderes e colaboradores. Seu formato responsivo permite conectividade full-time. Vale lembrar que a complexidade da ferramenta varia de acordo com o que a empresa necessita.

Adote uma ferramenta única de comunicação

É importante que todos os times alinhem sua comunicação por meio de uma mesma ferramenta digital. Uma das mais utilizadas é o Slack, com design responsivo e sincronização para smartphones. Esse software possui versões free e pagas, conforme a quantidade de usuários.

Tenha reports diários

É importante criar lideranças temporárias para cada projeto ou conjunto de tarefas. Esses sublíderes serão a ponte entre coordenadores e as áreas operacionais. Eles serão os responsáveis por reportar diariamente os resultados alcançados, as metas para o dia seguinte, o status do projeto e dizer como as pessoas estão se sentindo com aquele trabalho.

Ratifique os valores da organização no ambiente remoto

Os valores e a cultura organizacional precisam estar arraigados igualmente em colaboradores presenciais ou remotos. A mesma forma de pensar e agir tem de ser alinhada para todos os ambientes, a fim de que o trabalho a distância tenha a mesma qualidade que os profissionais locados na empresa.

Quem é home based não pode ser relegado à segunda classe. Se os valores organizacionais atingem todo o universo de colaboradores, a motivação e o engajamento aumentam, acarretando maior performance.

4. Liderança de Millennials

Liderar Millennials é uma realidade. A projeção Millennial Careers: 2020 Vision, da ManpowerGroup, afirma que, em 2020, essa geração, nascida entre 1981 e 1997, ocupará um terço dos postos de trabalho no mundo. Segundo o estudo, os Millennials baseiam-se em cinco prioridades para a escolha de um emprego:

  1. dinheiro (92%);
  2. segurança (87%);
  3. tempo livre ou férias (86%);
  4. pessoas interessantes (80% — no Brasil, esse percentual chega a 91%);
  5. flexibilidade de horário (79%).

A partir disso, é fácil ver que salário não basta para determinar a escolha de um emprego. É necessária uma contrapartida muito mais ampla e que os levem à autorrealização profissional e pessoal.

Os Millennials não têm medo de mudança. Embora ainda existam muitos trabalhando em tempo integral, eles se consideram totalmente abertos a formas de emprego não tradicionais, como carreiras freelancer, gig work, portfólio com múltiplos empregos e a realização de empreendimentos.

Trata-se de uma geração impaciente, mas não no sentido pejorativo. Os Millennials tem a característica de “questionar o status quo constantemente e querer resultados mais rápido”, afirma o especialista em gestão de equipes, Maurício Stelling.

Então, como atrair, reter e desenvolver Millennials?

Stelling sugere duas preocupações principais para garantir a motivação:

  • criar um ambiente vibrante, cheio de energia, desafios e oportunidades e levar esse ambiente contagiante para dentro das equipes;
  • ter transparência e evitar que informações importantes fiquem retidas a determinadas camadas da organização.

Corroborando essas premissas, veja cinco sugestões que o referido estudo da ManpowerGroup dá para aumentar o engajamento de Millennials:

  1. demonstre que permanecer na companhia pode impulsionar a carreira do colaborador, por meio de exemplos de reais de sucesso;
  2. crie oportunidades para que os Millennials trabalhem em diferentes times, a fim de adquirirem maior experiência e construírem seu network;
  3. estreite a comunicação com os Millennials por meio de constantes feedbacks, conduzindo a conversa de maneira que enxerguem meios de impulsionar sua carreira;
  4. para maior engajamento dos Millennials, encontre novos canais que facilitem o feedback cara a cara e encorajem o reconhecimento por parte de gerentes e seus pares;
  5. entenda que pausas no trabalho por razões pessoais às vezes são necessárias. Torne a flexibilidade de horário parte da rotina da empresa e deixe claro o que a organização pode oferecer;
  6. ofereça postos de trabalho com atrativos diferentes do tradicional full-time, adotando modelos como meio período, freelancers ou trabalho por portfólio.

Agora, você já compreende a necessidade de adotar uma nova gestão de pessoas para aumentar a produtividade da sua empresa e o engajamento profissional. Então, aprofunde-se ainda mais nesse assunto lendo o post sobre como reter talentos na era digital com 7 movimentos estratégicos!

Georjes J. Bruel

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