Para valorizar a importância das ferramentas para transformação digital, é preciso entender que elas devem atender necessidades diferentes das de tempos atrás. É uma lógica simples, quando partimos da visão de que elas se aplicam na construção de uma realidade nova, mas que pode ser difícil enxergá-las quando estamos envolvidos com a rotina diária.

Por mais bem-sucedido que seja o negócio e por mais que ele esteja amparado pelo uso de tecnologias, ferramentas e uma equipe de excelência, esses recursos posicionaram a empresa até o momento, mas isso não significa que eles serão suficientes para mantê-la no mesmo patamar ao serem projetados no futuro.

Esse é um tema para pensar e não pretendemos esgotá-lo nesta postagem, mas nos pareceu fundamental iniciá-la provocando essa reflexão para que, ao analisar as ferramentas abaixo, você as veja como sementes de um futuro promissor para o seu negócio. Continue a leitura e entenda!

Modelos de negócios

A base da construção desse futuro pode ser percebida no modelo de negócios adotado. É ele a ferramenta que permite definir quem são os clientes, quais os canais de acesso a eles, qual a proposta de valor, a estrutura necessária para entregá-la e como a empresa obterá lucro.

Os antigos modelos de negócio são, para a empresa, como códigos de programação são para softwares: regras de ações. No caso das organizações, elas são determinadas pela cultura presente na equipe ao gerenciar processos e definir estratégias.

Para manter a relevância da empresa no cenário atual e no futuro (mutável, digitalizado e altamente dinâmico), é preciso repensar o modelo com base em uma cultura coerente com o mundo atual e outro que ainda está sendo construído.

Nessa realidade, produtos e tecnologias continuam importantes, mas como ferramentas para entregar uma solução de valor, de modo que a competitividade é determinada muito mais pela forma como elas são disponibilizadas: com novos modelos comerciais e de relacionamento.

Digital Capability Framework

Para o nosso objetivo com este texto, importa entender que a transformação exige competências específicas que precisam ser construídas.

O Digital Capability Framework (DCF) descreve os principais recursos que as empresas precisam considerar se quiserem abordar sua transformação digital de forma sistêmica, ou seja, considerando os ponto-chave, como eles se relacionam uns com os outros e as variáveis possíveis.

Quando pensamos em transformação digital, é natural observarmos o marketing digital e os canais com o cliente, mas existem outras variáveis influenciando o resultado geral, como a força de trabalho e a eficiência operacional, nas quais as novas competências precisam ser construídas.

Unilever, por exemplo, usou o DCF para identificar e estruturar as áreas que apresentavam gargalos. No caso de uma empresa tão grande, qualquer pequeno erro ou atraso representa cifras astronômicas de prejuízo. Por isso, a ferramenta ajudou, principalmente, a melhorar o controle de informação, a logística, o faturamento e a análise de mercado.

Métodos de inovação

Vamos começar esse tópico relembrando o conceito básico da inovação, que a descreve como a aplicação bem-sucedida de algo novo. Ou seja, “algo novo” é simplesmente uma invenção. Ele passa a se caracterizar como inovação quando é aceito pelo mercado e reconhecido por entregar um valor superior.

Mudanças pontuais podem garantir redução de custos e melhorar a eficiência, mas não adaptam a empresa à transformação digital se não significarem uma inovação real. Por isso, a gestão da inovação é uma ferramenta fundamental no processo.

A inovação precisa centralizar a jornada de transformação. Além disso, deve operar em conjunto com ferramentas utilizadas por cada líder. Embora existam muitos métodos de inovação, nesse contexto, podemos priorizar quatro abordagens:

  • inovação aberta: uso de ideias internas e externas para aprimorar a tecnologia;
  • cocriação: envolve os clientes no processo;
  • scouting: especialistas são encarregados de identificar novas oportunidades de parceria, codesenvolvimento, licenciamento ou aquisição;
  • Design Thinking: baseada em ferramentas do designer para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos para o sucesso empresarial.

Gestão de transformação empresarial

Embora a inovação ajude a alavancar novas soluções, ela pode não ser eficiente sem o gerenciamento efetivo da própria transformação. Pode parecer uma redundância afirmar isso, afinal, a inovação gera transformação. Porém, ela pode ser apenas incremental. Um bom exemplo é a indústria automobilística.

Ela inova todos os anos com alterações de design e novos acessórios, mas a transformação passa por inovações mais estruturais, como o modelo comercial de locação em substituição ao de venda e, num prazo mais longo, os carros autônomos e outras possibilidades que ainda nem pensamos.

Por isso, a Metodologia de Gerenciamento de Transformação Empresarial (BTM²) é uma das ferramentas mais importantes dentre as que citamos neste texto. Ela está integrada ao Framework de Capacidade Digital que já mencionamos no segundo tópico e consiste em quatro fases de transformação:

  • envision: a visualização do cenário futuro;
  • empenho: criação do modelo;
  • transformação: aplicação da transformação;
  • otimização: aprimoramento da transformação.

Disciplinas de Gerenciamento de Transformação Empresarial

Para aplicação da ferramenta, devem ser consideradas algumas disciplinas ou temas. Por exemplo:

  • gerenciamento de estratégia: determinando a direção que a transformação deve seguir;
  • gerenciamento de valor: para garantir a entrega de valor para o cliente;
  • gerenciamento de riscos: avaliação dos riscos envolvidos na aplicação da transformação;
  • gerenciamento de projetos e programas: gestão dos planos de ação e processos para ativar a inovação;
  • gerenciamento de transformação de TI: garantindo os recursos para habilitar a mudança;
  • gestão de mudanças organizacionais: aplicação de alterações no modelo para viabilizar a inovação;
  • competência e gestão de treinamento: garante as capacitações necessárias para a equipe.

Erros na aplicação de ferramentas de Transformação Digital

Os erros abaixo não são uma declaração de guerra contra as práticas relacionadas, já que elas podem funcionar se aplicadas de uma maneira diferente. Em razão disso, vamos relacionar alguns erros que podem ser observados, merecem nossa atenção e podem se configurar como lições aprendidas.

Caixa de sugestão

Apesar de ser uma ótima iniciativa, as caixas de sugestão nem sempre significam mudanças concretas dentro das empresas. A causa disso é a dificuldade de conseguir que as pessoas se engajem na mudança e, de fato, considerem as sugestões.

Rede social empresarial

A criação de uma rede social empresarial deveria trazer mais benefícios do que de costume. A gestão desse recurso deveria priorizar mais a comunicação entre departamentos, garantindo maior estímulo dos envolvidos com base na colaboração e uma melhor integração entre canais.

Laboratórios de inovação

Grande parte das empresas criou centros internos de inovação. Infelizmente, eles não funcionam de forma perfeitamente integrada com todos os departamentos e, em razão disso, podem não conseguir gerar mais crescimento para a organização.

Cursos on-line

Apesar de simplificar o processo de capacitação e diminuir custos, o baixo comprometimento dos participantes em tirar proveito da ferramenta pode produzir efeitos abaixo do esperado.

Como prometemos no início, nesta postagem, relacionamos algumas das ferramentas para Transformação Digital. Elas são fundamentais para posicionar empresas com competitividade em um cenário futuro.

Porém, como você deve ter observado, há muito que conhecer sobre a aplicação de cada uma delas para alcançar resultados satisfatórios. Dedicar-se a buscar esse conhecimento é uma atividade importante a ser incorporada à nossa rotina.

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