Torna-se cada vez mais difícil pensar uma realidade em que usar um meio de transporte, consultar o melhor caminho na hora de dirigir, pedir comida ou até conversar com alguém não envolva um aplicativo mobile. E, se é assim na vida social, não deveria ser natural que o mesmo acontecesse no ambiente de trabalho?

Para o Vice-Presidente da LG lugar de gente, Marcello Porto, as companhias já perceberam essa verdade, mas ainda esbarram na insegurança. “Eu acredito que as empresas que ainda não estão inseridas nesse processo têm muito mais receio do quão complexo isso pode ser do que incerteza sobre as vantagens”, avalia.

Contudo, ele explica que esse sentimento é cada vez mais infundado. “Há três ou quatro anos, era mais complicado, porque simplesmente não existiam soluções. Você teria que desenvolver sua própria aplicação. Mas, ao longo do tempo, se existe uma dor de mercado, as empresas vão desenvolvendo soluções e fica cada vez mais simples e fácil implementar uma ferramenta que a resolva”, pontua.

A hora do mobile é agora

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (PNAD Contínua TIC)  realizada pela IBGE em 2020, o percentual de pessoas que acessam a internet pelo celular passou de 97% para 98,1%. Enquanto o mobile ganha espaço, outros equipamentos perdem. O uso de computadores caiu de 56,6% para 50,7% e de tablets, de 14,3% para 12%.

Diante de constatações como essas, Marcello explica que o momento não é mais de avaliar se trazer a realidade mobile para dentro do ambiente da organização pode ser benéfico ou não. “Hoje são poucas as coisas que nós fazemos sem um aplicativo. Partindo disso, eu diria que a questão hoje não é o quanto isso vai favorecer as organizações, mas sim o quanto elas serão prejudicadas por não adotarem essas tecnologias”, alerta.

Vencendo a insegurança

Segundo o especialista, a maioria das empresas ainda evita dar o primeiro passo rumo à implementação de ferramentas mobile por imaginarem o processo como algo muito mais incerto do que realmente precisa ser.

“Nem todas têm, por exemplo, o suporte de um sistema de parceiros como a LG lugar de gente, que tem uma solução mobile que ele poderia adquirir, fazer um plug ‘n’ play e funcionar. O desafio maior é que as pessoas muitas vezes não sabem como vão conseguir viabilizar esse tipo de solução e, às vezes, por falta de informação, relacionam isso a um projeto caro e complexo”, avalia.

Por isso mesmo, Marcello esclarece que, com a evolução do mercado, não é mais necessário que cada organização comece do zero. Pelo contrário, o Vice-Presidente da LG lugar de gente ressalta que diferentemente do que se via há poucos anos, atualmente, implantar a tecnologia mobile nas rotinas da companhia é uma questão de escolher o parceiro certo.

Por onde começar?

Uma vez vencido o receio, é preciso saber por onde começar. Para Marcello, escolher em quais aplicativos mobile a organização deve investir é uma questão de levantar as principais dores a serem solucionadas.

Contudo, ele salienta que o foco dessa decisão está nos colaboradores. “Para escolher por onde começar, eu preciso avaliar quais problemas que meus funcionários têm em relação ao meu RH. Essas soluções mobile geralmente são desenhadas para atendimento aos colaboradores; não servem para resolver o problema somente dos gestores”, afirma.

A partir daí, o especialista pontua que garantir que os membros da companhia usem as ferramentas disponíveis é um obstáculo maior do que o aspecto técnico do processo. Por isso, Marcello insiste na importância de ter as necessidades dos funcionários como parâmetro de decisão.

“Quantos aplicativos não são lançados todos os dias? Mas se as pessoas não os usam de nada adianta, por mais que sejam brilhantes. O desafio maior é entregar algo que seja relevante. As pessoas não usam um aplicativo para resolver um problema que elas não têm. Elas querem resolver um problema que elas têm, de forma mais fácil”, completa.

De acordo com Marcello, as estatísticas mostram que 99% do uso de ferramentas mobile por parte dos funcionários consiste na marcação de ponto e consulta ou emissão do recibo de pagamento. “Diria que se nós entregássemos hoje uma solução mobile sem isso, provavelmente não teríamos adesão”, avalia.

Sendo assim, o especialista reforça que a atenção deve estar voltada para a busca de novas formas mais eficazes de atender necessidades que sempre existiram. “No RH, os problemas são muito parecidos ao longo do tempo. É preciso contratar os melhores profissionais, treiná-los, engajar as pessoas que trabalham comigo, oferecer serviços de autoatendimento etc. O que muda é a forma. No recrutamento, por exemplo, com a introdução de ferramentas de Analytics passou a ser possível cruzar perfis de pessoas para tornar a seleção mais eficiente. É muito difícil dizer, seja no curto, médio ou longo prazo, quais tecnologias vão prevalecer. O que podemos afirmar é que elas vão servir para resolver problemas que já existem de uma maneira cada vez mais fácil”, finaliza.

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