Os nativos digitais estão sendo muito exaltados pelo mercado como uma geração que possui habilidades tecnológicas intrínsecas e de alto valor para as empresas. Mas você sabe quem são os nativos digitais? Conhece as reais capacidades desse grupo?

Algumas das qualidades atribuídas para essas pessoas são mitos. Por isso, neste post você vai entender mais sobre esse grupo e suas reais características e ainda perceber que as diferenças entre as gerações podem ser agravadas pelo foco que os desenvolvimentos tecnológicos têm destinado a determinados grupos.

Millennials X Geração Z

A Geração Y (também conhecida como Millennials ou Geração do Milênio) é um conceito sociológico para denominar aqueles que nasceram no início dos anos 80 até meados dos anos 90. Foi a primeira geração que nasceu em meio aos desenvolvimentos tecnológicos e tiveram acesso às tecnologias, mesmo que de forma incipiente.

Esses pioneiros digitais estão online a maior parte do tempo e gostam de utilizar dispositivos tecnológicos de última geração, como os smartphones. Por terem nascido em uma época de prosperidade econômica, tendem a ser mais otimistas do que realistas, gastadores e frequentemente acabam trocando de emprego em busca de oportunidades e salários melhores.

A Geração Z (Gen Z ou Pós Millennials), por sua vez, abrange os nascidos entre meados dos anos 90 até 2010. A Gen Z é conhecida como nativa digital, a primeira geração que cresceu com celulares, acessando à internet, compartilhando arquivos e assim por diante (desde desenvolvem sua coordenação motora).

Os nativos digitais passaram por uma grande crise econômica e por esse motivo são mais inseguros e insatisfeitos com a realidade econômica e política do país. As principais características dessa geração são de ser mais tolerantes às diversidades, utilizar as tecnologias e, principalmente, utilizar a comunicação entre as tecnologias por meio da internet das coisas (IoT).

Contudo, foram atribuídas outras habilidades à Geração Z, que eram vistas como inerentes dessa geração, como é o caso da capacidade de desenvolver várias tarefas ao mesmo tempo. Este conceito foi muito discutido, como está apresentado no próximo tópico:

Quem são os nativos digitais?

Em 2001, o termo nativo digital foi utilizado pela primeira vez por Marc Prensky, escritor e palestrante americano em educação. A expressão foi criada no início do século XXI para definir aqueles que cresceram em uma cultura digital e que, por isso, teriam habilidades diferenciadas, como processar múltiplas vias de informação e usar intuitivamente as ferramentas tecnológicas.

Com a evolução da interação das pessoas com as tecnologias e com o espaço que os dispositivos eletrônicos e ferramentas digitais foram ganhando no cotidiano da humanidade, o significado do termo nativo digital tem sido muito discutido.

Em uma pesquisa com adolescentes americanos, realizada em 2015, pela Pew Research Center, foi revelado que 92% deles estavam online diariamente e que, entre esses, 24% estavam online quase que constantemente.

Para Lee Rainie, diretora da área de Internet, Ciência e Tecnologia do Pew Research Center, os nativos digitais não são representados apenas por aqueles que nasceram na era da internet, eles também devem estar profundamente imersos nesse mundo, atentos às questões positivas e negativas da relação com a tecnologia.

Contudo, em 2017, um artigo publicado na revista Teaching and Teacher Education afirmou que o nativo digital é um mito, ele é um yeti com um smartphone, e questionou as características diferenciadas e intrínsecas desse nativo digital, o que causou uma revolução na percepção dessa geração.

O mito dos nativos digitais

A discussão sobre a existência ou não das habilidades singulares dos nativos digitais não é nova. Em 2011, por exemplo, uma revisão bibliográfica publicada na revista Higher Education Academy, do Reino Unido, já concluía que não há evidências para afirmar que existem diferenças entre os nativos digitais e as gerações passadas.

Apesar de não ser o primeiro artigo sobre o assunto, ganhou repercussão com a teoria de que as escolas e universidades que estão modificando a sua forma de ensino e até as políticas educacionais que são implementadas com base nesse diferencial dos nativos digitais estão apoiadas em uma ilusão.

O artigo enfatiza que é fato que as últimas gerações foram muito mais expostas às ferramentas digitais, mas isso não quer dizer que eles absorvam ou lidem com o conteúdo tecnológico de forma distinta de um idoso.

E ainda diz que não existe evidências sólidas de que os jovens expostos desde cedo à tecnologia tenham a habilidade singular de realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Em resumo, assim como as gerações passadas, os considerados nativos digitais também absorvem as informações passivamente.

Porém, a diferença no acesso ao desenvolvimento das tecnologias pode gerar um distúrbio na relação com ferramentas digitais entre as gerações, como veremos a seguir.

Envelhecimento e acesso às tecnologias

Hoje, a posição dos idosos (65 anos ou mais) em relação aos desenvolvimentos da tecnologia já é diferenciada. O acesso à conexão rápida, cada vez mais presente no trabalho, nas relações sociais, na busca e consumo de produtos e serviços e em outros aspectos do cotidiano exclui a população mais velha.

De acordo com o artigo Digital Natives will get old, tooatualmente, 88% dos americanos com menos de 50 anos têm smartphone. Essa porcentagem cai para mais da metade entre os idosos, dos quais apenas 42% utilizam esse dispositivo.

Ainda segundo o artigo, em 2050, o número de americanos com 65 anos ou mais duplicará e para cada 1 idoso serão 3 adultos economicamente ativos, ou seja, em idade para trabalhar. O envelhecimento populacional não será uma característica exclusiva dos EUA, o número de idosos brasileiros também aumentará, principalmente pelo crescimento da expectativa de vida.

Porém, mesmo com esse mercado consumidor em potencial, as tecnologias criadas não estão integrando esse público ou buscando meios para transpor os desafios físicos, mentais e culturais ao acesso aos dispositivos e ferramentas digitais por essa população.

O Skype, por exemplo, que era uma forma do idoso conversar com familiares por vídeo utilizando um desktop, perdeu espaço para o FaceTime, acessado em smartphones.

Outro exemplo é o caso da Uber e Lyft que retrocederam no quesito da acessibilidade, que era garantida nos serviços oferecidos pelos táxis, por meio da disponibilização de carros e vans equipados para receber cadeiras de rodas, da possibilidade de organizar passeios com antecedência e também, de permitirem o pedido de um carro pelo telefone fixo.

Obviamente, muitas tecnologias podem ajudar no dia a dia do idoso, mas, mesmo assim, muitas não são desenvolvidas observando as necessidades de integração da população mais velha. Incluir esse grupo em pesquisas e desenvolvimentos de produtos digitais com certeza será uma vantagem significativas para as empresas.

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