O case do Google é mais do que a aplicação da Inteligência Artificial (IA) na saúde. Ele demonstra como uma empresa de cultura inovadora tem poder para operar a gestão da mudança, sua atitude resiliente, persistente e os efeitos do modelo de inovação aberta, que produzem um verdadeiro ecossistema que promove a mudança.

Por isso, este conteúdo é ótimo para qualquer profissional, independentemente de sua área de atuação. Continue a leitura e descubra o que podemos aprender com essa iniciativa.

Um pouco da história do Google no setor

Durante anos, a holding que administra as empresas do grupo Google, a Alphabet, autorizou que seus negócios construíssem suas próprias soluções de assistência em saúde sem interferir diretamente em suas estratégias. Como resultado, atualmente o conglomerado possui diferentes empresas que atuam na área de saúde. Algumas delas são:

  • Verily: da área de pesquisa;
  • Calico: biotecnologia focada no combate ao envelhecimento;
  • DeepMind: de inteligência artificial, constrói soluções de IA para a saúde desde sua aquisição;
  • Google Fit: desenvolvedora de aplicativos para o setor de saúde;
  • Nest: empresa de saúde digital;
  • Google Cloud: que trabalhou com iniciativas de assistência médica.

Desde que levantou seu primeiro fundo, em 2009, a iniciativa apoiou quase 60 empresas relacionadas à saúde. Seu portfólio é muito diversificado — de genética à telemedicina. Por exemplo, a holding investiu na 23andme, a mais conhecida empresa de testes genéticos de atendimento direto ao consumidor e que possui um dos maiores bancos de dados de DNA do mundo.

Além disso, o Google tem participações na Oscar Health, empresa de seguro de saúde; Doctor on Demand, de telemedicina; a Flatiron Health, plataforma de dados dedicada à oncologia; e a Impossible Foods, que desenvolve carnes e queijos à base de plantas.

O Google e o mercado de saúde

Depois de passar anos com esse funcionamento independente, a DeepMind teve os seus produtos de saúde absorvidos pela holding. O objetivo é o de escalar essas soluções para uso comercial e, ao mesmo tempo, permitir que a equipe da DeepMind se concentre nas pesquisas de IA.

O Google X, lab da empresa, explorou muitas inovações médicas empolgantes, mas até o momento nenhuma chegou ao mercado. Apesar disso, a empresa passou anos recrutando talentos de peso no setor de saúde e hoje tem uma equipe de estrelas.

Como líder mundial de inovação em Inteligência Artificial, a empresa está criando alguns dos casos de uso de inteligência artificial mais empolgantes no setor de saúde. Para ter uma ideia, o “Microscópio de Realidade Aumentada” usa a inteligência artificial para ajudar na identificação de células cancerosas em biópsias.

Já o programa Seeing Potential usa a IA para interpretar exames de retina e diagnosticar a retinopatia diabética com maior rapidez.

Essa aposta não ocorre à toa. O setor de saúde dos EUA investiu pesado em soluções de tecnologia na última década, mas elas não trouxeram grandes resultados — especialmente por problemas de custo ou de qualidade do atendimento. Por isso, se sua nova vertical de saúde puder criar soluções mais viáveis a partir das mais de 150 patentes registradas na área, o Google vai absorver uma grande demanda do mercado.

As mais de 150 patentes e várias ações colaborativas

Um relatório da Ernst & Young diz que, entre 2013 e 2017, a Alphabet registrou 186 patentes relacionadas à área de saúde. Elas se concentraram principalmente na DeepMind e na Verily Life Sciences. Esses registros demonstram um interesse crescente na exploração de doenças crônicas como o diabetes, o uso de bioeletrônica e de salas de cirurgia “inteligentes”.

Além disso, em dezembro de 2015, a Alphabet e a Johnson & Johnson anunciaram a formação da Verb Surgical, uma plataforma de soluções cirúrgicas. O Google também se uniu à Novartis para produzir lentes de contato digitais multissensores, projetadas para medir os níveis de açúcar no sangue, mas não há notícias sobre esse projeto ultimamente.

O Google também formou parceria com a Levi’s para criar materiais fibretrônicos. Uma das cooperações mais recentes é entre a Fitbit e a Cloud for Healthcare. Segundo um relatório do TechCrunch, a Fitbit poderá enviar dados de saúde aos médicos, serão capazes de monitorar os registros eletrônicos e a saúde do paciente em tempo real.

O Google Deepmind e a Inteligência Artificial na saúde

O Google adquiriu a Deepmind quando já operava como uma plataforma de IA de sucesso. O sistema pode processar centenas de milhares de informações médicas em poucos minutos e é usado para analisar registros médicos com o objetivo de fornecer melhores e mais rápidos serviços de saúde.

Embora a pesquisa sobre coleta de dados e aprendizado de máquina esteja em fase inicial, o Google lançou uma parceria com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido em várias áreas. Por exemplo, está cooperando com o NHS Foundation Trust do Moorfields Eye Hospital para melhorar o tratamento dos olhos. Também fez parceria com o NHS a fim de avançar no processo de fornecimento de atendimento com soluções digitais.

O Google entra na área da saúde fortemente apoiado em sua expertise em IA. Os dados de saúde estão sendo digitalizados e estruturados com um novo padrão de registro eletrônico para geração de imagens e sequenciamento de DNA.

A empresa ajuda a acelerar esse processo com a criação de novos meios de coletar dados de saúde e com a aposta de usar a IA para entender os dados de maneira rápida e potencialmente mais precisa do que os métodos atuais.

Entre os grandes 5 gigantes da tecnologia, o Google é a organização mais focada no aprendizado por máquina, muito mais do que o Facebook, a Apple, a Microsoft e a Amazon. Por isso, à medida que a Inteligência Artificial se torne um diferencial no setor de saúde, o Google estará muito bem posicionado.

Em resumo, a aposta dessas grandes empresas no segmento e a consequente concorrência que ela gera logo fará do monitoramento constante do nosso organismo uma realidade normal.

Pressão arterial, batimentos cardíacos e outros dados serão observados em tempo real por uma IA capaz de identificar casos que merecem cuidados e acionar os agentes próximos capazes de avaliar o problema.

Além disso, a Inteligência Artificial na saúde pode garantir análises precisas sobre as limitações, defeitos e vantagens de nossa formação genética e fornecer pistas promissoras sobre como alongar a vida. Há quem diga que não desejaria viver durante vários séculos, mas alguns cientistas já afirmam que o primeiro humano secular logo nascerá.

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