Para quem já teve contato com o tema, fazer a pergunta “o que é prossumidor?” pode levar a falsa impressão de que esta postagem não trará novidades. Afinal, o conceito já foi bastante explorado. Porém, da mesma forma que falamos sobre um “novo consumidor”, é o caso de pensarmos o “novo prosumidor”.

Vamos abordar o assunto à luz da Transformação Digital. Por isso, se você já conhece o conceito, a leitura deste post irá ampliar sua visão a respeito dele. Por outro lado, se ele é uma completa novidade, você poderá conhecê-lo agora a partir de uma abordagem atualizada.

Então, vamos partir logo para a descrição! Apresentaremos o novo prosumidor e seu papel na Transformação Digital.

Prosumidor, o que é isso?

Como dissemos, este não é um termo novo. Ele foi criado por Alvin Toffler na década de 80. O autor é conhecido por outro termo que foi amplamente incorporado e deu nome a um de seus livros: “A Terceira Onda” (na edição brasileira).

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A obra descreve a evolução da sociedade desde a época da agricultura, passando pela industrialização e continuando com a era da informação.

Basicamente, o autor identificou o surgimento de ações participativas do consumidor que contribuiam para a criação de conteúdo. Ou seja, falando de uma forma simplista, o “pro-sumidor” é produtor (pro) e consumidor (sumidor).

Acontece que, de lá para cá, surgiu uma quarta onda. As redes sociais criaram uma nova realidade que proporcionou um alcance difícil de imaginar naquela época, mesmo se tratando de um futurista competente como Toffler.

Pois bem, se existe algo capaz de ampliar o alcance de uma tendência é o custo e facilidade de sua disseminação. E isso foi algo que melhorou muito nas últimas décadas com a possibilidade de:

  • criar blogs, canais, páginas e perfis nas redes sociais;
  • publicar fotos, áudios e vídeos, principalmente com o avanço tecnológico dos recursos de produção (como editores de imagem e vídeo);

E, além disso, a velocidade da banda larga aumentou, o que trouxe ainda mais acessibilidade.

A partir dessas mudanças, hoje é muito mais fácil produzir material e publicar. Em razão disso, é natural que parte desse conteúdo tenha qualidade questionável, uma vez que não conta com métodos e práticas profissionais.

Mesmo assim, muitos amadores talentosos e capacitados entregam um “produto” de valor e conquistam reconhecimento.

Qual a diferença entre consumidor e prosumidor?

Um bom modo de comparar um conceito com outro é a partir da audiência da televisão e da internet.

É verdade que o controle remoto deu alguma autonomia para o telespectador. É possível “passear” com facilidade pelos canais durante os comerciais ou mesmo quando o programa não o agrada.

Mesmo com a TV a cabo, alternativa que apresenta maior interatividade devido à adoção de uma abordagem multicanal das emissoras, o consumidor ainda fica bastante restrito a programação.

Ele tem limitações em relação ao que pode selecionar de conteúdo e uma interferência limitada. Além disso, obviamente, ele não tem como gerar um sinal e compartilhar seu próprio conteúdo televisivo. Portanto, esse é o tipo de consumidor clássico.

Do mesmo modo, qualquer pessoa que assuma uma postura passiva em relação ao conteúdo que consome, deve ser considerado um consumidor, mesmo que ele prefira não assistir televisão.

Já o prosumidor pode ser comparado à maioria dos usuários de internet – ou, ainda no exemplo do telespectador, pode ser comparado ao usuário do Netflix. Ele escolhe os conteúdos que vai acessar, interage, compartilha, produz e dissemina material variado sobre este conteúdo. Essa riqueza de informação criou maior concorrência.

Quem quiser se destacar e criar autoridade nesse disputado mercado precisa ser capaz de criar material relevante, divertido e atual para competir com o atual impulso criativo.

Qual a importância do prosumidor na era digital?

Uma característica óbvia do prosumidor é que, além de produzir, ele consome. Porém, de uma maneira especial.

Veja o exemplo de compradores de softwares no modelo SaaS (software como serviço). Neste caso, eles podem ser freelancers que compram programas para exercer suas atividades.

Embora não possuam um grande poder de compra, normalmente necessitando de versões mais baratas para viabilizar o uso, eles funcionam como grandes influenciadores do mercado.

Neste caso específico, empresas para as quais eles prestam serviço podem acabar forçadas a adquirir os mesmos sistemas ou optarem voluntariamente por seu uso ao perceberem essas vantagens.

Mas esse foi apenas um exemplo. Grande parte dos clientes pode assumir o papel de produtor de conteúdo se forem suficientemente estimulados para isso. No que se refere a Transformação Digital, eles funcionam como indutores dos estágios da transformação.

É claro que as inovações não são aceitas por todos em um primeiro momento. A difusão da inovação depende de que consumidores pioneiros utilizem, testem e avaliem novos produtos e serviços antes que eles possam ser escalados de forma mais abrangente.

Obviamente, para alguém interessado em produzir conteúdo, é muito mais atrativo abordar uma novidade do que algo corriqueiro. Alguns deles chegam a apelar para noticias fantásticas e irreais apenas para chamar atenção. Apesar de ser uma prática condenável, isso reforça a ideia de que eles procuram por audiência.

Logo, podemos dizer que estamos falando de um “casamento perfeito”. A Transformação Digital depende de que as suas inovações sejam disseminadas, e, por outro lado, o prosumidor quer novidades para gerar conteúdo atrativo.

Tendo isso em vista, é preciso lembrar que novo consumidor assumiu um papel de influenciador. É difícil imaginar alguém que, em algum momento, não atuou como prosumidor produzindo e divulgando informação.

O poder de influência e decisão dos clientes não tem precedentes na nossa história. Eles assumiram uma força superior e, curiosamente, estamos voltando a assumir um comportamento parecido com o que tínhamos antes da Revolução Industrial.

Naquela época, ainda não existia a divisão do trabalho por especialidade e as trocas de serviços e produtos eram muito comuns. Muita da informação gerada também era transmitida de pessoa para pessoa.

A diferença é que a oferta de produtos era menor que a demanda por eles. Essa escassez impedia que os consumidores exercessem o poder que têm hoje.

É preciso ainda se atentar a uma última informação. O prosumidor pode transmitir informações positivas e negativas sobre um negócio. Por isso, ele precisa ser atendido com versões exclusivas de produtos, formas diferenciadas de pagamento e de monetização, além de ter, acima de tudo, sua opinião respeitada. Este é um ponto essencial para criar um bom relacionamento com eles.

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