O Brasil já tem mais de 257 milhões de conexões mobile, um número maior do que a população do país. O crescimento acelerado da tecnologia móvel desponta como um mercado incrivelmente promissor a ser explorado. Nesse contexto, o conceito de Mobile First tem se popularizado cada vez mais entre os profissionais de marketing e tecnologia.

Atualmente, em muitos websites, a maioria dos acessos feitos pelos usuários tem sua origem em dispositivos móveis e não em desktops. Por isso a tendência é de que os projetos de websites passem a ser desenvolvidos principalmente para o formato mobile.

Mas você sabe o que significa Mobile First? Quais são os novos algoritmos do Google voltados para essa tecnologia? Quais são as tendências de Mobile Only e Mobile Data? Descubra tudo isso aqui!

O que é Mobile First

Mobile First é um conceito que diz respeito a projetos web que têm a sua arquitetura e o seu desenvolvimento direcionados aos dispositivos móveis.

O termo foi elaborado pelo designer digital Luke Wroblewski, em seu blog, entre 2009 e 2010. No ano seguinte, ele publicou o livro Mobile First, pela editora A Book Apart, que se tornou uma leitura obrigatória para quem quer conhecer melhor o assunto e as suas aplicabilidades.

Mais do que pensar em formatos desktop que sejam responsivos ao mobile, o Mobile First, como o próprio nome sugere, busca criar boas experiências aos usuários mobile antes mesmo de pensar na experiência em desktops.

Diferentemente do que ocorre com projetos para websites, onde o espaço não é um fator limitante, quando projetamos primeiramente para mobile, somos forçados a ser sucintos e fazer o melhor uso possível dos poucos espaços disponíveis nas telas desses dispositivos. O objetivo é explorar o potencial da tecnologia mobile e facilitar a experiência dos usuários.

Além disso, o Mobile First ajuda os usuários a realizarem as suas tarefas da melhor maneira possível e potencializa o uso da segunda tela — termo que se refere a um dispositivo adicional (como um smartphone ou tablet) que permite ao usuário interagir com outros conteúdos, como filmes, músicas ou jogos eletrônicos.

Mas o uso real do Mobile First precisa ir além dos aplicativos. Quando os websites são projetados com o conceito de Mobile First, a interação dos usuários com as suas interfaces é mais prática e amigável.

Os novos algoritmos do Google

O principal exemplo de como o Mobile First vai muito além do design de aplicativos é a nova forma que o Google utiliza para rankear sites: o Mobile First Index, que beneficia websites com estratégias de SEO desenvolvidas para a tecnologia mobile.

O Mobile First Index mudará o modo como o mecanismo de busca faz a indexação das páginas e classifica os resultados. Até então, as páginas eram indexadas e avaliadas inicialmente de acordo com a versão para o desktop.

No entanto, a partir de agora, o Google poderá indexar também a versão mobile, gerando grandes mudanças. Os critérios de rankeamento considerarão tanto a versão mobile do site quanto a versão responsiva exibida nos dispositivos móveis.

O Google passará então a priorizar o conteúdo exibido na versão para o celular. Portanto, se há elementos do site não exibidos no celular, eles poderão ser considerados irrelevantes ou menos importantes na classificação.

As mudanças nos mecanismos de busca

O fator complicador é que se um website não contém uma versão amigável para a tecnologia mobile, ele continuará a ser incluído no índex do Google do mesmo modo. E caso o conteúdo do site não seja exibido para o usuário no celular, o Google poderá simplesmente ignorar a sua existência.

Com o Mobile First, a falta de uma experiência amigável para celulares pode impactar negativamente nos rankings do website. Por isso torna-se ainda mais importante assegurar que a sua página para celular tenha uma velocidade adequada e um tempo de carregamento otimizado para uma melhor experiência mobile.

O rankeamento no Mobile First

Para ter um bom desempenho no Mobile First, você deve incluir os mesmos dados de schema markup tanto para as versões mobile quanto para o desktop de seu website. As URLs exibidas com os dados estruturados nas páginas mobile devem ser a versão mobile da URL. Evite usar dados estruturados desnecessários se eles não forem relevantes para o conteúdo específico da página.

Certifique-se de que sua versão para celular tenha o mesmo conteúdo relevante existente em seu site para computador, incluindo texto, vídeos e imagens. Verifique se os formatos usados na versão para dispositivos móveis são rastreáveis e indexáveis.

Para saber como os dados do schema markup funcionam em favor de sua página mobile ou de seu website, você pode consultar o Google’s Structured Data Markup Helper, página desenvolvida pelo Google para ajudar as pessoas a otimizarem as suas páginas para o schema markup.

A velocidade das mudanças

Não há, porém, motivos para desespero. Você ainda verá os resultados da classificação e das pesquisas priorizando tanto a tecnologia mobile quanto os desktops por um período. As classificações passarão a considerar o comportamento do usuário, entre outros fatores.

Vale destacar que os websites serão usados como prioridade nos rankings principalmente quando não houver uma versão mobile. Por isso será melhor não ter uma versão mobile do que ter uma versão incompleta. Nesse caso, espere até que a sua versão mobile esteja realmente pronta para então lançá-la.

As tendências de design para Mobile First

O chamado mobile design é o desenvolvimento de aplicações para interfaces mobile utilizando projetos de UX (experiência de usuário) e UI design (interface de usuário). Para assegurar uma boa experiência ao usuário, o design deve ser amigável e responsivo.

Por isso um mobile designer precisa ter uma boa compreensão de como as pessoas utilizam seus dispositivos móveis, conhecer um vasto número de ferramentas e fazer uma série de testes e validações em outras interfaces.

A tendência do Mobile Only

A tecnologia mobile vem ganhando tanta força que já é possível pensar em substituir o Mobile First pelo Mobile Only, ou seja, designs desenvolvidos apenas para a tecnologia móvel, sem a necessidade de ter também uma versão web.

O conceito de Mobile Only permite que as organizações concentrem seus esforços na tecnologia móvel para alcançar mercados mais amplos baseados na experiência do usuário e nas potencialidades dessa tecnologia, explorando recursos como a localização geoespacial, o marketing de proximidade e o Mobile Data.

O que é Mobile Data

Nesse cenário, empresas proprietárias dos dados mobile terão mais possibilidades de inovar, ofertar produtos e criar uma relação mais próxima com o consumidor.

O chamado Mobile Data vem revolucionando o mundo dos negócios por meio de modelos disruptivos e de insights sobre o comportamento dos consumidores que podem mudar o rumo de uma indústria.

A partir dos celulares, é possível extrair dados relevantes sobre o comportamento do público, chamados de geobehavior e app behavior. Esses dados mostram todo o comportamento de deslocamento de um usuário — onde mora, com o que trabalha, os lugares que mais frequenta, quanto tempo fica em cada lugar, quais aplicativos ele tem e a frequência de uso. Essas informações se mostram muito assertivas, pois são dinâmicas e não estáticas, como aquelas fornecidas por dispositivos estáticos, como nome, endereço, CPF e e-mail.

Com esses dados, podemos sair na frente da concorrência e criar modelos de negócios mais disruptivos e eficientes. Esses dados podem informar, por exemplo, se o cliente de um varejo foi impactado por uma publicidade, se visitou determinada loja e em qual período foi realizada a visita. Desse modo, é possível planejar uma campanha de marketing com muito mais precisão, avaliar os seus resultados e adequar as estratégias às necessidades do público.

Como vimos, o Mobile First priorizará os dispositivos móveis, possibilitando criar modelos de negócios que valorizem a experiência do usuário e permitam às empresas criar estratégias de marketing mais assertivas e disruptivas.

Preparado para se adaptar?

 

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