A integração horizontal e vertical de sistemas (ou integração universal) está totalmente relacionada à indústria 4.0. A ideia é garantir que, ao aderir o processo de Transformação Digital, as empresas operem com uma integração universal. Desse modo, toda a cadeia de valor passa a operar de forma integrada e sistêmica, otimizando processos que ocorrem numa ponta da cadeia com base em eventos que acontecem na outra.

A simples integração de setores internos resulta em ganhos expressivos com a diminuição de retrabalho, erros, desperdícios e aumento da produtividade. Ao transpor isso para uma maior abrangência, fica fácil imaginar o grande impacto da integração horizontal e vertical. Então, a seguir, vamos entender melhor como ela ocorre e como aplicá-la no seu negócio.

O que é e em que se diferencia a integração horizontal e vertical de sistemas?

Para facilitar o entendimento sobre os dois tipos de integração, vamos começar descrevendo os processos horizontal e vertical. Conhecendo as etapas de cada um deles, é possível identificar o que queremos integrar em cada caso e, portanto, o que diferencia cada conceito.

Pois bem, o processo horizontal inicia após o relacionamento com os fornecedores e parceiros e termina no cliente. Portanto, se refere à cadeia de suprimentos/valor e envolve:

  • o desenvolvimento de produtos;
  • a produção;
  • a logística; e
  • a distribuição.

Assim, a integração horizontal consiste em conectar cada uma dessas etapas — incluindo os parceiros externos —, com o objetivo de, ao final, entregar um valor superior para o cliente. Certamente, essa não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para os desafios de automação impostos pela Transformação Digital.

No entanto, essa relação é assunto para nosso último tópico. De momento, vamos descrever o processo vertical. Se na descrição anterior o fluxo ocorria horizontalmente, agora ele ocorre na composição hierárquica da organização, ou seja, verticalmente. Ele envolve:

  • o chão de fábrica: onde a integração ocorre por meio de sensores;
  • o nível de controle: envolvendo máquinas e sistemas;
  • o nível de produção: composto pelo monitoramento, controle e supervisão;
  • o nível operacional: engloba planejamento, gestão de qualidade e da eficiência dos equipamentos;
  • o nível de planejamento corporativo: ligado ao ERP e, portanto, a gestão de pedidos, planejamento e gerenciamentos dos processos administrativos do negócio.

Como se preparar para a integração?

Os maiores desafios para implantar uma integração complexa, como a em questão, estão relacionados aos custos e a necessidade de colaboradores qualificados. As máquinas e os dispositivos necessários ainda são caros, mas tendem a uma redução significativa, como todos os equipamentos e dispositivos tecnológicos.

Além disso, as habilidades que hoje são fundamentais na indústria deixarão de ser necessárias nos próximos anos. Por isso, é fundamental ter em mente que a Transformação Digital é sobre pessoas e não apenas tecnologia.

Isso significa que é fundamental liderar a equipe no sentido de implantar uma cultura digital. A atitude de ouvir os colaboradores sobre seus receios em relação às mudanças, suas necessidades, visões e ideias, aliada a um plano para instruí-los e capacitá-los, são aspectos fundamentais para colocar a empresa no rumo certo.

Qual o papel da integração universal na Transformação Digital?

Já mencionamos a relação da integração horizontal e vertical com a Indústria 4.0, que consiste numa elaboração estratégica para ampliar a aplicação de alta tecnologia na manufatura. O modelo nasceu em 2011 na Feira de Hannover — Alemanha. O resultado foi um projeto com várias recomendações que, como sabemos, ganhou o mundo e despertou paixões.

Em um contexto de rápido desenvolvimento tecnológico, o governo alemão percebeu a necessidade de desenvolver um programa que: apontasse um caminho para a indústria incorporar novas tecnologias, se desenvolver e modernizar em relação às novas exigências mercadológicas. A Boston Consulting Group desenvolveu o modelo baseado em nove eixos que descrevem o contexto da integração universal no cenário. São eles:

01. Big Data e análise de dados

Prevê a sistematização e digitalização da estrutura de big data, com melhora da precisão e análise de dados, com vistas a otimizar a produção, economia de energia e melhora da qualidade.

02. Robôs autônomos

A automação com o uso de robôs já é uma realidade na indústria, mas com a aplicação da Inteligência Artificial (IA), irá assumir autonomia e ampliar a capacidade de encontrar e solucionar problemas em tempo real.

03. Simulação

Outro aspecto determinante da nova indústria é a capacidade de antecipar e simular cenários. Várias ações passam a ser testadas antes de praticadas, diminuindo riscos e melhorando resultados.

04. Internet das coisas (IoT)

IoT potencializa o resultado de vários dos outros eixos ao permitir a coleta de dados mais factuais sobre a operação por meio de sensores. Muito do que, ainda hoje, é uma suspeita, passa a ser verificado com precisão e em tempo real.

05. Segurança

É impossível pensar em integração e distribuição de dados nas proporções imaginadas sem que sejam executadas medidas eficientes de segurança. Porém, ao mesmo tempo em que aumentam os riscos, ampliam as possibilidades de controle — IoT e IA são exemplos de contribuição.

06. Cloud computing

A disponibilização de dados nas nuvens é determinante no alinhamento e integração entre parceiros e unidades. Além disso, permite um grau de mobilidade e flexibilidade igualmente significativo.

07. Manufatura aditiva

É a chamada impressão 3D. Ela já está impactando fortemente no mercado de prototipagem, mas tende a assumir importância no processo produtivo — incluindo alternativas de customização.

08. Realidade aumentada

O objetivo da realidade aumentada, nesse contexto, é a melhora de procedimentos com a comunicação de orientações em tempo real. Mesmo reparos e outras tarefas que fujam da rotina poderão ser orientados a distância e com agilidade.

09. Sistemas de integração horizontal e vertical

Chegamos ao tema desta postagem. Todos esses eixos precisam operar de forma integrada em toda cadeia para entregar um valor superior ao cliente.

Considerando os nove eixos da Indústria 4.0, o desafio de sua aplicação é grande. Contudo, é fundamental que a indústria brasileira dê um salto de produtividade e modernização. Do contrário, ficará muito mais difícil de melhorar nossa competitividade no mercado externo.

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