É fácil entender como muda a relação de concorrência na Transformação Digital. Enquanto a tecnologia é empregada internamente na melhoria de processos e atividades chave de cada negócio, seu impacto tem um efeito de longo alcance no ambiente externo no qual empresa opera.

O mercado está mudando a sua volta com velocidade surpreendente e é preciso entender esse processo, sob pena de, da noite para o dia, se surpreender com uma grande ameaça. Então, confira como a Transformação Digital influencia a pressão concorrencial.

O aumento da concorrência na transformação digital

Segundo pesquisa, a pressão competitiva impulsiona 70% dos projetos de Transformação Digital.  Além disso, o estudo informa que 38% dos entrevistados acreditam que a ameaça é de empresas existentes; 35% percebem a pressão de novos participantes do mercado online; e 34% de fornecedores estrangeiros mais baratos.

Mas a reação ainda é limitada. Embora muitas empresas já tenham adotado uma estratégia de Transformação Digital, há certa distância entre o que os departamentos de TI desejam entregar e o que efetivamente são capazes de colocar em prática. Por isso, a adoção das novas tecnologias não é total em boa parte das organizações, ou podem falhar. Sistemas legados e a resistência interna à mudança são empecilhos importantes.

Nesse contexto, adotar recursos como Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial para melhorar a capacidade preditiva, a automação e o atendimento; vendas por meio de celulares e Realidade Virtual para personalizar a experiência de compra; e carros sem motorista e drones para entrega são um desafio para empresas tradicionais, mesmo que elas sintam a pressão das startups e de outras organizações que se destacam na adoção da Transformação Digital.

Para permanecerem competitivas no mundo dos negócios de hoje e continuarem a crescer e evoluir ao mesmo tempo, as empresas precisam se transformar digitalmente. Essa é uma realidade tão significativa que permite, inclusive, que novas entrantes no mercado superem empreendimentos já consolidados.

Outra pesquisa da Harvard Business Review Analytic Services descobriu que quase 60% das 427 organizações participantes creditam mudanças operacionais ao uso de aplicativos baseados em nuvem. Contudo, isso pode não ser suficiente para se destacar em termos de competitividade. É preciso considerar que qualquer iniciativa que possa ser facilmente imitada pela concorrência não garante destaque no mercado por um período significativo.

As empresas líderes entendem que uma Transformação Digital mais abrangente e robusta é essencial para manter-se à frente da concorrência. A digitalização deve ir além do software local e do armazenamento de informações em nuvem, grandes volumes de dados e mesmo da IA.

Essas empresas removem processos manuais, adicionam automação e melhoram os fluxos de trabalho por meio de aplicativos para executar uma série de atividades que aumentam o volume dos negócios. Ou seja, é muito mais uma questão do que elas conseguem executar do que dos recursos de que dispõem para isso. É preciso obter ganhos como:

  • maior desempenho de vendas;
  • maior produtividade dos funcionários;
  • redução de custos e melhoria da eficiência operacional;
  • uma experiência aprimorada de relacionamento como o cliente;
  • entrega de um valor superior baseado na experiência de compra e uso;
  • excelência em design;
  • alto nível de diferenciação de mercado.

Mais do que redução de custos ou a aceleração de processos existentes, as empresas devem buscar uma ação mais proativa e uma reformulação operacional capaz de aumentar o valor entregue ao cliente, e de forma destacada, em relação à concorrência.

O aumento da competitividade para adaptação ao mercado

As demandas dos clientes formam a chave para o uso da tecnologia com o objetivo de adaptar a infraestrutura das empresas. Isso coloca a experiência do cliente no centro dos projetos de Transformação Digital e as obriga a recorrer aos canais online para otimizar suas interações.

A melhoria na eficiência do processo de pedidos de vendas é um requisito e um meio de proporcionar uma boa experiência para enfrentar à concorrência. Mas como ela é? Quais empresas fazem parte dela? E como enfrentá-las?

Descubra aqui:

Concorrentes diretos

Os concorrentes diretos são os mais óbvios. Eles são as empresas que se esforçam para preencher a mesma necessidade do cliente que você, e estão fazendo isso mais ou menos da mesma maneira. Como esses concorrentes costumam vender algo muito parecido, a maioria busca encontrar um posicionamento de mercado para se diferenciar.

Para defender o seu negócio dessa ameaça você precisa de um programa estruturado para manter a consciência constante de seus movimentos competitivos digitais, como novos recursos em seus aplicativos, mudanças de usabilidade em seus sites e novas estratégias sociais.

Além disso, pode haver concorrentes menores que, mesmo que no momento não criem impacto significativo, usem seu porte menor para se privilegiar da agilidade que possuem.

Atualmente, é fundamental manter atenção nos concorrentes que demonstrem capacidade de escalar o negócio, pois eles podem surpreender.

Concorrentes disruptivos

Concorrentes digitais disruptivos estão focados em resolver o mesmo problema que você está resolvendo para os clientes, mas fazem isso de uma maneira muito diferente. Por exemplo, o Uber compete de maneira diferente com as empresas tradicionais de táxi, transporte executivo e empresas de aluguel de carros.

Do mesmo modo, outras empresas oferecem o serviço de carro por assinatura e prometem disputar o mesmo mercado. Esses inusitados concorrentes diminuem o ciclo de vida dos produtos e serviços tradicionais.

Um erro comum é negligenciar a importância desse tipo de concorrência por acreditar que os clientes preferem soluções com as quais estão acostumados. Mas isso só retarda um pouco o processo de escalar o negócio. Porém, quando começam a crescer essas empresas podem alcançar taxas exponenciais.

Por isso, mais do que nunca as empresas precisam monitorar os concorrentes que resolvem o mesmo problema do cliente e não as que, necessariamente, oferecem o mesmo produto ou serviço. Isso sempre foi assim. Um dos clássicos do marketing é o livro “A imaginação de marketing” (1985), de Theodore Levitt que abordava o problema de falta de visão em relação à concorrência. No entanto, a Transformação Digital potencializou essa ameaça.

Como essas empresas podem não vê-lo como um concorrente direto, você pode obter informações valiosas diretamente delas e, potencialmente, até mesmo iniciar parcerias.

Concorrentes obliteradores

Os concorrentes diretos resolvem o mesmo problema de forma parecida; os disruptivos de uma maneira muito diferente e geralmente inovadora; e os obliteradores tornam o problema irrelevante ou menos necessário, pelo menos para um segmento de clientes.

Por exemplo, o Skype e tecnologias semelhantes reduzem a necessidade de serviços de viagem para reuniões presenciais. Ou seja, obliteram (fazem desaparecer ou diminuem a relevância), de outro serviço ou produto.

Nesse caso, como a necessidade que você preenche está desaparecendo, você precisa encontrar uma nova para preencher. Ao mesmo tempo em que a Transformação Digital destrói algumas necessidades, ela cria outras novas.

Geralmente é impossível parar à inovação e isso pode impedir que você consiga competir com essa força, então é preciso ser capaz de identificar que o ciclo do seu produto está em declínio e usar o tempo que resta de sobrevivência para encontrar uma nova aplicação ou um novo produto.

Podemos concluir com a observação de que existem várias etapas para superar a concorrência na Transformação Digital, mas que tudo começa com a adoção de uma atitude e um comportamento visionários, centrados no cliente. Se você reage a uma ameaça estará vulnerável – eternamente apagando incêndios -, mas, se for capaz de se antecipar a ela, terá grandes chances de êxito.

Além disso, é preciso lembrar que, em uma era onde tudo é oferecido de forma digital em poucas plataformas (63% dos anunciantes estão no Google ou no Facebook), todas as empresas estão disputando a atenção dos mesmos usuários. Para entender mais sobre isso, descubra agora o que é concorrência vertical!​

Tiago Magnus

Fundador do Transformação Digital Tiago Magnus atuou nos últimos 10 anos em projetos digitais, trabalhando com marcas como Lenovo, Carmen Steffens, Mormaii, VTEX, Carrefour, Centauro, entre outras, e como sócio de uma das principais agências digitais do Brasil. Hoje, é Diretor de Transformação Digital na ADVB e Fundador do TransformacaoDigital.com.

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