Depois de 3 anos de trabalho, aprendizado, muito crescimento e grandes conquistas na Clint, decidi encerrar um ciclo. Construímos lá o começo de diversas amizades, empresas, caminhos e histórias.

Como muita gente vem me perguntar o que estou fazendo e, até agora, não havia falado publicamente sobre a minha saída e meus novos desafios, aproveitei o carnaval para começar a escrever esse texto (e vamos ver quando conseguirei terminá-lo).

Ainda na Clint

No geral, acho que a Clint foi uma das melhores coisas que aconteceram comigo até agora. Tomar a decisão de sair foi tão difícil quanto a decisão de entrar. Em ambos momentos, sabia que entraria em uma nova fase da minha vida e que precisaria me reinventar.

Acho que não agrada a ninguém a ideia de incerteza, mas sei que é lá que estão escondidos os desafios que precisamos enfrentar para crescer.

Soa como discurso barato, mas aquele papo de pular do penhasco para depois construir o avião parece ser a melhor chance para alcançar o sucesso. Você dedica toda sua força e energia para realizar aquele objetivo e, já que não tem outras alternativas, você faz acontecer.

É fazer dar certo ou morrer.

É fazer e não olhar para trás.

Na Clint tive a oportunidade de desenvolver e conquistar contas de empresas que eu admiro e que sempre desejei atender num negócio próprio. Entre elas Lenovo, ENGIE, Mormaii, VTEX, Loja Integrada, e Carmen Steffens.

Antes de continuar, dou um aviso… O texto acabou ficando um pouco grande, então quem quer apenas um resumo, é isso:

Eu deixo de ser sócio da Clint, AdvBox, Kuak e Start Doing para focar única e exclusivamente no TD.

Mas o que é o TD e por que larguei tudo para focar nisso?

No segundo semestre de 2016, comecei a prestar atenção no termo “Transformação Digital” e vou explicar como isso aconteceu:

Nós já estávamos trabalhando com a missão de renovar/reinventar as áreas de marketing, vendas, pós vendas e produto dos nossos clientes, para que essas empresas funcionassem da mesma forma que funcionam as empresas que mais crescem, as startups que mais se destacam.

Nosso guia sempre foi observar no mercado quem estava fazendo diferente e colhendo bons resultados, com processos, ferramentas e culturas “fora do padrão/mais atuais” e, quando começamos a deixar isso mais claro no nosso site, o termo Transformação Digital “nos encontrou” 3 vezes:

  1. Uma grande empresa nacional (com mais de 1.000 funcionários) nos procurou buscando ajuda para fazer a Transformação Digital da sua cultura. Estavam com dificuldades na atração de talentos e queriam entender melhor como fazíamos para “seduzir” esse público;
  2. Uma multinacional de tecnologia, com mais de 50 mil funcionários, nos contratou para fazermos a Transformação Digital de Marketing e Vendas da sua operação B2B;
  3. Uma funcionária de uma grande consultoria nos procurou para levar a Clint para o Chile, pois entendeu que estávamos a apenas um passo antes de assumirmos um posicionamento voltado à Transformação Digital (apesar de jamais termos usado o termo em algum lugar antes).

Foi nesse momento que mergulhei de cabeça no estudo do termo e encontrei uma infinidade de informações, eventos, influenciadores, portais e tudo que é tipo de conteúdo sobre Transformação Digital. Muito conteúdo disponível, eventos para mais de 30 mil pessoas acontecendo, premiações, concursos, ferramentas, etc.

Um novo universo se formando lá fora e, aqui no Brasil, silêncio. Tudo ainda engatinhando.

Porém, quanto mais eu lia, mais me confundia. Existem muitas empresas rotulando seus velhos produtos de “Transformação Digital” para parecerem mais modernas. Várias gigantes “travestindo” velhos produtos de Transformação Digital, como o VP da Gartner, Cassio Dreyfuss, afirmou em um evento no final do ano passado em São Paulo. Cada um puxa a sardinha para o seu lado.

Num cenário onde apenas a Índia carece mais de Transformação Digital que o Brasil, e que praticamente tudo que fazemos, desde abrir uma empresa a se inscrever numa faculdade, abrir uma conta num banco, fazer a gestão de uma empresa, tirar segunda via de um documento etc, se torna uma tarefa analógica, burocrática e ineficiente, fica claro que tudo precisa mudar.

Nesse contexto surgiu o TransformacaoDigital.com. E, apesar de estarmos correndo contra o tempo, estamos apenas no começo.

Como estamos construindo o TD

Estamos contruindo o TransformacaoDigital.com através da Transformação Digital.

Entendeu?

Pois é, o tema é mais complexo do parece. E como estamos no centro desse furacão, ainda estamos caminhando no escuro, buscando formas de realmente fazer parte desta transformação. Sem charlatanice. Sem auto rotulagem.

Fato é que a Transformação Digital já vem acontecendo há alguns anos. Sabe quando aquela empresa passou a oferecer uma plataforma de assinatura para assistir filmes e séries, deixando no chinelo uma gigante locadora multinacional? Isso é TD. Ou quando aquela outra empresa ofereceu serviços de transporte on demand, nos livrando das taxas abusivas cobradas por taxistas? TD também.

Automação nas indústrias? TD. SaaS? TD. Produtos e serviços que favorecem a experiência do consumidor, em vez de unicamente o lucro? TD de novo… E a longa lista de exemplos continua.

Quem realmente faz a Transformação Digital acontecer são empresas e profissionais que buscaram formas de reinventar seu modelo de negócio, de olho nas tendências de uma sociedade cada vez mais conectada por meio da tecnologia.

Tecnologia, pessoas e processos. Esses são os pilares desta nova era, assim como os do TD.

“O TransformacaoDigital.com é um ecossistema que conecta pessoas e empresas à Transformação Digital, com o objetivo de simplificar e democratizar o futuro.”

Buscamos, através de ferramentas digitais, formas de levar a Transformação Digital para empresas e pessoas reformularem ideias, processos e modelos de negócio.

Para tudo ser possível, desenvolvemos um ecossistema com mais de 50 influenciadores e parceiros que não apenas entendem e vivem este universo, como também têm um propósito muito semelhante ao nosso: educar e fomentar todo o mercado no caminho da inovação.

Posso citar nomes como Resultados Digitais, Rock Content, Trello, Agendor e não vou ter falado nem um terço das empresas que estão se movimentando com a gente:

Com a ajuda de tantos parceiros, tivemos a oportunidade de levar ao mercado informações reais e urgentes, como na pesquisa O Futuro do Trabalho – que, inclusive, nos abriu as portas para fazer parte de uma iniciativa da Trello sobre a realidade do Trabalho Remoto no Brasil -, e nos webinars com Aaron Ross – considerado guru de vendas no Vale do Silício – e Lincoln Murphy – especialista nos novos formatos de marketing da era digital – para citar alguns materiais.

Indo mais além, conseguimos desenhar um novo modelo de cursos baseado em uma imersão com nossos parceiros. Nos poucos meses de vida do TD, em 2017, realizamos 3 eventos: dois voltados para agências digitais e um voltado para escritórios de advocacia.

Em 2018, já temos programado o próximo curso para agências digitais (que acontece nos dias 28 e 29 de maio, em São Paulo) e a meta é conseguir trazer este modelo para mais segmentos do mercado, expandindo-o também para o formato online.

O time TD

Orquestrando todo esse ecossistema, parte da equipe já trabalha em conjunto há 3 anos: meu sócio, Eduardo Wolkan; nosso Diretor de Criação, Yã Izidoro; nosso Head de Conteúdo, Georjes J. Bruel; e em vendas, Fernando Damiani. Além deles, temos ainda nosso Head de SEO, Wesley Cleam, trabalhando remotamente direto de São Luís, no Maranhão.

Daí, surge a questão: como uma equipe enxuta conseguirá ser responsável por tantas frentes?

Para explicar como funciona a estrutura organizacional do TD, compartilho o modelo descentralizado que adotamos por aqui desde o início:

Ref: Silvio Meira no paper “Gente, digital”

Em vez de centralizarmos tudo em poucas pessoas, vamos deixar as diferentes áreas do TD trabalharem de forma autônoma, sendo geridas por parceiros com propósitos comuns aos de cada área – sempre alinhados ao propósito único da Transformação Digital.

Começando pelo TD Premium, plataforma de assinatura para acesso a conteúdos de alto nível e exclusivos, que será lançado no dia 04/07/2018 e encabeçado por Igor Lopes, ex-Diretor de Conteúdo no Grupo NZN (Tecmundo, Superdownloads, Baixaki, Voxel, Mega Curioso, entre outros), com passagem pela private equity global H.I.G Capital, fundador do CanalTech e atual Colunista Tech na BandNews.

Sempre de olho no próximo passo

Em pouco tempo, a Transformação Digital se tornou o centro das atenções de grandes empresas internacionais. A Dell e a GE, por exemplo, a transformaram em protagonista de suas estratégias para 2018.

É fácil entender o por que quando vemos o gráfico de busca pelo termo nos EUA, retirado do Google Trends:

No Brasil, ela também se mostra uma tendências iminente:

Mas, quando comparamos esses números com os do cenário nacional, a diferença pode assustar (ainda estamos só no começo!):

Não entenda errado, a Transformação Digital não é destinada aos Estados Unidos, a multinacionais ou mesmo a grandes empresas. Ela é para todos. Empresas de 2, 20 ou 20 mil funcionários não apenas podem como devem aderir a ela, em qualquer lugar do mundo.

Inteligência artificial, machine learning, inteligência cognitiva, automação e tantos outros termos ligados a alta tecnologia podem assustar no começo, mas quando são traduzidos em ferramentas ou plataformas digitais, sua adesão fica fácil para qualquer um.

Em contraste, essas tecnologias estão apenas começando a mostrar sua força. Agora imagine o tamanho do mercado que elas irão abrir para todos os setores?

Todos os dados que eu trouxe aqui mostram que o futuro está próximo e o Brasil ainda está engatinhando na Transformação Digital. As oportunidades serão enormes para quem estiver na dianteira desta nova era, e é justamente aqui que eu gostaria de estar quando decidi que era hora de, mais uma vez, me reinventar.

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Além de todos os nomes que, de alguma forma, fazem parte do TD e eu falei até aqui, não posso deixar de citar (e agradecer) pessoas que acreditam no que estamos fazendo e nos abriram portas para, cada uma do seu jeito, fazer esse novo começo se tornar tão intenso e real: Alê e Aline, da A OCA Community; Diego Gomes, da Rock Content; Nara Vaz, da Plural Sales; Joseph Kulmann, da Huggy; Marc Tawil, da MTWL Comunicação; e ao In Hseh;. Vocês fazem parte de tudo isso e o TD também é de vocês.

Aos mantenedores, agradeço por confiarem em nós desde o início, quando tudo ainda estava sendo desenhado. Sem vocês não teríamos chegado aqui – ainda mais de forma tão rápida, seguindo justamente o ritmo que a Transformação Digital está ditando.

Texto iniciado no Carnaval e finalizado dia 21/04.

Tiago Magnus

Fundador do Transformação Digital Tiago Magnus atuou nos últimos 10 anos em projetos digitais, trabalhando com marcas como Lenovo, Carmen Steffens, Mormaii, VTEX, Carrefour, Centauro, entre outras, e como sócio de uma das principais agências digitais do Brasil. Hoje, é Diretor de Transformação Digital na ADVB e Fundador do TransformacaoDigital.com.

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