Já abordamos temas relativos à realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) em outras oportunidades. Estamos falando de duas das mais impactantes tendências da Transformação Digital e seus impactos podem ser sentidos nos mais diversos setores do mercado.

O que você provavelmente não sabia, é que a indústria alimentícia é uma das áreas que vem despontando com destaque no uso de RV e RA. Para entender do que estamos falando, acompanhe:

Treinamento com RV e RA

O desenvolvimento de materiais de treinamento costuma sair caro e nem sempre segue um padrão — algo fundamental na indústria de alimentos, principalmente no caso de franquias e organizações com várias unidades.

realidade virtual pode criar um ambiente detalhado para simular o local de trabalho e ensinar mental e fisicamente procedimentos e boas práticas de manipulação de alimentos. Como exemplos bem-sucedidos, podemos citar o Walmart e o Honeygrow.

A rede de supermercados lançou sua primeira academia de treinamento de RV em 2017 para capacitar novos colaboradores por duas semanas, antes de iniciarem suas atividades. O sucesso da iniciativa motivou a ampliação do programa.

Já o Honeygrow é uma rede de restaurantes que usa a RV para ensinar aos colaboradores com animação 2D e 3D e um jogo interativo — excelente para fixar o aprendizado. À medida que os equipamentos de RV se tornam mais baratos, é provável que mais empresas comecem a testar a tecnologia e novas plataformas de aprendizado.

Transformar a experiência do cliente

A tecnologia exerce certo fascínio junto ao público e, no caso das realidades virtual e aumentada, ele é significativo. É um tipo de novidade que as pessoas adoram experimentar e essa vantagem deve ser aproveitada. Afinal, a Transformação Digital depende de conquistar as pessoas para se consolidar.

Muitas iniciativas da área de alimentos exploram com excelência a oferta de uma experiência para além do produto. Nesses casos, a RV e a RA podem ajudar a escalar essas ações geograficamente, além de agregar o atrativo tecnológico.

A Serra Gaúcha é um bom exemplo dessa valorização da economia da experiência. Você pode visitar uma vinícola no Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves ou uma fábrica de chocolates em Gramado e viver a experiência sobre a história do lugar, o método de fabricação e, no caso de algumas vinícolas, participar de um curso para aprender sobre vinhos.

A realidade virtual pode levar essa experiência para shoppings em grandes centros ou até para a casa de um consumidor, desde que ele tenha o equipamento necessário. Não bastasse isso, ainda é capaz de informar detalhes sobre os vinhos a partir de um simples aplicativo de celular, direto da gôndola do supermercado.

Esse tipo de aplicação já é uma realidade. A tequila Patron usou vídeo em 360º para mostrar o processo de criação nos bastidores dos estandes de um evento e a cerveja Innis & Gunn usou imagens coordenadas de realidade virtual para complementar o sabor da cerveja.

Já a campanha mágica de Natal da Coca Cola, deu aos usuários a capacidade de ver o Papai Noel virtual e cenas ocultas em pontos de ônibus de NYC. A rede Beer Café, com sede na Índia, usa RA para educar os bebedores sobre as origens, categoria e sabor de algumas bebidas disponíveis.

Coca-Cola Magic | Augmented Reality app 2014 from Aurora Barealisse on Vimeo.

Há mais para o futuro

O prazer visual é uma parte importante de qualquer experiência gastronômica. As marcas passaram a adotar as sobreposições virtuais — sejam elas imersas em realidade virtual ou ampliadas em RA — como forma de educar, inspirar e estimular os consumidores.

Em um futuro próximo, todos nós poderemos viver experiências em restaurantes e, quem sabe, até em refeições entregues em casa, para muito além da percepção sensorial do paladar, degustando nosso prato predileto de uma maneira completamente diferente.

Adicionar interatividade aos produtos

Nos últimos anos, a ascensão de plataformas, como Instagram — com influenciadores sociais e as celebridades blogueiras que surgiram — mostraram claramente que o envolvimento digital com os consumidores resulta em ação real.

Os produtos e os locais de varejo ainda são estáticos e, em muitos casos, a interação do cliente com o ambiente é limitada e fria, mas existe a possibilidade de estender para além do espaço físico, como forma de atrair a atenção de potenciais compradores.

A realidade aumentada pode preencher esta lacuna. A capacidade de sobrepor informações adicionais, estímulos visuais e interação sobre itens específicos dá às empresas a chance de combinar o mundo digital com o físico de maneira direcionada e integrada.

Informação mais rica

O potencial da RA para enriquecer de informações e recursos visuais o ambiente físico é incrível e não está limitado a uma loja de uma rede. Ela pode ser levada para locais diversos com o uso combinado com a RV, seja uma estação de trem, um evento no campo, na praia durante o verão e assim por diante.

Desse modo, as empresas podem usar a tecnologia para educar os consumidores sobre informações nutricionais e composição de produtos ou, até mesmo, fazer com que alimentos saudáveis, mas sem graça, pareçam mais atraentes.

Ela também permite que o conteúdo físico, como livros de receitas, se mescle com o digital para uma experiência simultânea em duas mídias diferentes.

O ciclo de maturação

À medida que os consumidores se tornam mais confortáveis ​​com RV e RA, sua presença se tornará uma expectativa, depois uma exigência e, no final, algo comum. Em quanto tempo percorreremos esse ciclo do início ao fim, é difícil prever com exatidão, mas o importante é reconhecer que ele será mais bem explorado pelas empresas pioneiras.

As grandes marcas já estão usando continuamente a RA. Agora depende do ímpeto de criadores, desenvolvedores e profissionais de marketing para escalar a tecnologia e viabilizá-la cada vez mais.

Entendeu como a RV e RA na indústria alimentícia podem atuar? Um exercício interessante é pensar sobre assunto comparando as duas tecnologias e conhecendo algumas de suas aplicações gerais.

Para isso, confira o artigo “Realidade Virtual e Aumentada: quais as diferenças e onde se aplicam cada uma” e continue seu aprendizado!

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