A Inteligência Artificial tem virado um motor para várias empresas. Com a sua evolução, começaram a surgir modelos de negócio desenhados para trabalhar exclusivamente com a tecnologia — o chamado AI First.

Mesmo que ainda estejamos um pouco longe dos computadores superinteligentes mostrados nos cinemas, a Inteligência Artificial vem surpreendendo as pessoas com suas aplicações todos os dias.

Neste artigo, vamos mostrar para você o que é o movimento de AI First e por que muitas organizações estão investindo em modelos de negócio voltados à Inteligência Artificial!

Conceito de AI First

Mesmo que todos estejam falando sobre a IA e como essa tecnologia tem o potencial de mudar o mundo como o conhecemos, ainda estamos em uma fase quase embrionária, que podemos chamar de “Pré-IA”.

Os produtos que contam com a Inteligência Artificial não foram desenvolvidos dessa forma. Eles foram criados conforme o design tradicional de software e hardware e, após isso, alguns elementos de IA foram inseridos.

Seu smartphone, por exemplo, não foi desenhado para conter uma assistente pessoal virtual, mas hoje temos a Siri e a Google Assistente. Elas ganharam espaço após a evolução do celular moderno.

O conceito de AI First é a modelagem de produtos e serviços que considera a atuação da Inteligência Artificial e como ela pode melhorar a experiência dos consumidores.

Reativo x proativo

O uso primordial de IA em diversos produtos e serviços causará uma mudança de paradigma total, que torna a computação e seus derivados proativa (em vez de reativa).

Até hoje, sempre que você quer algo, é preciso realizar uma ação, que implicará uma reação. Caso esteja perto da hora do jantar e você tenha o hábito de pedir comida fora, terá de pegar seu smartphone e perguntar pelas opções ao assistente.

Ou seja: contamos com a IA, mas ela age de forma reativa a seus comandos. Já com a AI First, a máquina percebe que está próximo do horário do jantar e, com base no seu costume de pedir comida fora, de forma proativa, repassa algumas sugestões e pergunta se você quer fazer o pedido.

Funcionamento

Produtos ou serviços desenhados para AI First demandam investimentos na criação e no desenvolvimento de redes neurais e modelos de aprendizado de máquina.

Ao buscar essa abordagem, a IA tomará o centro da atenção no desenvolvimento do item, sendo que todo o restante será construído para o seu uso. Com isso, ela poderá apreender mais rapidamente e tomar as melhores atitudes.

Para alcançarem esse objetivo, as empresas devem começar a repensar seus modelos de negócio antigos, que já não têm mais espaço em um mundo que se torna cada vez mais digital.

Impacto da AI First no mercado

Há pouco tempo, a Amazon, gigante da tecnologia, anunciou que iniciaria uma entrada no setor de saúde. O que se seguiu foi uma queda acentuada das ações de seguradoras e farmacêuticas.

Enquanto isso, as montadoras de carros estão observando a criação de modelos de veículos autônomos, apontados como o futuro da indústria. Já em Wall Street, robôs consultores baseados em IA vêm fazendo uma leitura consistente do mercado e dando ótimas sugestões de investimento quando consultados.

Para essas indústrias, a revolução da IA está acontecendo agora. Portanto, é preciso que elas se modernizem e busquem o AI First para não acabarem sendo engolidas e sumindo do mercado.

Estamos apenas no começo. Negócios disruptivos e baseados em Inteligência Artificial vão surgir em todos os lugares com o aumento do potencial computacional e a diminuição dos custos de implantação.

Assim, muitas empresas podem dormir como líderes em seus segmentos de mercado e acordar com um modelo de negócio inviável, substituído pela tecnologia. Essa ideia de que a IA é capaz de ameaçar os negócios existentes não é nova, contudo estamos vivendo no ponto de mudança, em que a tecnologia está realmente ameaçando as companhias tradicionais.

Já não é mais a Inteligência Artificial que deve se adequar aos negócios, mas sim as organizações que precisam se reorganizar e reinventar para se tornarem AI First.

Case do Google

O Google talvez seja um dos principais exemplos de empresas que está investindo pesado na criação de produtos e serviços orientados pela AI First. Seu CEO, Sundar Pichai, declarou que esse seria o foco da companhia pelos próximos dez anos.

Segundo um estudo da Pega, apenas 28% das pessoas não se sentem confortáveis com a ideia de tecnologias de IA fazendo parte de suas vidas. Trata-se de uma grande oportunidade, pois mais de 70% dos consumidores estão abertos à inovação.

Inovações

O Google tem investido pesado em inovações e produtos AI First, não se limitando à sua versão de assistente pessoal (indicada no início deste artigo). Entre as principais criações da marca, estão:

  • Google Lens — aplicação de IA que atua sobre fotos, o Google Lens permite que as pessoas tirem fotografias de qualquer coisa e busca informações acerca do local. Em uma loja, por exemplo, ela traria avaliações, resenhas e vendas;
  • Google Assistente — cada vez mais aprimorado, o Google Assistente já engloba música, navegação e controles domésticos, além de realizar pesquisas por conversação;
  • Google Home — caixa de som inteligente, que recebe comandos simples por voz a partir do Google Assistente e realiza tarefas como acender e apagar luzes, ligar uma televisão, entre outras.

Oportunidades e desafios

A Inteligência Artificial é uma disciplina da computação que envolve muitos outros conceitos, como Informática, Psicologia, Sociologia, Neurociência, Filosofia, Matemática e, até mesmo, Biologia.

Portanto, trabalhar com essa tecnologia é algo complexo, que demanda grandes investimentos e recursos de tempo e desenvolvimento. Muitos consideram que se trata de algo a ser feito apenas pelos gigantes da tecnologia.

Contudo, ao mesmo tempo em que existem muitos desafios na disseminação e no uso da IA, é possível pensar em modelos de negócio AI First para sair na frente de concorrentes e estar pronto quando a revolução chegar ao seu mercado de atuação.

As oportunidades serão inúmeras — e as empresas que estiverem preparadas para alterar seus modelos de negócio rapidamente ganharão vantagem na corrida da inovação. Já podemos tratar a AI First como a próxima revolução dentro da Transformação Digital, sendo responsável pelo surgimento de novas companhias e o desaparecimento de muitas outras.

Para continuar aprendendo, confira como a AI e a Transformação Digital estão moldando as empresas do futuro! 

Esdras Moreira

CEO na Introduce Formado em Redes de Computadores, com especializações em Gestão de Pessoas, Coaching e MBA em Marketing. É co-founder da introduceti.com.br, que conduz o crescimento dos negócios através de estratégias e tecnologias. Além disso é investidor no projeto Globin.it, Middas e Grupo 3Minds.

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