O papel do CFO na transformação digital ainda não é tão debatido como o do CIO e o do CMO, mas também é extremamente importante e deve ser considerado. As delicadas responsabilidades desse executivo estão sendo transformadas pelas tecnologias inovadoras e modelos de negócios disruptivos.

E o CFO não pode ser um mero espectador desse processo: como parte da alta diretoria de uma empresa, ele deve se colocar a frente e conduzir parte dessa jornada pela transformação digital.

Neste artigo, explicaremos melhor qual o papel do CFO na transformação digital e o que muda nas responsabilidades desse executivo.

Poderes e responsabilidades do CFO na transformação digital

O CFO é tradicionalmente enxergado como uma espécie de guardião das chaves dos cofres da companhia. Uma empresa gera valor por meio de pessoas e processos, mas são os recursos controlados pelo CFO que colocam esse mecanismo em movimento.

Como autoridade máxima do setor financeiro, o CFO tem muito poder e responsabilidade em suas mãos. Se perceber que a execução de um projeto impactará negativamente às contas da organização, ele pode vetar sua aprovação, por exemplo.

Por isso, além de ser um especialista na parte financeira em si, o CFO, como todo executivo do C-level, deve ter uma compreensão holística do negócio e de como ele gera valor. E hoje, entender sobre o negócio também significa entender sobre as tecnologias envolvidas e a inovação da área.

Se o CFO não compreende a transformação digital e a importância da empresa em se adaptar, ele pode se tornar uma pedra no caminho da inovação.

Diretores executivos são naturalmente avessos ao risco, mas uma parte significativa de uma transformação digital bem-sucedida envolve assumir riscos calculados que vão contribuir para uma visão para o futuro da companhia. E se o CFO não compartilha dessa visão, pode tomar decisões que vão atrasar esse processo.

O papel do CFO na transformação digital deve ser o de um facilitador da inovação. Trabalhando em parceria com o CMO, o COO e o CIO, ele poderá disponibilizar os recursos necessários para a implementação de novas tecnologias e modelos de trabalho.

E para isso, o CFO deve se adaptar e expandir sua atuação adotando um mindset digital. Dessa forma, ele será capaz de julgar o que será melhor para a empresa e direcionar os recursos para esse caminho.

O perfil do CFO digital

Com a transformação digital, o CFO precisa ser muito mais que um simples tesoureiro da empresa. O mindset desse executivo deve ser digital, para que ele não seja deixado para trás neste processo.

Um CFO digital é um estrategista e um comunicador. Para elaborar o seu planejamento financeiro, em vez de apenas atender ou recusar demandas e requisições de outros setores, ele deve estabelecer o diálogo com as equipes para encontrar caminhos alternativos que permitam que a empresa consiga alcançar seus objetivos com uso dos recursos disponíveis.

Muitas vezes, essas soluções envolverão o uso de novas tecnologias ou reestruturações na cadeia produtiva da empresa. Enquanto o CEO e o COO avaliarão o impacto operacional dessas mudanças, cabe ao CFO entender o risco financeiro envolvido e verificar se existem recursos para executá-las.

Como já foi dito, é natural que muitos diretores financeiros adotem uma postura cautelosa em relação ao risco, mas a transformação digital acontece com a inovação e não existe inovação sem riscos.

Isso significa que o CFO precisa sair de uma posição conservadora e assumir alguns riscos. Para isso ser feito com responsabilidade, ele deve cultivar habilidades preditivas mais avançadas e, claro, se valer também de tecnologias inovadoras para maximizar sua performance.

Por fim, o CFO digital deve estar atento aos movimentos de mercado e ser capaz de identificar oportunidades de negócios e melhoria operacional com base em novas tecnologias e técnicas derivadas. Em vez de apenas seguir tendências, o CFO com um mindset digital pode ser o executivo que vai iniciá-las dentro da empresa.

A inovação no setor financeiro

O setor financeiro das empresas não será poupado pelas mudanças drásticas decorrentes de tecnologias inovadoras e modelos de negócios disruptivos. Além do seu papel ativo na transformação digital da organização, o CFO também sentirá essa metamorfose acontecendo na sua área de atuação.

Isso significa que novas tecnologias estão sendo adotadas por empresas para melhor sua capacidade de gestão financeira, maximizando também a performance do CFO. São muitas as novidades, mas é interessante destacar algumas delas, começando pela inteligência de dados.

Os executivos do C-level são os que tomam as decisões mais difíceis e críticas para uma organização. Tradicionalmente, essas escolhas são feitas com base em uma avaliação técnica de cada líder, de acordo com sua experiência na área.

Mas com as novas tecnologias de coleta e análise de dados, como o Big Data Analytics e o Business Intelligence, esse processo de tomada de decisões pode ser ainda mais preciso. Com elas, é possível processar um volume maior de informações com muito mais agilidade.

No setor financeiro, em que as escolhas devem ser sempre baseadas em números, essas inovações podem ser uma excelente ferramenta para que o CFO faça análises preditivas certeiras e consiga controlar com mais exatidão os recursos da empresa.

Além da inteligência de dados, outras tecnologias já começam a impactar o setor financeiro das organizações. O Machine Learning, por exemplo, é uma inteligência artificial avançada capaz de detectar padrões e realizar ações com base neles.

Esse tipo de ferramenta pode ser capaz não só de explorar diversos cenários e resultados da empresa como também sugerir os melhores caminhos para o planejamento financeiro da companhia.

E por fim, vale a pena citar outras tecnologias que devem impactar o trabalho do CFO nos próximos anos, como o blockchain, que é a tecnologia por trás da Bitcoin, capaz de protocolar transações sem a necessidade de uma autoridade central monetária.

Além de poder ser utilizado em criptomoedas, o blockchain também pode ser base de inúmeras outras aplicações em que seja preciso verificar a autenticidade de transações.

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