Você já imaginou como será a medicina no futuro? Com o rápido desenvolvimento da tecnologia, as ferramentas utilizadas para a realização de procedimentos médicos têm se tornado cada vez mais modernas e práticas, e a nanotecnologia na medicina é uma das novidades mais revolucionárias da atualidade.
Essa tecnologia consiste no conjunto de ações, pesquisas e descobertas que envolvem manipulação de matéria a nível molecular ou atômico. Assim, foram desenvolvidos microprocessadores (chamados de nanorobôs) com medidas em 1 a 100 nanômetros, ou seja, 0.000000001 metros!
Criada no Japão, a nanociência tem aplicação em diversas áreas, como a eletrônica, engenharia, ciência da computação e medicina. Nesse último caso, o ramo é chamado de nanomedicina.
O futuro da medicina será moldado por essa inovação, o que é um tema excepcionalmente importante para todos que trabalham na área e se preocupam com sua saúde. Veja tudo o que você precisa entender sobre o assunto, desde seu funcionamento, aplicações, benefícios, riscos e o futuro dessa tecnologia:
Como funciona a nanotecnologia na medicina?
Basicamente, consiste na junção de medicina e nanotecnologia em prol da saúde do homem. De acordo com Robert. A. Freitas Jr., um dos pesquisadores mais influentes no campo, a nanomedicina consiste no:
- monitoramento, controle, construção, reparo, defesa e desenvolvimento de todo o sistema biológico humano a nível molecular, utilizando-se de nanopartículas ou nanorobôs;
- ciência que diagnostica, trata, previne doenças e danos, aliviando a dor e aprimorando a saúde humana por meio de ferramentas moleculares;
- implantação de máquinas e conhecimentos moleculares para solucionar problemas médicos.
Os nanoprocessadores criados são invisíveis ao olho nu, seus tamanhos podem ser de até seis vezes menor que um glóbulo vermelho, tendo dimensões comparáveis com a de uma bactéria ou até mesmo do DNA humano. Eles podem ser injetados diretamente na corrente sanguínea, ingeridos por meio de capsulas de medicamento, entre outros meios.
Os instrumentos necessários que permitem a observação de moléculas ao nível atômico são chamados de Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e o Microscópio de Varredura por Tunelamento (STM).
Seu princípio básico é a construção de estruturas estáveis e novos materiais a partir de átomos. Isso ampliou muito o leque de possibilidades dentro da medicina, permitindo o desenvolvimento de uma infinidade de aplicações.
Quais suas aplicações práticas?
Graças ao tamanho dos microprocessadores, é possível que eles adentrem em células, façam reparações, catalisem reações químicas e ditem o comportamento dessas máquinas no organismo humano para outras funcionalidades. Alguns exemplos de suas aplicações são:
- colocar microssondas para fazer testes sanguíneos dentro do corpo humano;
- eliminar a contaminação de um ambiente;
- criar novos processos de limpeza corporal;
- desenvolver novas drogas artificiais;
- regenerar tecidos do corpo;
- destruir vírus e bactérias;
- desobstruir artérias;
- entre inúmeras outras possibilidades.
Alguns dos itens acima ainda não possuem aplicações reais, pois se trata de um ramo que ainda depende de muitos avanços científicos e tecnológicos.
Como está sendo utilizado hoje?
Há tratamentos e drogas, desenvolvidos a partir dessa tecnologia, que já fazem parte de nossas vidas. A seguir, listamos tópicos contendo algumas aplicações atuais da nanomedicina.
Medicamentos e drogas
Na data de janeiro de 2016, a revista NanoBiotech News publicou que havia mais de 125 drogas e medicamentos sendo desenvolvidos a partir das descobertas da nanomedicina.
No ano de 2017, de acordo com a P&T Community, cerca de 50 desses medicamentos já foram aprovados e já estão sendo comercializados e utilizados para uso clínico. A mesma pesquisa demonstra que a nanotecnologia reduz o nível de toxicidade nos medicamento.
Várias outras drogas estão sendo pesquisadas para tratar desordens metabólicas, condições de autoimunidade, doenças psiquiátricas, neurológicas entre outras.
Drug Delivery
Esse termo consiste nas fórmulas, tecnologias e sistemas de transporte de drogas utilizados para que o remédio chegue até o órgão ou parte do corpo correto, fazendo com ele produza seus efeitos no lugar almejado.
A nanomedicina não somente ajuda a desenvolver novas drogas, mas também as encaminha até o seu destino. Uma publicação na ScienceDaily mostrou que os pesquisadores da Houston Methodist e da Rice University, no Texas, descobriram que os canais em que as drogas moleculares passam possuem entre 2.5 e 250 nanômetros.
A intenção dos cientistas é fazer com que os nanorobôs atravessem esses canais para conhecer seus tamanhos, caminhos, propriedades e outros fatores.
Tratamento de câncer
Tratamentos contra o câncer estão limitados ao uso de cirurgias, radiação e quimioterapias. Todos esses três métodos causam bastante dano à integridade do indivíduo e não são capazes de erradicar completamente a doença.
Devido aos seus tamanhos, os nanomateriais são capazes de agir diretamente nas células cancerígenas. Dessa forma, é possível atacar a doença sem danificar o restante do corpo do paciente, o que diminui os efeitos colaterais do tratamento e aumenta a probabilidade de sobrevivência.
Uma equipe internacional de investigadores da RMIT University descobriu que as nanopartículas podem aumentar a dose de uma determinada radiação (usada para tratar câncer) sobre as células em até 90%. As descobertas da nanotecnologia impactam de forma decisiva o tratamento da doença.
Quais os benefícios?
As vantagens da nanomedicina abrangem várias vertentes da área da saúde. De forma geral, pode-se listá-las nos seguintes itens:
- maior sensibilidade nos diagnósticos, possibilitando a detecção de doenças em um estágio inicial e aprimorar a análise de amostras sanguíneas;
- melhoria na qualidade dos exames de imagem;
- permite localizar precisamente onde se encontram doenças;
- possibilita cirurgias menos invasivas, pois agem diretamente no órgão e células defeituosas;
- entrega mais efetiva de medicamentos em partes específicas do corpo;
- aumenta a eficiência das terapias e reduzem a necessidade do consumo de medicamentos.
Quais os riscos?
Apesar da sua ampla gama de funcionalidades e vantagens, ainda há diversos problemas que precisam ser superados pelos cientistas. Os principais riscos que ela pode causar ao corpo humano são:
- danos aos pulmões se as nanopartículas forem inaladas;
- suas propriedades tornam a ingestão das nanopartículas tóxicas;
- no ambiente celular, as nanopartículas sofrem biodegradação, o que pode gerar mudanças intracelular e alterar genes;
- o uso de nanodrugs pode levar à sua imunidade, tornando os pacientes resistentes à tecnologia;
- ainda precisa de regulamentação para mitigar os riscos envolvidos.
Qual o panorama para o futuro?
O desenvolvimento da nanomedicina encontra obstáculos como a falta de rentabilidade financeira em seu investimento, falta de confiança do consumidor, regulamentações ineficientes quanto à proteção de patentes e incertezas do mercado.
Apesar dessas contrariedades, o interesse na tecnologia cresce a cada ano. Atualmente existem aproximadamente 200 empresas que trabalham com pesquisa sobre nanomedicina, e 27% de todo o investimento da nanotecnologia é voltado para a área da saúde.
Portanto, trata-se de um campo bastante promissor, principalmente por surgir como uma esperança para curas de doenças como o câncer, AIDS e desordens cerebrais.
A aplicação da nanotecnologia na medicina transformou as perspectivas que temos do futuro. Graças a essa tecnologia, doenças serão rapidamente diagnosticadas e tratadas, aumentando a qualidade de vida de todos os indivíduos ao redor do globo.
Se você quer saber mais sobre a nanotecnologia, entenda quais serão seus impactos em nosso futuro!