Um dos principais problemas para empresas na era digital é se manterem competitivas, tendo que lidar com as novas tecnologias e processos que surgem todos os dias e mudam completamente o jogo. A boa notícia é que há uma saída: a gestão da mudança.

Uma nova cultura, voltada para se adaptar a tudo de novo que venha a surgir no mercado, é a única maneira de acompanhar a transformação digital e se manter relevante perante novas empresas.

Neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre a gestão da mudança e quais os objetivos dessa estratégia dentro das organizações. Vamos lá?

O que é gestão da mudança e quais são seus objetivos

Qualquer tecnologia ou novo processo é sempre visto como uma evolução dentro das organizações, capaz de trazer impactos positivos para a empresa. Contudo, nem sempre é assim!

Quando uma implementação não sai como deveria, o resultado é a perda de recursos investidos, atrasos de produção, colaboradores insatisfeitos e outros problemas que podem prejudicar o andamento da organização no mercado.

A gestão da mudança está especificamente ligada aos serviços e processos dentro de uma empresa, e antes mesmo de conceituar esse termo é preciso entender do que se trata a palavra mudança nesse contexto.

Mudança é a remoção, adição ou transformação de qualquer ponto que possa afetar a produtividade da empresa, sendo que o seu escopo inclui alterações em processos, arquiteturas, métricas, documentação e ferramentas.

A Change Management é realizada, geralmente, por um gerente de projetos ou o responsável pela TI da empresa. Seu principal objetivo é diminuir qualquer impacto negativo causado pela inserção de novas tecnologias no contexto da organização.

Essa disciplina garante que as mudanças sejam realizadas de forma suave e completa, sem interferir na produtividade dos colaboradores, que devem ficar satisfeitos durante o processo de alteração.

O foco principal da gestão da mudança está nas pessoas, indivíduos e equipes, que são os principais interessados, pois as transformações estão diretamente ligadas a suas rotinas.

Quais são os principais tipos da gestão da mudança

São três níveis principais em que a gestão da mudança pode ser aplicada de acordo com as alterações que devem ser feitas dentro de uma organização:

Gestão da mudança individual

O foco está em cada pessoa e sua satisfação com as alterações que serão realizadas na empresa. Esse nível de gestão depende de um grande conhecimento e compreensão sobre os indivíduos que atuam na empresa. Psicologia e neurociência são disciplinas utilizadas para embasar as decisões do gestor.

Gestão da mudança organizacional

Em grandes empresas, nas quais uma mudança afeta o trabalho de diversos colaboradores, o acompanhamento individual pode não ser uma boa ideia, sendo mais interessante aplicar uma visão organizacional.

Nesse modelo, os indivíduos impactados são identificados, um plano é traçado e um treinamento é fornecido para esses profissionais.

Gestão da mudança corporativa

Esse é o estágio final e acontece quando uma organização já incluiu em sua cultura a gestão da mudança, sendo capaz de criar e gerenciar projetos que afetem o trabalho de todos os colaboradores.

Qual sua importância na era da Transformação Digital

Quando falamos em transformação digital estamos nos referindo a mudanças e inovação. Todos os dias surgem novas ferramentas e soluções que podem ser aplicadas para melhorar os processos das empresas.

Contudo, o maior desafio das não está na tecnologia em si, e sim nas pessoas. Fazer com que os colaboradores aceitem e se adaptem rapidamente a essas ferramentas e soluções é um problema constante.

Nesse contexto, a gestão da mudança surge como uma alternativa para melhorar o gerenciamento da inserção de novas tecnologias dentro do contexto organizacional, permitindo que os colaboradores se adaptem da melhor forma possível e, ao mesmo tempo, mantenham a produtividade durante o processo.

A McKinsey lançou, ainda em 2017, um estudo que mostra que empresas que se adaptam melhor a transformação digital conquistam mais mercado, enquanto as que não conseguem se adequar perdem seus investimentos.

Já a PointSource lançou, também em 2017, um relatório que identifica que apenas 44% dos gerentes de TI estão confiantes nas mudanças realizadas em suas empresas, e o restante vê a cultura organizacional como uma barreira para o sucesso das novas implantações.

O principal impulso para a transformação digital dentro de uma organização é a capacidade das pessoas se adaptarem a novas tecnologias e processos e, por conta disso, a presença de uma gestão da mudança é essencial para garantir essa adaptação aconteça de forma fluída e eficiente.

Como colocá-la em prática

Existem vários modelos de gestão da mudança, como o ADKAR8 passos de Kottertransição de pontes e até mesmo a McKinsey mantém um modelo próprio chamado 7S. Porém, os estágios comuns entre eles, são:

  • preparação: é a fase em que se identifica uma oportunidade ou necessidade de mudança;
  • design: idealização de toda a gestão da mudança, verificando quais serão as alterações necessárias, os principais envolvidos, para, então, gerar um planejamento;
  • execução: o plano é posto em prática e acompanhado para verificar a necessidade de mudanças em seu curso;
  • sustentação: após finalizar o processo de implantação, é preciso manter um controle acerca das mudanças para garantir a adaptação de todos os envolvidos.

Case de sucesso

Segundo o naturalista Charles Darwin, a sobrevivência do mais apto é algo natural e esperado, e essas palavras também podem ser aplicadas quando o assunto é o mundo corporativo.

O Japão, por exemplo, é um país muito tradicional, e mesmo sendo líder em tecnologia em diversas áreas, a mudança de processos e adoção de novas ferramentas esbarra, muitas vezes, na mentalidade de seu povo.

Mckinkey documentou uma experiência de mudança dentro de uma empresa japonesa de produtos de consumo, em que a organização tinha uma grande aversão a alterações em seu modelo de trabalho.

Um novo CEO foi trazido para realizar as mudanças necessárias dentro da empresa e seu primeiro passo foi abrir oportunidade para outros jovens, excluindo de sua equipe todos os colaboradores que não se sentiam bem com as transformações. Ou seja, ele fez com que a inovação fosse feita por quem estava buscando por ela. Neste mom e, ao mesmo tempo, passou uma mensagem bem clara: as coisas estão mudando e só fará parte da mudanças quem aceitá-la. Tradicionalismos não seriam mais aceitos a partir dali.

Em seguida, o executivo investiu um bom tempo ensinando aos seus escolhidos, em detalhes, a jornada que seria trilhada rumo a inovação, alinhando com todos a importância do que estava sendo feito.

Dessa forma, a empresa atingiu seu objetivo de forma simples e rápida, e virou um dos cases de sucesso da McKinsey, mesmo atuando em um país com uma cultura tão forte quanto o Japão.

Concluindo, a gestão da mudança é fundamental para que as empresas possam sobreviver e crescer dentro de um ambiente de transformação digital, na qual as alterações fazem parte do dia a dia e devem ser aceitas como tal.

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