Mas afinal, o que se espera das empresas no que se refere à inovação na economia digital? De acordo com um artigo publicado por Tony Qui, Diretor de Inovação da Ernst & Young, o sucesso nesse novo mundo não se trata apenas de um sprint pontual, mas de uma corrida contínua para se manter sempre à frente das mudanças relacionadas às demandas do cliente.
Para isso, o empreendedor precisa ser flexível, estar disposto a mudar e a se adaptar às transformações dessa era. Hoje, a inovação acontece mais rápido do que nunca, portanto, o que foi uma boa prática há 6, 12 ou 18 meses pode já não ser agora.
Pensando nisso, criei esse conteúdo para explorar as mudanças no empreendedorismo, na gestão e no uso da tecnologia como instrumento para alcançar o sucesso na nova economia digital. Acompanhe o raciocínio:
Desenvolvimento de uma liderança baseada em energia, não em competências
O modelo de gestão convencional diz que uma organização deve investir constantemente no aprimoramento de competências da liderança. Quanto à importância de desenvolvê-las não há o que se discutir. No entanto, bilhões são gastos anualmente em treinamentos de capacitação e, mesmo assim, a maioria das empresas produz pouco ou nenhum resultado.
O motivo é simples: a maior parte desses treinamentos ainda se concentra no “como” e não no “por quê”. Já está claro para todos que os melhores líderes não são necessariamente os mais treinados ou mais bem pagos, mas aqueles que encontram um maior sentido de propósito em seu trabalho.
Suas recompensas consistem em saber que os seus esforços estão criando um futuro melhor. É claro que a parte financeira tem grande peso, porém, ótimos salários e um atraente pacote de bônus não serão sustentáveis no longo prazo se não houver um engajamento baseado em uma energia positiva.
Inovação colaborativa
Para obter uma vantagem competitiva nesse ambiente global, cuja evolução é rápida e constante, a colaboração é indispensável. Nesse sentido, as companhias devem apoiar as suas decisões não somente no consentimento dos gestores, mas também dos clientes, dos parceiros e das comunidades de pesquisa, por exemplo.
É preciso ter em mente, aqui, que a inovação na economia digital dificilmente ocorrerá quando externa a um processo colaborativo. Nada melhor para entender essa necessidade do que o Airbnb. Brian Chesky, Co-founder e CEO, disse em uma entrevista para o Master of Scale que o sucesso inicial da empresa só foi possível devido ao envolvimento dos hosts (anfitriões) e dos hóspedes na criação dos serviços.
Foi a partir dessa colaboração, segundo ele, que o Airbnb conseguiu desenvolver um dos modelos de negócio mais inovadores e com maior sucesso dos últimos tempos: hoje, 10 anos passados desde a sua fundação, a empresa está avaliada em aproximadamente 38 bilhões de dólares!
Foco na experiência do cliente
Sem a menor dúvida, o foco na experiência do cliente é um dos pontos mais importantes (para muitos o fator-chave) para a inovação na economia digital. A questão a destacar, nesse caso, é o fato de que os consumidores estão cada vez mais volúveis e experientes, o que faz da tarefa de satisfazê-los uma dificuldade e tanto.
É por essa razão que marcas como Warby Parker, Casper e Dollar Shave Club vêm crescendo rapidamente, pois é justamente na experiência do cliente que está o seu alicerce principal. Todas elas conseguiram inovar no seu mercado.
Aliás, vale ressaltar, também, que elas pertencem ao grupo das DNVBs, sigla para Digital Native Vertical Brands. Resumidamente, estamos nos referindo às marcas que têm na sua essência o digital, em todos os âmbitos.
Uso “abusivo”, mas não equivocado, da tecnologia
Para alcançar a verdadeira inovação na economia digital, a tecnologia deve estar envolvida em tudo. É sob essa visão que o termo “abusivo” atua nesse contexto, impondo a necessidade de incorporá-la em todas as áreas e atividades associadas ao dia a dia do seu negócio.
A Jive Communications, em uma recente pesquisa envolvendo 2.000 millennials, descobriu que mais de 70% deles veem a tecnologia como imperativa no espaço de trabalho. O aspecto mais agradável quanto a isso é que eles não buscam “coisas” caras e chamativas.
O que esses jovens (a nova força de trabalho, também chamada de geração Y) querem são tecnologias que proporcionem oportunidades de crescimento profissional, facilitem a criação e manutenção de hábitos saudáveis e ofereçam mobilidade para suas tarefas.
Isso transparece a forma como a tecnologia deve ser oferecida aos colaboradores. Nessa linha, é preciso investir em ferramentas como Trello, RD Station, Agendor, Slack, Hootsuite e outras tantas. A ideia é possibilitar que eles trabalhem remotamente, de forma produtiva e organizada, não quando quiserem, mas quando isso se mostrar viável ou necessário.
Os recursos tecnológicos precisam ser empregues na parte administrativa também. Podemos citar, como exemplo, os softwares de gestão integrada. Conhecidos como ERP’s, eles permitem integrar absolutamente todos os departamentos da empresa em um só lugar.
Não o bastante, também é possível unificá-los com as plataformas de e-commerce e os sistemas de PDV. Os benefícios de utilizar um ERP são vários, incluindo:
- aumento da produtividade;
- redução de custos;
- monitoramento e correção de problemas;
- melhor controle de produção;
- inteligência de dados;
- acompanhamento de métricas;
- consultas gerenciais precisas e transparentes;
- otimização do fluxo de caixa;
- apoio nas tomadas de decisão.
A inovação na economia digital é dependente de fatores variados, por isso a importância da utilização de um ERP. A única forma de analisá-los propriamente é quando observados em conjunto.
Obsessão pelo aprimoramento do sistema
Os empreendedores mais bem-sucedidos e que realmente estão inovando nesse mundo digitalizado são obcecados pelo aprimoramento. O que isso significa? A resposta: que eles estão conseguindo fazer o que McDonald’s já faz há muito tempo.
Para facilitar, considere a verdade de que o McDonald’s é uma companhia global com valor de mercado de mais de 100 bilhões de dólares. Essa magnitude foi conquistada porque ela tem o melhor hambúrguer do planeta? Não, não mesmo.
A origem de toda essa grandeza está no seu excelente (para não dizer fantástico) sistema de produção, montagem e entrega de hambúrgueres. É indiscutivelmente o processo mais eficiente entre todas as empresa do setor de fast-food. Por sinal, criado pelo próprio McDonalds’s.
Por fim, cabe salientar que se você deseja inovar e ter sucesso como empreendedor na economia digital, é essencial desenvolver uma visão holística: o seu negócio precisa se compreendido nas escalas “micro e macro”.
Quer continuar aprendendo? Então aproveite para conhecer o conceito de Future-proof!