“Eles tomam uma decisão baseados no que veem e esperam que dê certo. É preciso mais do que isso para vencer uma guerra.”

A frase, que parece ter vindo de alguma página de “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu é, na verdade, de Billy Beane, personagem interpretado por Brad Pitt em Moneyball (O Homem que Mudou o Jogo, 2011), primeiro longa-metragem que trata seriamente do poder do Big Data nos esportes e seus efeitos nas competições de alto rendimento.

No longa, Beane é gerente do time de beisebol Oakland Athletics, que com um orçamento 10 vezes menor que seus concorrentes (e com jogadores de talento questionável) forma um time campeão, apoiado tão somente em uma sofisticada (e até então inédita) metodologia de análise estatística dos jogadores.

Foi apenas uma reverência do cinema a um fenômeno que, desde meados de 2000, é pedra fundamental das campanhas vencedoras nas mais variadas modalidades esportivas: Ciência de Dados. Hoje você vai ver alguns cases de sucesso que mostram a íntima relação entre esporte e data mining!

Big Data, Big Performance

Para 2017, o mercado esportivo mundial projetou receitas totais em US$ 90 bilhões, o que representa crescimento de quase 100% nos últimos 12 anos.

Esses números não vieram ao sabor do acaso. Isso fica claro ao lembrarmos que o uso da mineração de dados nesse segmento cresce na mesma proporção (o setor de análise esportiva deve crescer de modestos US$ 125 milhões em 2014 para incríveis 4,7 bilhões em 2021).

Tal impulso meteórico ganha combustível com uso de ferramentas automatizadas para medir milhares de variáveis esportivas que seriam impossíveis de serem detectadas a olho nu… Tudo em tempo real. Algumas finalidades no uso de Big Data nos esportes:

  • coleta de dados real time para entender de forma imediata quais os limites físicos de cada atleta, sua capacidade biomecânica e reações neurológicas em cada situação;
  • monitoramento de dados fisiológicos, coletando/transmitindo à equipe técnica informações sobre frequência cardíaca, distância percorrida, aceleração, velocidade e potência;
  • possibilidade de “dissecar” minuciosamente as características de cada atleta adversário, como grau de angulação do chute, percentual de arremates de determinada distância, índice de acertos em determinados tipos de marcações, combinações de golpes mais frequentes etc.

No mundo de hoje, dados, todos têm. O que diferencia os vencedores dos estagnados é a capacidade de transformar esses dados brutos em informações gerenciais, em insights poderosos que indiquem o caminho da vitória. É isso que uma boa ferramenta de Big Data nos esportes é capaz de fazer.

Essa imensa vantagem competitiva potencial explica por que, segundo levantamento da Forbes, o mercado global de análise de dados (em todos os segmentos) deve crescer de US$ 130 bilhões em 2016 para US$ 203 bilhões em 2020.

Big Data, Big Show

Mas se engana quem pensa que a relação entre esporte e análise de dados se restringe aos limites da quadra/pista/campo/ringue. A NBA utiliza, já há alguns anos, diversos recursos em Ciência de Dados para oferecer ao seu público uma experiência revolucionária em entretenimento esportivo.

Mediante a integração de seu app com uma plataforma de data mining (mineração de dados), torcedores têm acesso, durante o próprio jogo, sobre informações detalhadas da performance de cada atleta, análise de jogadas, simulação de cenários e muito mais.

O que antes era calculado manualmente pelos comentaristas esportivos, e demorava horas para ser organizado (mediante exaustivas visualizações de gravações, longas edições de fitas e sucessivos congelamento de lances), hoje é feito em tempo real, auxiliando o próprio espectador a entender o que é preciso ocorrer para que seu time saia com a vitória.

É uma dobradinha entre tecnologia e esporte que só poderia culminar no aumento exponencial das receitas citado acima.

Mas a coisa vai mais longe. A própria organização do evento pode ser aprimorada com o uso de Big Data nos esportes. Em um estádio, por exemplo, os torcedores podem ter acesso a um app para visualizar, ainda de sua cadeira, em quais banheiros há mais fila.

É possível também saber onde estão as lanchonetes mais próximas de seu assento e qual o melhor caminho para sua saída do estádio. Tudo isso é a revolução trazida pela integração entre esportes e análise de dados.

Mas vamos sair da teoria para mostrar alguns exemplos sobre o assunto.

Cases de sucesso de Big Data nos esportes

Pancadaria algorítmica: Big Data, o verdadeiro astro do UFC

O UFC é a maior organização de MMA do planeta, com receita anual na faixa dos US$ 600 milhões. Desde 2008, a franquia de lutas tem uma parceria com uma empresa de análise de dados, que gera informações ainda durante o embate sobre:

  • tempo médio de finalização;
  • movimentações no chão mais comuns;
  • combinações de golpes e técnicas de ground and pound mais utilizadas;
  • nível de cansaço de cada lutador;
  • percentual de acurácia dos golpes disparados.

Todos esses dados ajudaram a tornar mais palatável ao grande público uma modalidade com longa fama de violência, levando as lutas a mais de 1,1 bilhão de lares espalhados por 145 países.

Alegria, ousadia e estatística: como o futebol foi reinventado pelo Big Data

A análise de dados no futebol é antiga. E podemos dizer que até o uso de análise de dados no esporte mais popular do mundo também não é tão recente assim. Mas foi após a destruição da seleção brasileira, dentro de sua própria casa, e por 7 gols, que muitos especialistas começaram a entender o que fez daquela seleção alemã tão superior: o Big Data.

Não demorou muito para chegarem ao Match Insights, uma solução em Analytics criada para a Deutscher Fussball-Bund – DFB (Confederação Alemã de Futebol), através da qual o staff da seleção conseguia ter um raio-X completo sobre os adversários e sobre si mesmos. Um marco em Big Data nos esportes.

A ferramenta permitia diagnosticar em qual setor de campo cada jogador adversário permanecia por mais tempo; quais os passes mais comuns; em qual ponto do gol eram direcionadas as bolas de cada jogador rival; quais os passes e jogadas mais frequentes.

Com tudo isso em mente, cabia à comissão técnica estudar onde seu time possuía falhas e o que precisaria ser feito para neutralizar os pontos fortes de quem se colocava no caminho dos alemães. O resultado você viu qual foi.

Ace da análise de dados: o pioneirismo da seleção brasileira de vôlei

Há pelo menos duas décadas questiona-se se, de fato, o futebol é o esporte mais vencedor do Brasil. A razão é a soberania do vôlei nacional, tanto na quadra como na praia, e em ambos os gêneros. Muito desse sucesso deve ser creditado ao vanguardismo do trabalho com Big Data em Saquarema (RJ), QG do vôlei canarinho.

Níveis de impulso, grau de distensão muscular na recepção, tempo de resposta diante das jogadas adversárias e velocidade dos saques são apenas algumas das variáveis monitoradas nos treinos de todas as categorias da seleção brasileira.

Atualmente, outras seleções de voleibol também já passaram a trabalhar com as vantagens do Big Data nos esportes, mas a iniciativa tardia destes mantém o Brasil ainda à frente.

Você não quer cometer o mesmo erro dos adversários do vôlei brasileiro, certo? Então continue aprendendo sobre o poder do Big Data na Transformação Digital!

Tiago Magnus

Fundador do Transformação Digital Tiago Magnus atuou nos últimos 10 anos em projetos digitais, trabalhando com marcas como Lenovo, Carmen Steffens, Mormaii, VTEX, Carrefour, Centauro, entre outras, e como sócio de uma das principais agências digitais do Brasil. Hoje, é Diretor de Transformação Digital na ADVB e Fundador do TransformacaoDigital.com.

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