Para entender o que é Realidade Virtual (RV), é preciso ir além do mundo dos jogos e do entretenimento. Apesar de essas serem as áreas em que a tecnologia é mais popular, o campo de aplicação desse recurso é muito mais abrangente.

No futuro, a RV vai revolucionar a forma como interagimos com outras pessoas e lugares. Isso significa que precisamos entender o papel da Realidade Virtual na Transformação Digital, pois ele será significativo.

O que é Realidade Virtual?

A Realidade Virtual (RV) é um ambiente tridimensional criado por computador que simula o mundo real e imerge o usuário em uma experiência de contato com essa realidade. Ela utiliza quase todos os sentidos humanos e pode incluir sensações, como o toque, permitindo que uma pessoa utilize esse recurso para interagir e explorar ambientes.

Por sua vez, esses cenários podem ser uma reprodução paralela de um local que realmente existe — como um museu, uma casa, ou uma loja — ou um lugar que não está presente no mundo real — como um ambiente de game, o mundo em que viviam os dinossauros e assim por diante.

Muitas pessoas já experimentaram jogos de realidade virtual ou cenários demonstrativos da tecnologia, mas a importância da RV também cresce em áreas como marketing, vendas, treinamento e educação — em medicina, engenharia e ciências. A Microsoft, a Sony, o Google, o Facebook, a Apple e a Samsung são exemplos de grandes empresas que investem pesado na Realidade Virtual.

Em suas formas mais simples, a Realidade Virtual é vivenciada em 3D por meio de imagens ou vídeos em 360 graus — usada em computadores ou smartphones. Sistemas de RV mais elaborados usam visores especiais de computador ou, até mesmo, salas inteiras com telas de alta resolução.

Como funciona e quais as tecnologias envolvidas?

Muitas pessoas já tiveram algum contato com a Realidade Virtual ou com sua utilização conjunta com a Realidade Aumentada, mas poucas sabem como a tecnologia funciona. Porém, a mecânica não é difícil de entender.

Os óculos de RV são como uma tela colocada diante e próxima dos olhos — ou duas, uma para cada olho. Desse modo, a interação com o mundo real é eliminada e o usuário pode experimentar o ambiente projetado nas telas diante do seu campo de visão.

Duas lentes de foco automático são geralmente colocadas entre a tela e os olhos e se ajustam com base no movimento ocular para projetar o setor do ambiente virtual que é procurado com os olhos do usuário. As projeções visuais na tela são renderizadas usando um telefone celular ou um cabo HDMI conectado a um PC. Mas para criar uma RV realmente imersiva, existem certos pré-requisitos. São eles:

  • uma taxa de quadros de, no mínimo, 60 fps: taxa na qual à GPU pode processar as imagens por segundo;
  • uma taxa de atualização igualmente potente: o ritmo da exibição para renderizar imagens;
  • um campo de visão mínimo de 100 graus: embora 180 graus seja ideal;
  • FOV (Field of View): extensão na qual a exibição pode suportar o movimento dos olhos e da cabeça.

Se qualquer um deles não funcionar de acordo com os padrões, o usuário pode experimentar um intervalo de tempo muito alto entre suas ações e a resposta da tela, o que compromete a sensação de realidade em relação ao ambiente projetado. A resposta deve ser inferior a 20 milissegundos para que o cérebro não diferencie o ambiente virtual e o mundo real.

Outra questão que precisa ser suportada é a de evitar à inconsistência entre a taxa de quadros e a taxa de atualização, que produz um evento chamado de distorção cibernética — tela distorcida. Usando um fone de ouvido e efeitos sonoros 3D, a projeção fica ainda mais real e melhora a fidelidade na experiência para o usuário. O rastreamento dos olhos e da cabeça também é fundamental para a tecnologia. Ele ocorre por meio de ponteiros laser, luzes led ou sensores móveis.

No celular, um acelerômetro detecta movimento tridimensional, um giroscópio o movimento angular e um magnetômetro identifica a posição em relação à Terra. Se for preciso obter uma precisão muito alta, câmeras e sensores podem ser instalados em uma sala, mas essa é uma configuração muito mais dispendiosa em comparação com o uso de sensores básicos de telefone.

Quais as aplicações da Realidade Virtual?

Embora o natural seja ligarmos a Realidade Virtual ao mundo dos jogos e a outras formas de entretenimento, o campo de aplicações é muito mais vasto. Um corretor pode usar de um ambiente virtual para demonstrar uma visita remota de um imóvel, uma loja virtual pode simular a experiência de compra de uma loja física, por exemplo. Mas essa tecnologia também pode ser muito bem utilizada em áreas como a saúde.

Pesquisadores do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford desenvolveram um programa de RV que pode tratar o medo das alturas, por exemplo. Em um processo controlado, os pacientes foram “inseridos” em um prédio de 10 andares gerado por computador. Lá, um terapeuta os guiou em uma série de atividades. O resultado foi que 69% das pessoas que usaram o tratamento com RV foram consideradas curadas do medo de altura.

O estudante da Universidade de Nottingham Trent, Gareth Walkom, teve uma ideia semelhante quando desenvolveu um software de RV para ajudar pessoas que sofrem com problemas da fala, como a gagueira. Com a tecnologia de rastreamento ocular é possível monitorar os níveis de ansiedade em diversos cenários e fornecer feedback sobre como melhorar os níveis de estresse.

Qual o panorama da RV para o futuro?

Por meio dessa tecnologia será possível conhecer novos lugares como se estivesse visitando-os, mesmo sem nunca tê-los visto pessoalemnte. Alunos poderão fazer viagens de campo virtuais, bem como viajar no tempo para aulas de história. Pense nas possibilidades!

Além de conhecer nosso passado de forma mais realista, passear no antigo Egito com a vivência do ambiente tal qual como era na época é certamente mais envolvente, estimulante e marcante — fácil de memorizar.

Nos treinamentos empresariais também será possível simular situações e acontecimentos de forma mais realista, além de aprender procedimentos de risco com maior segurança — inclusive em profissões como resgate e combate a incêndios, por exemplo.

Os especialistas também esperam que a Realidade Virtual se torne mais orientada para os sentidos no futuro. Ao introduzir melhores controles de toque, a RV se tornará muito mais fiel ao ambiente projetado. Sentidos como o toque, a temperatura e o cheiro, tornarão a experiência mais rica e, em certa medida, difícil de distinguir em relação ao mundo como conhecemos.

Contudo, as melhores ferramentas de RV ainda são caras — ainda mais no caso das possibilidades que acabamos de descrever. Por isso, não está previsto que esse avanço ocorra no curto prazo. No lugar disso, é mais lógico pensar no aumento de suas áreas de aplicação.

Agora que você conhece mais detalhes sobre o que é Realidade Virtual, nossa sugestão é que confira um pouco sobre a evolução das tecnologias envolvidas na Transformação Digital ao longo do tempo, entendendo o passado e o futuro de cada uma delas em nossas vidas. Acesse aqui: A linha do tempo das tecnologias emergentes!

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