Naturalmente, as iniciativas de Transformação Digital são impulsionadas principalmente pela produtividade nas organizações, mas é preciso saber como inovar para extrair o máximo de valor dela.

Se, no primeiro caso, as metas de curto prazo são alcançadas com facilidade, a inovação é determinante para uma estratégia competitiva mais duradoura, que posicione melhor a empresa no mercado — e com base no valor entregue ao cliente.

Essa realidade coloca as empresas que investem na Transformação Digital em uma encruzilhada. Elas sabem que precisam usar a tecnologia para melhorar o que já fazem, mas percebem que esse esforço pode ser neutralizado se a concorrência encontrar um meio de superar o modelo “de fazer”, ofertando um valor superior para o consumidor.

Por isso, a inovação pode ser a válvula de liberação do fluxo criativo capaz de transformar o negócio, com um retorno superior para seus clientes e, em consequência, uma rentabilidade maior para a organização. Vamos entender isso melhor?

O investimento e a inovação

A maioria das empresas usa a Transformação Digital para melhorar seus processos. Segundo levantamento da Deloitte, duas vezes mais entrevistados relataram que as metas de produtividade e a melhora operacional são mais influentes que o desejo de inovar. Além disso, os que planejam aumentar significativamente os investimentos no próximo ano informam que manterão a mesma política.

No entanto, o estudo também aponta que 51% dos executivos focados em inovação estão contentes com o retorno sobre o investimento, um percentual muito próximo dos seus colegas mais comprometidos com metas de produtividade (57%) e com melhora operacional (56%).

É verdade que iniciar a mudança com a melhoria dos processos atuais é uma abordagem sensata e pode criar uma base sólida para futuras inovações, inclusive com a identificação de oportunidades de inovar.

Porém, a inovação deve ser uma prioridade se considerarmos que a simples adoção da tecnologia é facilmente imitável pela concorrência, e o mesmo não ocorre com uma boa estratégia de gestão da inovação.

O uso atual de tecnologias

A maior parte das empresas usa a tecnologia mais tradicional, o que reforça a tendência de priorizarem o que conhecem e fornece uma base sólida, antes de explorar novos territórios. Ao mesmo tempo, a própria adoção de incrementar as tecnologias atuais resulta em uma evolução contínua, mais gradual, que prepara as organizações para um futuro cada vez mais conectado.

É o caso com os sistemas computacionais de gerenciamento de manutenção (CMMS) e da computação em nuvem, adotados por grande parte das empresas que, nos próximos anos, atingirão quase a totalidade delas. Isso sem mencionar as plataformas de visualização de dados e de big data. As empresas precisam se preparar para lidar com um volume gigantesco de dados, que cresce exponencialmente.

Se, em um primeiro momento, a capacidade de aproveitamento desses dados é limitada pelo uso operacional da tecnologia, o contato com a informação e o crescente aprimoramento de seu uso tornarão as oportunidades de inovação cada vez mais claras e inadiáveis.

A grande demanda pela contratação de posições de experiência do usuário e de design de interface também demonstra uma mudança, relacionada à usabilidade da tecnologia. As empresas precisam garantir que os novos recursos sejam usados, ou seja, devem ir além da disponibilização de novas tecnologias.

Ainda segundo a pesquisa da Deloitte, dados apontam diferenças notáveis de maturidade digital das empresas, dependendo do setor de atuação. Na indústria de manufatura, por exemplo, o modo de incorporação da tecnologia e a sua relação com a inovação é diferente do que ocorre no setor de serviços, ou no comércio.

Em razão disso, podemos supor que a complexidade de cada setor tem influência direta na forma como elas respondem, atuam e se modernizam. Ou seja, não existe um caminho único que todas as empresas possam trilhar rumo à Transformação Digital, tão pouco uma demanda igual pela inovação por parte de todos os públicos e nichos de mercado.

A solução do dilema

As empresas são movidas pelos esforços para melhorar as operações e processos atuais, alcançar metas de curto, médio e longo prazos e construir uma base sólida para o futuro.

Conforme incorporam a Transformação Digital, elas precisam reconhecer o uso da tecnologia para impulsionar a inovação, em vez de apenas melhorar os processos atuais, pois é isso que oferece perspectivas reais de crescimento, baseado no nível de competitividade e na capacidade de diferenciação.

Desse ponto de vista, a pergunta natural de ser feita é: o que as empresas podem fazer para garantir o futuro que desejam? Para responder a essa pergunta, podemos relacionar algumas sugestões apontadas pela Deloitte na divulgação do estudo que serviu de base para esta postagem. Veja!

Abrace o desconhecido

Os usos tecnológicos voltados para a inovação têm a mesma probabilidade de gerar um ROI forte. Isso significa que as organizações podem se concentrar não apenas em construir a base sólida de tecnologias, mas também incluir novas abordagens e prioridades verdadeiramente inovadoras, o que inclui atenção com as pessoas e a capacitação dos envolvidos.

Reconheça a tendência de investir em produtividade e operações

Necessariamente, essa tendência não é algo ruim. Afinal, os responsáveis parecem contentes com o resultado. Ao mesmo tempo, é preciso ficar atento às oportunidades de inovação, antes que a concorrência as aproveite.

Use a tecnologia para apontar oportunidades

No entanto, se a empresa souber construir uma base tecnológica sólida no seu uso operacional, poderá usá-la para suportar a inovação e para encontrar oportunidades de modernização no modelo de negócio e nas estratégias.

Não fique parado

A maturidade relativamente mais baixa em áreas mais inovadoras, associada a investimentos mais altos em ferramentas para aproveitar tecnologias avançadas, sugere que muitas organizações planejam investir em capacidades que elas esperam que as ajudem a avançar, sob o risco de ficar para trás.

Como conclusão, vale mencionar que saber como inovar parece totalmente ligado às habilidades de gerar resultados efetivos de retorno de investimento. No final, tudo gira em torno do bom aproveitamento de recursos, pois é isso que sustenta a continuidade de qualquer planejamento.

Um bom plano, com expectativas claras de resultado e estratégias definidas para obtê-lo, pode ser a chave para abrir as portas da inovação, além de, obviamente, dedicação à busca constante de informação!

Esdras Moreira

CEO na Introduce Formado em Redes de Computadores, com especializações em Gestão de Pessoas, Coaching e MBA em Marketing. É co-founder da introduceti.com.br, que conduz o crescimento dos negócios através de estratégias e tecnologias. Além disso é investidor no projeto Globin.it, Middas e Grupo 3Minds.

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