Nenhuma questão está em tanta evidência como o real impacto do novo coronavírus nos empregos. As pessoas estão aflitas com a influência da pandemia de COVID-19 na saúde, mas a estabilidade do mercado de trabalho também é preocupante.

O fato é que a força de trabalho de cada negócio precisará testar sua capacidade e eficiência no home office. A necessidade de incorporar a transformação digital já era evidente, mas agora ela se tornou urgente.

Nesse cenário, investir em algumas soluções podem diminuir os resultados negativos dessa situação no trabalho e  auxiliar no engajamento dos colaboradores. Tais ações, como a aplicação de benefícios flexíveis, ainda permitem amenizar esse contexto de ansiedade e incerteza tanto para os funcionários quanto para as empresas. 

Os impactos da pandemia nos empregos são definitivos e exigem atenção para o período posterior. Para ficar por dentro do assunto, confira os desafios que estão sendo enfrentados e as saídas que as organizações estão utilizando.

O impacto do novo coronavírus nos empregos mundo afora 

Dados e processos mais adiantados de propagação da pandemia em outros países oferecem informações preciosas sobre as consequências que podemos esperar por aqui com o avanço do número de infectados, assim como os ensinamentos que podemos tirar da China com a gestão remota de equipes

Os impactos do novo coronavírus nos empregos estadunidenses, por exemplo, foram noticiados no mundo todo — e logo alcançaram os 2 dígitos. Em seis semanas, 30 milhões de trabalhadores recorreram ao seguro-desemprego. 

Segundo a McKinsey, um terço de todos os empregos permanece vulnerável, especialmente nos pequenos negócios, que geralmente são considerados essenciais e envolvem tarefas que exigem proximidade física com os clientes.

Assim como ocorre no Brasil, muitos desses negócios já estavam vulneráveis antes do impacto da pandemia, com uma reserva de caixa média de 27 dias. Por aqui, uma pesquisa do Sebrae apontou que as empresas nacionais estimam 30 dias como o prazo limite de sobrevivência.

Segundo informou o Correio Braziliense, pesquisas apontam para um aumento de 5 milhões de desempregados no Brasil. A reportagem também reforça o maior impacto nas empresas menores, que têm menos condições de captar recursos e menos reserva de caixa.

Os desafios impostos pela pandemia

No setor de comunicação, uma pesquisa realizada pela Aberje revelou como estão agindo as empresas da área na superação dos desafios impostos pelo impacto da COVID-19 nos empregos. Segundo 55% dos respondentes, manter os colaboradores engajados e produtivos tem sido a principal dificuldade

Além disso, 45% deles estão focados na adoção de estratégias extremamente ágeis. Entre as ações tomadas por esses negócios, destacamos:

  • adoção do Home Office: 95% utilizaram essa estratégia e permanecem com os trabalho remotos;
  • afastamento dos colaboradores: concessão de férias, compensação de banco de horas, redução de jornada e suspensão da operação em 95% dos casos;
  • maior adoção da comunicação digital: criação de canais, utilização de plataformas e redes sociais por 90% das empresas;
  • cancelamento de viagens, visitas, reuniões e eventos presenciais: 35%;
  • criação de comitê: 34% das organizações elaboraram uma comissão específica para gestão da crise;
  • definição de plano de contingência: visando a proteção dos empregados, dos clientes e da saúde financeira da organização, 19%.

Com relação aos profissionais que não podem operar remotamente, os desafios foram superados emergencialmente com as seguintes medidas:

  • adequação do ambiente: 40% das empresas reduziram a carga horária e tomaram outras medidas para aumentar o distanciamento entre os colaboradores;
  • adoção de boas práticas sanitárias: 34% delas implantaram medidas de limpeza, higiene e uso de produtos e equipamentos de segurança, como máscaras e de álcool em gel;
  • ação educativa: 27% intensificaram a comunicação por meio de campanhas e orientações;
  • alteração do sistema de transporte:15% buscaram reduzir o uso do transporte público;
  • monitoramento do estado de saúde: 12% passaram a controlar as condições de saúde na entrada dos colaboradores. Na maioria dos casos com uso de medidores de temperatura.

Quais soluções utilizar durante esse período?

Nos relatos apresentados, chama a atenção o baixo percentual de empresas com planos de contingência elaborados, ainda que isso seja perfeitamente compreensível. Afinal, uma das maiores dificuldades desse momento é fazer previsões, o que dificulta qualquer planejamento. 

No entanto, é fundamental desenvolver soluções que possam ser aplicadas tanto neste momento, quanto no período pós-pandemia. Confira abaixo algumas ações que você utilizar nas estratégias de sua empresa.

Planejamento

Como destacamos, planejamentos são essenciais mesmo quando não são compostos de certezas absolutas. Aliás, dificilmente eles ocorrem sem a necessidade de ajuste e flexibilidade. Em um caso tão incomum como o desta pandemia, sobre o qual não temos um histórico recente para consultar e analisar, esse aspecto é agravado.

Não sabemos exatamente por quanto tempo permanecemos nessa situação, por exemplo. Contudo, é possível trabalhar com estimativas pessimistas, realistas e otimistas sobre prazos e receitas, de modo a estabelecer medidas em cada situação. Dessa forma, relacione os riscos que a empresa corre em cada situação e elabore ações para minimizar o máximo deles.

Redução e renegociação de custos fixos

Em todos os casos, trabalhar para reduzir custos fixos é sempre uma boa iniciativa nesse tipo de situação. Procure se informar sobre os aspectos legais, negociar com fornecedores e credores, aprovar crédito e eliminar despesas dispensáveis — mas com cuidado para não abrir mão do que for estratégico

Demitir colaboradores que precisarão ser contratados tão logo a economia reaja, por exemplo, vai significar custos adicionais de contratação e treinamento, além de exigir um tempo maior para que a empresa se recupere, uma vez que tende a não contar com o mesmo nível de produtividade e conhecimento. É preciso investir nos colaboradores, especialmente nos mais talentosos.

Adaptação ao contexto

Seus clientes e fornecedores têm expectativas diferentes de relacionamento e tratamento. Agora, as boas práticas sanitárias fazem parte da experiência como um dos aspectos principais da satisfação.

Se um contato pessoal é indispensável, ou mesmo se um material precisa ser enviado, o cuidado com o manuseio assume outra dimensão. Você pode, por exemplo, incorporar a utilização de um panfleto ou vídeos informativos sobre os procedimentos adotados para se proteger. É um novo modo de demonstrar cuidado.

Além disso, existe uma expectativa muito grande com relação ao papel social de cada negócio. Não basta garantir a sobrevivência da própria empresa, pois isso também depende de que toda a economia, fornecedores e clientes sobrevivam bem e superem os problemas com o máximo de rapidez. 

Benefícios Flexíveis

Agora pensando no bem-estar de seus funcionários e nos custos que podem ser reduzidos, a flexibilização de benefícios pode ser uma saída. Apesar de parecer uma situação desafiadora para as gestões, já que estão lidando com várias questões fora do comum, proporcionar flexibilidade aos colaboradores pode ser um bom caminho para organizações que precisam realizar uma troca tradicional. 

E as empresas que já oferecem essa modalidade saem na frente nesse período de crise, pois conseguem manter a satisfação dos funcionários e atender as necessidades individuais. Com benefícios flexíveis, além de ajudar na retenção e atração de talentos, os empregadores podem  proporcionar uma plataforma para cuidar da saúde emocional do seu colaborador — aspecto essencial, principalmente no período conturbado que estamos enfrentando.

O impacto do novo coronavírus nos empregos afeta cada negócio de modo particular, mas a resistência à mudança é menor, pois algumas inovações são urgentes. De tudo o que avaliamos, concluímos que a qualificação, a produtividade, a eficiência e o conhecimento acumulado continuam sendo fundamentalmente importantes para uma boa recuperação.

Pensando nisso, convido você para conhecer um canal especial e se manter informado sobre o assunto. Confira e assista às LiVees, e fique por dentro de tudo o que acontece no mundo do RH neste período de pandemia.

Raphael Machioni

Graduado em administração (FGV-EAESP). Cursou Business Adminstration (UC Berkeley, Califórnia). Trabalhou com trading (Itaú BBA), M&A (Olímpia Partners) e Investment Banking (A10 Investimentos). Criou a PICKnGO e a Max Benefícios, que se fundiu com a Vee Benefícios. Fintech onde hoje ocupa o cargo de CEO.

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