Muitas empresas do segmento industrial estão destinadas, cada vez mais, a rever seus planos de negócios e encontrar uma maneira de incorporar as chamadas buzzwords tecnológicas, como a inteligência artificial (IA), machine learning e Internet das Coisas (IoT). Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2018, sobre Investimentos em Indústria 4.0, revela que a indústria brasileira ainda engatinha no que diz respeito à migração para a digitalização, já que apenas 17% das empresas que investirão em tecnologias digitais pretendem investir em sistemas inteligentes de gestão e inteligência artificial.

Apesar do atraso no processo de incorporação dessas tecnologias, a ligação entre a indústria e a inteligência artificial já gera certo receio nos trabalhadores que temem serem substituídos por máquinas. Os profissionais estão cada vez mais aflitos acreditando que as máquinas podem ocupar suas posições, entretanto segundo a McKinsey, enquanto 51% das tarefas de trabalho podem ser automatizadas, apenas 5% das ocupações podem ser automatizadas. A realidade é que a inovação funciona melhor como um híbrido de tecnologia e trabalho humano, uma vez que essa combinação otimiza o fluxo de trabalho, aumenta a eficiência e os lucros.

Trabalhador humano e Inteligência Artificial

Para diferenciar a propaganda exagerada da realidade da Inteligência Artificial (IA), o machine learning e a IoT e determinar a melhor maneira de implementá-los em um plano de negócios, é essencial entender os principais componentes de cada um deles. A Inteligência Artificial é capaz de realizar um processo de produção com qualidade tão boa, ou melhor, do que a de um ser humano. Isso geralmente envolve um elemento de automação.

Já o machine learning é uma vertente da IA na qual os computadores identificam padrões que indicam o desempenho futuro.  Na indústria, essas tecnologias não substituem o trabalhador humano, mas oferecem a oportunidade de otimizar processos e, utilizando os dados coletados para prever problemas futuros, liberando os funcionários para lidar com problemas mais sofisticados. Fábricas eficientes combinam estrategicamente máquina e humanos para aumentar a produtividade e os lucros, além de aprimorar a vantagem competitiva.

Agendamento e Inteligência Artificial

A inteligência artificial é especialmente adequada para o agendamento. O processo de envio de técnicos para reparar equipamentos críticos é demorado, tedioso e pode proporcionar um uso ineficiente de recursos se realizado tardiamente. Isso acontece porque vários fatores afetam a necessidade de reagendar um compromisso de serviço, incluindo tempo de viagem estimado impreciso e duração do trabalho, peças incorretas ou ausentes e até mesmo condições climáticas.

Ao incorporar a IA no processo de agendamento, os gerentes podem estimar o tempo de viagem e otimizar a rota do técnico, levando em conta as condições climáticas e de trânsito. Baseado no histórico e no tipo de tarefa, também é possível sinalizar os clientes com maior risco de cancelamento e responder de forma proativa e eficiente. Isso economiza um tempo valioso, não apenas para o técnico, que agora pode atender à outro serviço, mas também para os clientes.

Manutenção preditiva e Inteligência Artificial

Quando combinada com a Internet das Coisas (IoT), a IA também pode ajudar a agendar compromissos com base no histórico de manutenção. As empresas de manufatura não podem perder seu valioso tempo e produtividade por conta de falhas não planejadas nos equipamentos. A inteligência preditiva fornece um alerta antes da máquina quebrar, permitindo que a empresa antecipe-se e dedique tempo para reparar ou substituir uma peça sem sofrer qualquer tempo de inatividade, mantendo o chão de fábrica funcionando no prazo e sem interrupções indesejadas.

Tecnologia do futuro

É compreensível que a Inteligência Artificial deixe os trabalhadores nervosos. Do medo de automação substituir os trabalhos até a angústia de romper processos existentes, a IA oferece muito valor, mas também gera incertezas. O fato é que a IA e outras tecnologias são uma grande parte do futuro do trabalho, e aqueles que a enxergam além da propaganda exagerada e a utilizam com responsabilidade, terão ganhos de eficiência.

A IA permite que as empresas limitem o tempo gasto pelos trabalhadores humanos em tarefas repetitivas e demoradas e otimiza todo o fluxo de trabalho para maximizar a eficiência, cortar custos e manter uma vantagem competitiva.

Para continuar aprendendo, entenda aqui o cenário de crescimento da automação industrial no Brasil!

Steve Smith

VP de Indústrias Estratégicas na ClickSoftware Steve Smith é VP de indústrias estratégicas da ClickSoftware, possui mais de 15 anos de experiência em soluções de gerenciamento de trabalho móvel destinado ao mercado de telecom e outros setores. É bacharel em ciência pela University of Massachusetts e co-autor do livro "Service Is Hard”.

mercadoMercado
Gestão Imobiliárias Lifelong Learning: os benefícios de nunca deixar de aprender
Jurídico O atual estado da Inteligência Artificial no Direito