O marketing de influência é um setor fascinante em razão das possibilidades que gera e das dúvidas que o acompanham. Uma “escorregada” e um ídolo pode se tornar o centro da indignação nacional. Por isso, observar a tendência do marketing de influência é uma das tarefas indispensáveis de quem utiliza ou pensa em utilizar essa ferramenta.

O ramo está se profissionalizando e se descobrindo, o que favorece mudanças constantes. Então, vamos acabar com algumas das incertezas?

Influenciadores se tornarão empreendedores

Imagine que você tenha uma quantidade expressiva de seguidores e que trabalha como influenciador. Seus clientes usam sua reputação para vender mais e “fazer dinheiro”. Parece natural que, depois de algum tempo, você comece a se perguntar o motivo de não fazer de sua marca pessoal um negócio.

Talvez esse raciocínio seja a justificativa mais lógica para a tendência de que os influenciadores transformem suas marcas pessoais em um negócio, aproveitem sua audiência e, desse modo, obtenham um retorno superior.

Esse movimento já começou. Personalidades como youtuber Zoe Sugg, a referência alemã do fitness Pamela Reif, e Ella Mills, do setor de culinária, já provaram que transformar seu sucesso em um empreendimento completo e real pode ser um modelo de negócios bem-sucedido e lucrativo.

Obviamente, o resultado depende de competência e de habilidades de gestão. Contudo, necessariamente, esse tipo de ação não precisa ocorrer com envolvimento em alguma atividade produtiva, uma vez que ela pode ser terceirizada.

Relações mais estratégicas entre os influenciadores e as marcas

As marcas buscam a formação de parcerias com influenciadores que produzem conteúdo consistente e que são autênticos. Com o fortalecimento da confiança nessas alianças, a tendência é a de que elas se tornem parcerias estratégicas em vez de se manterem simples interações pontuais.

Essas relações tendem a um fluxo de duas vias. Ou seja, conforme os influenciadores conquistam credibilidade junto ao seu público, que cresce e amadurece, eles podem obter insights estratégicos com facilidade — e essa é uma informação útil para as marcas. Especialmente para manter o relacionamento com uma comunidade de consumidores com alto potencial de fidelização.

A Revolve, uma marca de comércio eletrônico que trabalha com moda de luxo, é um bom exemplo de aproveitamento dessa tendência. Com eventos como os prêmios Revolve, incentivam a comunidade a votar em seus influenciadores favoritos. Ao permitir que a comunidade faça essa escolha, a marca é capaz de envolver estrategicamente os influenciadores certos para seu público.

Conteúdo patrocinado claramente identificado

A divulgação adequada do conteúdo patrocinado se tornará um padrão e desempenhará um papel importante na contribuição para a profissionalização do setor de marketing de influenciadores.

Em 2018, os influenciadores alemães começaram a rotular todo o seu conteúdo como posts de propaganda, independentemente de serem patrocinados ou orgânicos, por medo de medidas legais contra eles.

Embora essa estratégia possa ser considerada legal, ela não está alinhada com o objetivo regulamentar, que é a garantia da transparência perante a audiência sobre o que é e o que não é patrocinado. Por isso, é de se esperar que essas regras se tornem mais objetivas.

Esse é um setor sujeito a regulamentações, que costumam ocorrer no âmbito global. Quanto mais ocorrerem tentativas de driblar normas ou interpretações erradas sobre os objetivos de proteção, maiores são as possibilidades de reação, com regras mais rígidas ou específicas.

Os podcasts de influenciadores ganharão o gosto da audiência

O potencial dos podcasts já começou a ser explorado pelos influenciadores. O meio não apenas garante um bom alcance, como também, em razão do seu formato, é uma ótima maneira de se compartilhar pensamentos, opiniões e conselhos mais íntimos e profundos com o público, criando conexões mais fortes.

Os podcasts funcionam tanto para as relações B2B quanto para as B2C. A Kara Swisher, da Recode, e o entusiasta de marketing Scott Galloway começaram seu podcast Pivot e o podcast da OMR com o cofundador Philipp Westermeyer, um dos mais populares da Alemanha entre os focados em marketing digital.

Ascensão dos influenciadores de jogos

Os Esports tiveram uma grande melhoria em 2018, e a plataforma de vídeo streaming Twitch se tornou objeto de atenção na área de marketing de influenciadores. Os profissionais da área finalmente aproveitaram o potencial do alcance do Twitch e a popularidade dos influenciadores da plataforma.

O segmento de jogos e esportes tem um grande potencial de engajar fãs e, por isso, sua ascensão é sempre digna de atenção, permitindo mudanças estratégicas importantes para as marcas.

Aumento do combate a seguidores falsos

Influenciadores falsos e fraudulentos são um problema sério para os anunciantes e uma grande ameaça para seus orçamentos de marketing.

Em junho de 2018, a questão recebeu grande atenção depois que o CEO da Unilever, Keith Weed, fez declarações a respeito. Um número cada vez maior de empresas se mostra preocupada com o problema e com disposição para interromper contratos e isolar quem usa desse tipo de prática.

O aumento artificial de alcance e das taxas de engajamento não deve acabar, pois é um recurso tentador em um mercado altamente disputado que, como mencionamos, ainda carece de profissionalização por parte de alguns dos seus praticantes.

Como resposta, as organizações contam com a contribuição de dados científicos gerados pela tecnologia. Softwares específicos de marketing de influência ajudam as marcas a detectarem influenciadores com audiências fraudulentas e seguidores fake gerados por robôs.

Em se tratando de uma questão que envolve diretamente o orçamento, a tomada de medidas para identificar os influenciadores falsos é um investimento de retorno. Por isso, menos empresas desperdiçarão seus orçamentos de marketing em 2019.

Para concluir, tenha em mente que observar o que é tendência do marketing de influência precisa ocorrer com base no alinhamento com os propósitos da marca. Especialmente a geração Z, que começa a ganhar força no mercado de consumo e de trabalho, está bastante atenta à legitimidade das organizações, e é de se considerar esse valor como uma tendência significativa para os próximos anos.

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