Constantemente as organizações estão se reinventando, com controladores que buscam revolucionar os métodos de gestão para que elas se tornem mais competitivas. Uma das formas mais eficazes de conquistar esse objetivo é aplicando a teoria Teal.

Um novo modelo de organização está surgindo, e o conceito de companhia para um futuro próximo não é o mesmo de poucos anos atrás. As empresas que se adaptam às mudanças serão capazes de maximizar a produtividade e a competência, o que ditará as futuras referências no mercado.

Conheça aqui o conceito Teal:

Definição de Teal

Teal é um paradigma que se refere ao próximo estágio da consciência humana. Quando aplicada sobre uma empresa, ela age como um organismo, com seus próprios objetivos, e não como um mero veículo para que os gestores alcancem suas metas.

A ideia tradicional corporativa, que é composta de hierarquias, cadeias de ordens, excesso de burocracias e falta de propósito será ultrapassada em pouco tempo. As organizações mais evoluídas são construídas sob três princípios:

  • possuem um propósito claro e vivo;
  • são autogeridas por todos colaboradores;
  • têm um ambiente integral, ou seja, um lugar onde o indivíduo pode ser ele mesmo.

O modelo de pirâmides hierárquicas, com funcionários na base e administradores no topo, é substituído por estruturas descentralizadas de pequenos times que assumem responsabilidades e governanças próprias.

Com essa forma de gestão de pessoas, as ações dos indivíduos não serão guiadas por uma cadeia de comando proveniente de uma ordem superior, mas, sim, buscando a concretização dos propósitos da companhia.

Origem dessa consciência

Essa mentalidade teve início quando Frederic Laloux publicou o livro “Reinventing Organizations: A Guide to Creating Organizations Inspired by the Next Stage of Human Consciouness”, no ano de 2014. Na obra, o autor aplica a Teoria Integral do psicólogo Ken Wilber para demonstrar os estágios evolutivos das organizações.

No ano de 2017, um crowdfunding de 80 interessados arrecadaram R$ 70 mil para imprimir 3 mil cópias do livro no Brasil. Ele foi traduzido para o português e publicado sob título de “Reinventando as Organizações”. Seu lançamento foi um sucesso e, por isso, há a previsão de uma segunda tiragem contendo 5 mil cópias.

Cenário onde o Teal se faz necessário

Trata-se de um modelo organizacional que substituirá a cultura tradicional aplicada sobre qualquer companhia. Vários controladores de grandes companhias reconhecem a importância do tema e já adotaram essa estratégia.

O brasileiro Ricardo Semler, CEO e coproprietário majoritário da empresa Semco Partners, proferiu a seguinte sentença: “A chave para o gerenciamento é se livrar dos gerentes.” Pode parecer contraditório, porém, sua visão evolutiva contribuiu para o sucesso empresarial de seu negócio.

Outros exemplos de organizações de sucesso que revolucionaram sua cultura organizacional são Netflix, Zappos e Atlassian. De acordo com os gestores, o livro de Frederic Laloux foi difícil de ler à primeira vista, mas logo eles conseguiram usá-lo como referência para superar os desafios das empresas.

Como funciona a transição

O livro traz várias práticas de como efetuar a transição para a nova mentalidade — entretanto, o processo não é simples. As grandes companhias têm dificuldade em fazê-lo em razão da quantidade de setores e funcionários que precisam ser transformados. No entanto, as novas empresas também enfrentam esse desafio.

Isso ocorre pelo fato de que todos são criados, crescem e vivem em ambientes de comando, como escolas, trabalho, na política do país e até mesmo dentro de nossas casas. Existem sistemas criados especialmente para ensinar como fazer a transição, como Aequacy, Holacracia, Sociocracia 3.0 e a brasileira Organização Orgânica (O2).

Passos para atingir a organização orgânica

A O2 consiste em um livro de regras que determina três diretivas para a colaboração e distribuição da autoridade. Confira uma breve explicação de cada uma delas a seguir:

Papéis

Consiste no conjunto de atividades e expectativas sobre o trabalho dos colaboradores. Ao contrário dos cargos, são designados papéis para as pessoas, que são menores, mais flexíveis e se adaptam conforme a necessidade da empresa.

Círculos

Os papéis com objetivos comuns são agrupados em círculos. Isso manterá as reuniões com um número gerenciável de participantes, permitindo que a própria equipe se auto-organize. Pode haver círculos menores dentro da equipe: eles cuidarão de questões específicas e não são de hierarquia menor.

Reuniões

Por fim, são propostas reuniões regulares para tratar de oportunidades e problemas pelos integrantes de cada círculo. Elege-se uma pessoa (chamada de facilitador) para conduzir a reunião de acordo com as necessidades do grupo.

Quais tecnologias podem ser aliadas

A tecnologia será uma grande aliada, tanto na implementação dessa nova cultura da organização quanto para garantir o desenvolvimento das atividades na rotina da companhia. Algumas das ferramentas mais úteis para isso são o Blockchain e os Chatbots. Veja:

Blockchain

Blockchain é uma tecnologia em que todos os envolvidos são responsáveis pela segurança, compartilhamento de dados e gerenciamento de um bem. Ela é a base para o funcionamento da criptomoeda Bitcoin, porém, seu uso é plenamente viável no dia a dia de uma empresa.

Utiliza-se uma rede descentralizada baseada no Blackchain no lugar do controle hierárquico comum. Os resultados de todos os colaboradores são registrados de forma aberta e transparente, permitindo que o time se supervisione.

Aqui, não há como esconder uma informação sobre as atividades. Além disso, a falta de hierarquia torna a tomada de decisões conjunta pela equipe de cada círculo.

Chatbots

Os Chatbots são uma forma de comunicação mecanizada. A tecnologia aglomera todos os dados da companhia em uma inteligência artificial que a analisa e interpreta inteligentemente.

Eles podem ser utilizados para aprimorar a qualidade das negociações internas, pois os Chatbots criarão relatórios, diagramas e fornecerão todas as informações necessárias para os debates rapidamente.

A tecnologia também pode funcionar como um intermediário para solucionar conflitos, pois processa os argumentos proferidos pelos colaboradores e oferece possíveis soluções.

Mitos e verdades sobre o Teal

Como se trata de uma novidade para as empresas, é comum que dúvidas e incertezas sejam geradas, fazendo com que as pessoas criem mitos sobre o Teal e até mesmo desacreditem de sua existência. Nesse tópico, expomos a realidade sobre o assunto e desmentimos inverdades:

Teal não é real

O livro de Laloux traz vários exemplos reais da utilização do Teal. Listamos quais são elas, seus ramos e como aplicaram a cultua:

  • Buurtzorg: empresa holandesa de enfermeiros que prestam serviços residenciais. Conta com mais mil times que se auto-organizam;
  • FAVI: grande francesa que produz maquinários para indústrias. Conseguiu seu sucesso eliminando hierarquia e aumentando a transparência interna;
  • Morning Star: maior produtora de tomates do mundo. Opera sem chefes, títulos e estruturas hierárquicas;
  • Patagonia: empresa que desenha e cria vestimentas e equipamentos para esportes, como surfe e escalada. Busca garantir igualdade e transparência nos seus processos internos.

Há uma falsa sensação de superioridade

A cultura Teal pode ser facilmente interpretada de forma errônea. Alguns indivíduos podem estar mais envolvidos na ideia que os demais, o que passará uma sensação de hierarquia. Mas essa não é a situação desejada.

Para evitar esse problema, é preciso que a implantação do Teal seja feita com cuidado. Todos os indivíduos devem estar conscientes quanto à filosofia desse tipo de organização.

O Teal é o futuro de qualquer companhia e, apesar de ainda estar em um estágio embrionário, diversas companhias já estão aplicando suas metodologias e alcançando resultados positivos. Os empresários que estudarem essa novidade serão capazes de evoluir seus negócios e garantir o sucesso empresarial.

E então, pronto para inovar?

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