A apresentação dos últimos resultados da Microsoft superou quase todos os indicadores de desempenho. A gigante da tecnologia teve receita de US$ 30,6 bilhões, lucro líquido de US$ 8,8 bilhões e lucro diluído por ação de US$ 1,14, contra a receita de US$ 26,8 bilhões, lucro líquido de US$ 7,4 bilhões e lucro por ação de US$ 0,95 do terceiro trimestre de 2018. Os serviços de nuvem da companhia tiveram grande impacto no crescimento.
Os números apresentados são prova de que a Microsoft possui uma das histórias de recuperação mais interessantes dos últimos tempos. Quando Satya Nadella assumiu a empresa, em janeiro de 2014, a gigante era considerada apenas uma sombra das glórias alcançadas na década de 1990. Sem conseguir deslanchar no setor de smartphones e tendo dificuldade de competir com outras empresas do setor, a Microsoft viu seus negócios estagnados e sem perspectivas de melhora por parte de muitas pessoas.
Hoje, cinco anos depois de Nadella assumir a companhia, a transformação da Microsoft é visível. Mas como isso foi possível? Buscando a trajetória do CEO desde o início de 2014, fica claro que sua intenção foi ter como foco o futuro, esquecendo do auge da companhia nos anos 90. “Nossa indústria não respeita a tradição – ela só respeita a inovação”, escreveu em seu primeiro e-mail para os colaboradores da companhia como CEO. Colocando as palavras em ação, Nadella alcançou uma profunda transformação estratégica e cultural da companhia.
Principais mudanças
Após a renúncia de Ballmer como CEO, a Microsoft acabou com as estruturas de gerenciamento firmadas que, segundo as informações, incentivavam a competição entre os colaboradores. Diante disso, Satya Nadella aproveitou a mudança para criar um ambiente de trabalho mais colaborativo, impulsionando os funcionários a trabalharem juntos em diferentes projetos.
Como lembra o VentureBeat, outra aposta de Nadella que deu certo foi a estratégia com os parceiros. No lugar de rivalizar, o CEO entendeu que parceiros especializados são capazes de fornecer conhecimento e inovação para organizações maiores. Dessa forma, agências e consultorias são frequentemente contratadas para completar e aperfeiçoar projetos.
Nadella também começou a investir em nuvem e inteligência artificial. Em 2017, a Microsoft lançou uma divisão especializada em IA com mais de 5 mil cientistas da computação e engenheiros de software. O CEO também criou o Intelligent Cloud, com produtos que incluem o Server e o Azure, travando grande concorrência com a Amazon Web Services no atendimento às necessidades de nuvem de grandes empresas.
Ainda dentro das mudanças feitas pelo CEO estão as aquisições de empresas como a GitHub, Citrus Data, LinkedIn e Lobe. Para os especialistas, identificar plataformas emergentes e de alto potencial e capitalizar seu crescimento por parcerias ou aquisições é uma maneira poderosa de simplificar o processo de transformação digital de qualquer negócio.
Em seu livro, “Hit Refresh”, Satya Nadella explica que a transformação alcançada dentro da Microsoft se deu graças ao empenho em mudar a atitude em nível organizacional. Sua recuperação e sucesso apresentados em números são prova de que a gigante serve como exemplo para quem quer implementar um programa de mudanças culturais e estratégicas. Afinal, com paciência e sabedoria, Satya Nadella preparou a Microsoft para competir no século XXI com maestria.