A reação mais imediata por grande parte das pessoas quando se fala de criatividade e inovação é se perguntar: isso serve para mim? Qualquer empresa pode inovar? Acontece que, na atualidade, a inovação passou a ser um requisito de sobrevivência. Por isso, a pergunta certa talvez seja: consigo sobreviver no mercado sem inovar? A resposta é simples: por algum tempo.

Existem vários motivos para você se dedicar à criatividade e inovação que poderíamos listar, mas queremos partir logo para as informações práticas. Então, vamos logo ao que interessa.

Criatividade e inovação

A criatividade pode perseguir dois destinos diferentes: a invenção e a inovação. Invenção é a simples criação de algo novo. Já a inovação, costuma ser descrita como a aplicação bem-sucedida de algo novo. Isso significa que o mercado precisa aceitar a novidade e que a empresa precisa ser capaz de estimular seu público a incorporá-la.

Pode parecer simples, mas da mesma forma que existe resistência à mudança dentro da empresa, existe fora dela. Por isso, a inovação demanda pela identificação de um problema, o desenvolvimento de uma solução para ele e a capacidade de convencer o seu público de que: primeiro, ele tem um problema do qual ele pode nem ter consciência; depois, de que a empresa é capaz de resolvê-lo.fa

Por isso, não podemos pensar na criatividade como usada por um artista, por exemplo. Na arte o profissional é livre para criar o que bem entender. No mundo corporativo há uma limitação natural em razão de objetivos, estratégias e procedimentos. Fizemos essa comparação para evidenciar ainda mais que é preciso criar o ambiente ideal para que a criatividade flua e uma metodologia correta para que a inovação se aplique. Vamos entender como fazer isso.

Bloqueios à inovação

Não vai adiantar muito adotar o método do Google para Gestão da Inovação se houverem bloqueios para a criatividade e inovação dentro da empresa. Na verdade, a criação de um ambiente favorável à inovação diz respeito muito mais a eliminação de bloqueios do que a criação de espaços lúdicos e modelos de gestão mais flexíveis — o que não significa que essas medidas não sejam importantes.

Intolerância ao erro

As empresas mais dedicadas à inovação costumam errar em grande parte dos novos projetos. Há uma frase bastante repetida de Thomas Edson mencionando quantas tentativas fracassadas foram necessárias para a invenção da lâmpada. Isso significa que o erro faz parte do processo de inovação.

A preocupação em minimizá-lo deve existir. Contudo, quando a empresa assume aquela posição tradicional de punir erros, principalmente quando isso ocorre de forma constrangedora, está criando uma forte barreira à criatividade e inovação.

Nesse caso, as pessoas adotarão uma postura mais conservadora e cuidadosa, buscando evitar punições e constrangimentos. Para evitar prejuízos e, ao mesmo tempo, eliminar essa barreira, é preciso adotar critérios eficientes de seleção de projetos e planejar o orçamento sabendo que, por exemplo, de cada 10 deles, 1 ou 2 serão levados adiante e obterão sucesso.

Centralização

Quando o processo decisório é muito centralizado nas lideranças, a criatividade também é desestimulada. Um modelo compartilhado, no qual cada colaborador se sente à vontade para dar sugestões e possui acesso às informações necessárias e suficientes para isso, favorece o surgimento de ideias inovadoras e ajuda a criar uma cultura participativa essencial para favorecer a inovação.

Contudo, para que essa política funcione, não basta criar um canal do tipo “caixa de ideias”, no qual os envolvidos possam “depositar” suas sugestões. É necessária uma postura autentica de valorização da participação na tomada de decisão. Obviamente, isso não significa tornar o negócio uma “terra de caciques”. Participar da decisão é diferente de decidir sobre tudo.

Falta de integração

A inovação não é um processo que ocorre de forma isolada. Formar um comitê de inovação é uma prática muito utilizada em gestão da inovação, mas ele precisa funcionar como uma unidade integradora entre os vários departamentos do negócio, estimulando as iniciativas criativas na empresa.

O surgimento da inovação

Como já deve ter notado, as pessoas são fundamentais no processo. Por isso, elas precisam ser valorizadas, preferencialmente premiadas, quando se mostram criativas. Além disso, os colaboradores costumam ser mais criativos quando as equipes são heterogenias. Aprendemos com quem é diferente de nós mesmos e, embora o relacionamento seja aparentemente mais fácil entre “iguais”, é mais difícil que quem pense da mesma maneira tenha ideias diferentes.

Além disso, a criatividade e a inovação no meio empresarial dependem de uma boa gestão como todas as áreas. Por isso falamos no início deste texto sobre a importância de diferenciar os termos — gestão da inovação de inovação. Basicamente, a gestão da inovação depende de:

  • adotar uma metodologia de elaboração de novas iniciativas;
  • de seleção de projetos viáveis;
  • validação deles no mercado;
  • uma boa estratégia de marketing e vendas;
  • determinação de indicadores e metas de inovação;
  • monitoramento dos resultados e aprimoramento do processo.

O grande segredo está em fazer tudo isso sem engessar o processo criativo, criando uma política de valorização das pessoas e estímulo à inovação, o que, além de todos os detalhes descritos neste texto, inclui tempo dedicado à atividade.

Inovação em mercados “pouco criativos”

Alguns mercados mais tradicionais tendem a favorecer menos a criatividade e a inovação. Dentre eles, temos os escritórios de advocacia, o governo e as empresas de contabilidade, por exemplo.

Porém, isso está mudando. O setor de fintechs tem promovido uma verdadeira corrida pela inovação na área financeira, por exemplo. Anteriormente, esse setor se concentrava no desenvolvimento de software e automatização do atendimento para promover mudanças incrementais. Hoje, os novos empreendimentos estão mudando o modelo de negócios, focando no bom atendimento e forçando as empresas tradicionais a acelerar o ritmo da transformação.

Na contabilidade, a Contabilizei passou a oferecer serviços contábeis altamente automatizados e online, operando com um custo mais baixo e uma carteira de clientes muito maior. Todos são atendidos remotamente por meio de uma plataforma intuitiva. O setor jurídico também promete grandes mudanças, seja no mundo estatal ou no privado. Como exemplo, temos a AdvBox, software jurídico para gestão de tarefas de forma 100% digital.

Grandes líderes da criatividade e inovação

Um exemplo interessante é o do Henry Ford. Apesar de promover uma inovação complexa em vários aspectos, ela estava mais voltada para o processo produtivo do que para o produto. Os grandes líderes inovadores souberam criar o ambiente ideal e desenvolveram um olhar abrangente para o processo criativo e inovador, percebendo que a inovação tem várias dimensões.

Mas um dos exemplos mais marcantes na atualidade é o de Elon Musk. Se observar o comportamento da equipe dele na divulgação de um produto, vai notar um grande envolvimento de todo o time, vibrando com a conquista de mais uma etapa de um projeto ambicioso. Essa relevância do projeto ajuda em conseguir o efeito, mas é esse “espírito” que um líder precisa despertar na equipe.

Para concluir, vale ressaltar que tanto a criatividade quanto a inovação dependem fortemente de motivação. Não podemos esperar uma equipe comprometida com a mudança sem a criação de estímulos, como um ambiente favorável, uma gestão eficiente e valorização das pessoas comprometidas com inovação e com talento criativo.

Agora, você já pode comece a exercitar o comportamento inovador dentro de sua empresa!

Eduardo Wolkan

Cofundador do TransformaçãoDigital.com. Eduardo Wolkan é bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com ênfase em marketing e comportamento do consumidor. Entusiasta do meio digital e fascinado pela internet, fez do hobby sua profissão e hoje atua com projetos de transformação digital para empresas tradicionais.

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