A tecnologia mudou totalmente a experiência de viajar. A transformação digital no turismo é um processo que se iniciou antes de muitas outras indústrias e ainda está acontecendo, com novas tecnologias e comportamentos obrigando as empresas da área a se adaptarem constantemente.

Além de reservar passagens e hospedagem pela internet, hoje os turistas podem conhecer as ruas que vão percorrer pelo Google Street View, buscar os melhores passeios com base nas referências de blogs ou sites como o Trip Advisor e compartilhar tudo com amigos e parentes nas redes sociais e aplicativos de mensagem.

Essa realidade é muito diferente do que acontecia em um passado próximo, quando a intermediação de uma agência de viagens era quase obrigatória, e cartões postais com fotos genéricas chegavam aos destinatários muitas vezes depois do viajante retornar para casa.

Neste artigo, falaremos sobre essas mudanças, além dos impactos e desafios da transformação digital no turismo.

Impactos da transformação digital no turismo

A transformação digital não é uma opção, mas sim uma questão de sobrevivência no mercado. Empresas que não perceberam essa metamorfose ou demoraram para se adaptar foram engolidas por concorrentes mais eficientes. Kodak, Blockbuster e até a Nokia, por exemplo, são algumas marcas famosas que acabaram se tornando ultrapassadas.

As empresas de turismo tiveram que perceber isso bem cedo. Tão logo o primeiro hotel lançou um sistema de reservas automatizado com uma interface amigável em seu website, todos os outros precisaram correr atrás do prejuízo para não oferecer uma experiência inferior aos seus clientes.

O mesmo aconteceu com as companhias áreas, que conseguiram otimizar seu setor de vendas com as tecnologias digitais e facilitar o acesso do público à cotação do valor de uma passagem, algo que estimulou também a competitividade no setor.

Mas o surgimento dessas tecnologias pioneiras marcava apenas o início do processo de transformação digital. Em pouco tempo, surgiram agregadores como o Booking.com e o Viajanet, que permitem que um turista pesquise e compare inúmeras opções de hospedagem e passagens ao mesmo tempo.

A tecnologia deixou o turismo mais acessível para o público em todos os aspectos e, apesar dos impactos profundos em todo tipo de empresa relacionada ao setor, ninguém sentiu tanto essa transformação como as agências de viagens, que tiveram que fazer uma metamorfose completa no seu modelo de negócios.

O novo papel das agências de viagens

Em um passado recente, as agências eram a melhor opção para comprar pacotes completos de viagens. Além de montar um roteiro completo, elas tinham um alto poder de negociação com companhias aéreas, hotéis, locadoras de carros e outras, podendo oferecer preços imbatíveis para os seus clientes.

Mas tudo mudou com a chegada das tecnologias digitais. O consumidor passou a ter um acesso bem mais direto aos fornecedores da sua viagem que, graças à competição acirrada e à ausência de intermediários, passaram a oferecer seus preços mais competitivos para os seus clientes finais.

O comportamento do viajante também mudou com a possibilidade de se pesquisar e conhecer mais sobre o seu destino por meio de blogs especializados e sites como o Trip Advisor, que reúne análises e dicas de passeios, restaurantes, hotéis e outros.

Com essas mudanças, a oferta das agências de viagens tradicionais deixou de ser interessante. E a principal razão para isso não é nem o valor mais caro, mas sim a possibilidade de se obter uma experiência muito mais personalizada com o suporte da tecnologia do que a que um pacote fechado poderia oferecer.

A transformação digital pode até ter sido o fim da linha para algumas agências de turismo, mas apenas para aquelas que não foram capazes de se adaptar. Em vez de pensar em concorrer com a força bruta incomparável das inovações tecnológicas, algumas empresas estão aprendendo a utilizar essas novidades como uma ferramenta de trabalho.

Melhor que tentar conseguir um preço mais baixo de passagens do que a oferecida em um site especializado que compara todas as companhias aéreas, o agente de turismo pode utilizar esse portal enquanto constrói um pacote personalizado para o seu cliente, somando sua expertise na área e contato pessoal com o turista para formatar uma experiência única e inesquecível.

As agências de turismo precisaram adaptar sua proposta de valor para sobreviver e prosperar em um mercado transformado pelas novas tecnologias. Essa é a essência da transformação digital: em vez de lutar com a mudança, é preciso entender como surfar na onda.

Tecnologias disruptivas no turismo: o exemplo do Airbnb

Um dos principais exemplos de tecnologia disruptiva é de uma empresa da área de turismo. Lançado em 2008, o Airbnb conta hoje com mais de 3 milhões de leitos disponíveis em 65 mil cidades espalhadas por 191 países, um número muito superior ao de qualquer rede hoteleira.

Criado como uma aplicação prática da economia de compartilhamento, o Airbnb permite que qualquer pessoa disponibilize hospedagem para turistas, que pode ser desde uma cama em um quarto até uma luxuosa mansão na beira do mar.

Com essa estratégia inovadora, a empresa largou na frente da transformação digital e ganhou o mercado com preços mais competitivos e experiências únicas, como a de alugar um barco em Angra dos Reis ou passar as férias em um castelo na França.

Apesar de ter transformado o setor de hospedagens, o Airbnb não parou por ai. Ciente de que é preciso estar em constante atualização para se manter relevante, a empresa percebeu que o maior valor que ela oferecia não era apenas um lugar barato para dormir, mas sim a experiência mais intensa e personalizada do que a de um hotel.

Por isso, o Airbnb passou a oferecer serviços complementares em sua página: o mais interessante são as experiências únicas, como aprender a surfar no Havaí com um profissional ou participar de um torneio de Lucha Libre no interior do México.

Assim, além de se tornar um marketplace de hospedagem, o site se tornou também um centralizador de passeios inusitados em diversos destinos. Outra novidade do Airbnb é a curadoria de restaurantes, que por enquanto está disponível apenas em destinos nos Estados Unidos.

Na prática, o Airbnb está preocupado em antecipar tendências e evitar um destino similar ao da maior parte das redes hoteleiras, que não foram ágeis o bastante para se adaptar a novidade e agora precisam se reinventar para continuar competitivas.

Em um processo de transformação digital, a inovação não é um evento único, mas sim uma constante para a evolução de uma empresa. Curtiu saber mais sobre a transformação digital no turismo? Então aproveite para compartilhar esse post com seus amigos no Facebook!

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