Entre jornalistas, assessores de imprensa e comunicadores em geral, pode ser que a expressão Transformação Digital já faça parte do cotidiano há muito tempo, mesmo porque nós mesmos, que lidamos com a imprensa, já estamos sentindo os resultados dessa transformação onde a mídia impressa se esforça para continuar garantindo seu espaço entre o digital.
Ok, todo jornalista gosta do papel, se apega a ele, mas o digital já é muito mais parte da nossa vida do que conseguimos mensurar. E, se para nós que temos acesso diário a e-mails, sites, blogs, TV, aplicativos e outras tantas formas de comunicação, ainda estamos seguindo rumo à transformação digital, imagina o quanto ainda é necessário trabalhar para isso em outros mercados.
O departamento de Recursos Humanos é um deles, e foi um dos pontos de destaque da apresentação que acompanhei na Aberje Trends. Como você pode transformar digitalmente o RH de uma empresa, por exemplo, onde boa parte dos funcionários passa o dia entre máquinas na fábrica, com acesso restrito a e-mails, com horário específico para usar o celular? Não é uma tarefa fácil, mas muitos dos cases lá apresentados mostravam que é possível, só precisamos colocar em prática a nossa tão famosa criatividade.
Só um ponto em comum entre tudo o que foi visto que vale ser ressaltado desde já: a transformação digital acontecerá impreterivelmente, mas a inovação não é só baseada em tecnologia e sim em pessoas.
O case do Bradesco
Ao apresentar o seu case, o Bradesco mostrou que abriu salas, derrubou baias, abriu assuntos, que antes eram discutidos apenas internamente, para discussões entre as equipes, o que passou a trazer novas ideias e fazer com que os colaboradores se sentissem parte de todo o processo. Chegou então o InovaBra, com inovação na área de negócios deles, a implantação da inteligência artificial usando os dados coletados pelo próprio banco, fundo de investimento em startups, e um espaço de trabalho colaborativo, entre outras iniciativas.
Ok, pode parecer que para uma instituição grande, como o Bradesco, isso pode ser mais fácil de ser implantado, mas há também os cases mais específicos, em que não tem tanto investimento envolvido e que também deu certo.
O case da PepsiCo
A PepsiCo, por exemplo, contou com a ajuda da Critical Mass para resolver o problema da comunicação interna, afinal de contas não dava para exigir que as equipes parassem para ler os e-mails com comunicados se nem sempre estavam na frente de seus computadores.
Novamente, para chegar à uma transformação digital falamos primeiro de pessoas: promoveram o diálogo entre as equipes e diminuíram os níveis hierárquicos, já ganhando agilidade e frequência na transmissão da mensagem.
O próximo ponto era aumentar o alcance e optaram por abolir os e-mails e criar uma rede social para os funcionários. Algo leve, um aplicativo que pudesse ser baixado em qualquer smartphone, sem muitos grupos, já que a ideia era facilitar a integração de todos. A rede passou a ser a fonte de comunicação da empresa com os funcionários e tudo começou para informar sobre a mudança da sede. Depois de um ano de existência, já é usado por cerca de 13 mil funcionários.
O case da Unimed
E para fechar os cases, um último da área de saúde. A Unimed também optou por trocar os e-mails pela TV corporativa, pensando que enfermeiros, médicos, plantonistas, equipe de limpeza, entre outros cargos dentro desse segmento, não acessam seus e-mails o tempo todo durante o expediente.
Para essa mudança, eles fizeram uma pesquisa interna e novamente o lado humano falou mais alto. O primeiro comunicador da informação continuou sendo o gestor imediato, já que foi identificado como principal fonte de informação para a equipe na pesquisa. A partir daí, passaram a transmitir os comunicados nas TVs implantadas por todo o ambiente de trabalho e, num futuro próximo, o próximo passo será levar essa TV para o mobile.
Sendo assim, tive três exemplos que a tecnologia vai continuar direcionando as nossas vidas, o que eu acho sensacional e fundamental para a evolução de todos, mas as pessoas precisam querer fazer parte disso. O ponto é encontrar a melhor forma para unir o humano ao digital!