O processo de gerenciamento de riscos é inerente a qualquer projeto. Quando desenvolvemos um plano, pensamos sobre o que pode dar errado e elaboramos maneiras de minimizar os problemas. Por isso, o processo em si precisa ser simples e efetivo para evitar a complexidade como fator de potencialização de riscos.

Ainda que, descrito dessa maneira, o processo de gestão de riscos possa parecer difícil de ser elaborado, ele pode ser facilmente entendido. Por isso, vamos explicá-lo focando no impacto das novas tecnologias na sua execução. Assim, conseguiremos transmitir alternativas práticas e atuais que vão facilitar bastante o seu trabalho.

O atual cenário do gerenciamento de riscos

Antes de partir propriamente para as etapas é fundamental contextualizar o cenário atual. Isso porque as novas tecnologias trazem inúmeros benefícios, mas também agregam novos riscos — principalmente nas suas versões pioneiras, quando ainda não foram suficientemente testadas.

O risco à segurança está entre os mais influentes na atualidade. A frase soa até contraditória, uma vez que a segurança tem a função de evitar problemas. Contudo, a atual disponibilidade de dados, por exemplo, expõe a privacidade de cada um de nós de uma forma impensável há pouco tempo atrás.

O gerenciamento desse tipo de risco é de extrema importância e não atinge apenas grandes empresas como o Facebook, o WhatsApp e o Google. É difícil conceber um negócio que atualmente não mantenha dados sobre seus clientes e fornecedores, na maioria dos casos na nuvem e vulneráveis em alguma medida.

Ainda assim, uma pesquisa da KPMG sobre o tema, no ano de 2017, revelou que, na área de tecnologia, 72% das empresas só alocam uma equipe de risco após a ocorrência de um problema. Quase metade dos entrevistados ainda afirma que utiliza dispositivos e aplicações sem qualquer avaliação de risco e 50% das empresas usam dados obsoletos.

É compreensível que seja assim. Afinal, a urgência por agilidade acima de tudo, na transformação digital, é evidente e os riscos são uma possibilidade camuflada. É justamente por isso que o processo de gerenciamento de riscos é importante. Ele evidencia as possibilidades de problemas, classifica-as e determina os procedimentos de prevenção e correção.

As etapas do processo de gerenciamento de riscos e a tecnologia

01. Identificação do risco

Apesar de ser elementar a necessidade de começar relacionando os riscos e, como dissemos, de ela ser uma atividade natural na elaboração de projetos, essa primeira etapa é uma das que mais sofrem impacto da tecnologia e da transformação digital.

Recursos como o Big Data, a Inteligência artificial (IA) e a Internet das coisas (IoT), estão mudando a forma como coletamos dados e prevemos problemas. O Big Data amplia a fonte de informação, a IA automatiza a coleta e a IoT monitora ocorrências diversas, como o aumento de temperatura em equipamentos e a falta de itens em estoque, por exemplo.

O processo convencional de levantar informações sobre os riscos com os envolvidos no processo continua sendo importante, mas agora é possível ir além e, ao mesmo tempo, confirmar as suspeitas e receios da equipe com a ajuda da tecnologia.

02. Análise do risco

Com os riscos relacionados, é hora de analisá-los buscando identificar até que ponto cada um deles pode ocorrer de fato. Obviamente, não estamos falando de um processo de adivinhação e, muitas vezes, nem todas as variáveis que podem influenciar na ocorrência de um problema estão disponíveis. Mas com a definição de métricas variadas é possível obter uma previsão bastante razoável.

Na atualidade, grande parte desse processo pode ser automatizada e as análises podem ser ampliadas. Os algoritmos estão sendo desenvolvidos com uma capacidade de inteligência cada vez maior e não faz sentido limitar-se nesse campo. Mesmo os programas de análise estatística evoluíram muito e estão muito mais acessíveis.

03. Priorização dos riscos

Com base na análise, fica fácil relacionar os riscos de acordo com as características de alto, médio ou baixo. Os mais significativos são aqueles que podem interromper o seu projeto ou implicar em custos altos. Paralelamente, também é fundamental determinar aqueles que necessitam de uma resposta mais imediata.

Nesse aspecto, a tecnologia tem ajudado com recursos de previsão mais avançados e efetivos. A Inteligência de Negócios é baseada em dados ricos e disponíveis em tempo real nas mais diversas fontes.

04. Definição do responsável pelo risco

Toda tarefa que não é designada para uma pessoa específica pode ser feita por qualquer um. Ao mesmo tempo, é provável que todos esperem que ela seja executada por outra pessoa. Com riscos não é diferente. Atribua um responsável para cada risco, preferencialmente de acordo com a capacidade de cada um para evitar a ocorrência daquele problema.

Mas o envolvimento de cada colaborador não pode depender apenas de uma ordem. Ele precisa assimilar a cultura de prevenção e de disponibilidade de dedicação. Automatizar algumas de suas tarefas é determinante para que ele disponha de tempo para manter seu foco em ações mais estratégicas, como a gestão de riscos.

05. Resposta ao risco

A resposta ao risco passa pelo questionamento sobre o seu aproveitamento positivo. Afinal, alguns problemas podem ser explorados para melhorar o projeto, redesenhando procedimentos ou aplicando inovações incrementais.

Aqui, talvez tenhamos a maior influencia prática da tecnologia na gestão de riscos. Isso porque essa resposta positiva ao risco é uma das características das soluções tecnológicas. Dados lançados com a utilização de softwares robôs (RPA), por exemplo, evitam erros humanos. Assim ocorre com todo o tipo de automação.

06. Monitoramento do risco

O monitoramento é um procedimento contínuo que precisa estar baseado em métricas. O responsável deve acompanhá-las como um piloto de avião observa o painel da aeronave. Variações de alguns registros podem dar pistas de aumento de probabilidade dos riscos e permitir ações proativas.

Para concluir, vale mencionar que o processo de gerenciamento de riscos não é diferente de vários outros. Para colocá-lo em prática, é fundamental criar uma cultura organizacional que deixe clara a sua importância, pois ele depende de pessoas para funcionar. O lucro sem segurança nunca é algo sustentável indefinidamente, pois pequenos problemas podem tomar grandes proporções. E quem quer isso para o seu negócio?

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Esdras Moreira

CEO na Introduce Formado em Redes de Computadores, com especializações em Gestão de Pessoas, Coaching e MBA em Marketing. É co-founder da introduceti.com.br, que conduz o crescimento dos negócios através de estratégias e tecnologias. Além disso é investidor no projeto Globin.it, Middas e Grupo 3Minds.

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