Inovar para não desaparecer: esse é o desafio diário de centenas de milhares de empresas que se digladiam diariamente no mundo corporativo em busca de espaço no mercado.
Em uma era de extrema competitividade, em que o consumidor tem acesso à informação como jamais teve, e em que o lançamento de hoje é o antiquário de amanhã, inovação não é virtude, é obrigação.
Você se lembra da máquina de escrever? O que houve com a Olivetti? E com aquelas marcas de walkman, como Cougar, Pioneer e Aiwa? Hoje, vamos mostrar 6 destinos melancólicos de companhias como essas.
São empresas que morreram por não conseguirem perceber com antecedência mudanças profundas de tendência e, com isso, redesenhar seu business a tempo de se manter de portas abertas em segmentos de evolução altamente velozes. Confira:
Empresas que lutam contra a extinção: o que fazer para não sumir do mapa?
1. Twitter
O Twitter pode ser a ferramenta de comunicação preferida do atual presidente dos Estados Unidos, mas segundo dados da Forbes, nem isso tem salvado a rede social do colapso que parece cada vez mais iminente.
No 2º trimestre de 2017, por exemplo, as receitas do Twitter despencaram 4,7%, repetindo (ainda que em menor nível) o resultado negativo do trimestre anterior, quando as receitas caíram 7,8%. No 1º semestre de 2017, a empresa obteve ainda crescimento de 0% em sua base de usuários, uma estagnação que começa a colocar em xeque o futuro do microblog.
A antiga queridinha da geração Z parece não ter conseguido adaptar-se à interatividade de mídias mais modernas, como Snapchat e Instagram (dotadas de recursos mais atrativos aos jovens, como compartilhamento de vídeo/fotos).
A concorrência voraz e sua gradual perda de relevância no mercado têm feito com que o Twitter mantenha-se lutando para impedir que sua marca entre definitivamente para a sombria lista das empresas que morreram por não conseguir se reinventar.
2. Harley-Davidson
Millenials não são tão interessados em motos como seus pais e avós eram. As gerações mais novas não parecem identificar-se com o lifestyle da vida sobre duas rodas, tampouco enxergam o último modelo da Harley-Davidson como veículo ideal para transporte urbano. Com isso, o futuro da mítica marca de motocicletas pode estar em perigo.
Quem compartilhou essa visão com executivos do mundo todo foram os analistas do Alliance Bernstein, organização de gestão de ativos globais que administra cerca US$ 618 bilhões.
As perspectivas da gestora de ativos de Luxemburgo são ruins com relação ao futuro da Harley, especialmente se esta não encontrar outro viés de negócio para se tornar atraente aos olhos dos mais jovens.
3. BlackBerry
Em meados de 2000, BlackBerry era ícone do que o novo milênio prometia trazer ao mundo em tecnologia. “Cult”, “quase perfeito” e “sofisticado” eram alguns dos adjetivos que transbordavam das variadas reportagens de revistas como The Economist, Fortune e Business Week ao referirem-se ao supertelefone da época.
Milionários faziam questão de serem fotografados com um BlackBerry na mão. Símbolo de status, sucesso profissional e modernidade, o pai dos smartphones se manteve gerando frutos até o início dos anos 2010, quando a popularização dos aparelhos Android dizimou o BlackBerry com a mesma violência com que um tsunami é capaz de atingir uma ilha desabitada na Polinésia.
Um famoso estudo conduzido pelo Business Insider, em 2013, mostrou que a incapacidade da empresa em adaptar-se à chegada de gadgets mais modernos explica o vertiginoso declínio do BlackBerry no mercado.
Atualmente, lutando para não entrar na lista das empresas que morreram por não entender as transformações sociais, a BlackBerry dedica-se ao mercado de softwares. Resta saber se essa percepção de mudança foi percebida a tempo. O decorrer dos anos vai nos mostrar a resposta.
Empresas que morreram por não enxergar a transformação digital em curso
4. Cougar/Aiwa
Até meados dos anos 90, Cougar e Aiwa disputavam ferozmente a preferência do jovem no segmento de equipamentos de áudios, com destaque aos seus walkmans, micro e mini systems. Atualmente, pouco se sabe sobre as duas marcas, que foram totalmente devastadas do mercado com o desenvolvimento dos smartphones, do 4G e, por consequência, dos apps de música digital.
Experimente digitar um desses dois nomes no Google e você os encontrará em alguma lista das empresas que morreram por força da tempestade que as tecnologias baseadas em SaaS (Software como Serviço) impuseram ao setor.
5. Xerox
No Brasil, o nome da empresa norte-americana Xerox se tornou sinônimo de cópia. O mais interessante é que a empresa não se restringia às impressoras e multifuncionais. A companhia tinha um laboratório fértil em lançamentos, trabalhando com interface gráfica, Ethernet, periféricos, computadores, etc. O próprio Steve Jobs buscou inspiração nas invenções da Xerox para projetar alguns dos equipamentos da Apple.
O grande problema é que a empresa famosa por suas copiadoras não sabia como gerir suas inovações. E o resultado foi desastroso: em 2012, o lucro líquido da Xerox já havia caído 8%; no ano seguinte, mais resultados negativos, com destaque para a retração no lucro na faixa dos 3%.
Mais adiante, em 2015, as ações da empresa perderam mais de 1/4 de seu valor e, em 2016, apenas o mês de janeiro já foi suficiente para que fosse registrada perda de mais 13% no valor dos ativos. Embora não tenha declarado falência oficialmente, a Xerox já pode ser considerada uma das mais importantes empresas que morreram pela falta de visão e atenção para as mudanças.
6. Vasp/Varig
Durante décadas, a Vasp e a Varig foram ícones na aviação comercial brasileira, juntamente com a Transbrasil, outra empresa do setor que foi varrida do mapa com a chegada de novos concorrentes, dotados de mais tecnologia e maior controle de custos (especialmente após a desregulamentação do segmento, a partir dos anos 90).
O acúmulo de dívidas trabalhistas e fiscais ajudou a afundar essas corporações, mas foi, de fato, a incapacidade de adaptar-se a um novo cenário e às novas tecnologias que ajudaram a sacramentar o fim dessas duas companhias aéreas fundamentais na história da aviação nacional.
Perceba que entre as empresas que morreram por falta de inovação e incapacidade de adaptação, uma característica comum é a desatualização com as novidades do mercado.
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