Constantemente nos deparamos com diversas pesquisas falando sobre a mudança no perfil de compra dos consumidores e em como a tecnologia tem impactado, de forma positiva e negativa, diversos segmentos no mundo.

Nesse cenário, o melhor que temos a fazer é identificar oportunidades e inovar sempre para não ficar para trás. As ondas tecnológicas revolucionaram diversos mercados nos últimos anos, e agora, finalmente, chegou a vez de revolucionar o varejo físico.

A terceira onda do varejo, ou onda digital, é um termo utilizado para designar as modificações que o varejo vem experimentando nos últimos anos graças à tecnologia em geral. Continue lendo e confira!

Reinventando as experiências no mundo físico

Empresas como Netflix, Uber, Apple e até mesmo o Whatsapp são referências internacionais por reinventar mercados que, por muito tempo, não passavam por mudanças.

Mais do que a facilidade de acesso a essas marcas por conta da tecnologia, podemos considerar que o seu sucesso está profundamente relacionado a experiência que elas proporcionam aos seus clientes. Lembra quando queríamos assistir um filme há alguns anos atrás?

Além de termos que nos deslocar até uma locadora, tínhamos que torcer para que a locadora tivesse uma cópia do filme escolhido disponível. Pagávamos para ficar com o filme por alguns dias e, caso esquecêssemos de entregá-lo no dia seguinte, até o horário estipulado, a multa de atraso fazia com que a gente pensasse duas vezes antes de alugar um novo filme na semana seguinte.

Em menos de 10 anos de atuação no Brasil, a Netflix revolucionou o mercado, muito mais por proporcionar uma melhor experiência ao consumidor do que por utilizar mecanismos tecnológicos.

Por que estamos surfando a onda do varejo?

Por muitos anos, o varejo físico ficou estagnado, acreditando que não dispunha de recursos tecnológicos que pudessem melhorar a experiência do seu cliente, acreditando até que o processo de vendas no mundo físico dependia muito mais das iniciativas do consumidor do que do empreendedor.

Finalmente, essa realidade mudou e chegou a vez do varejo físico surfar nas ondas tecnológicas com recursos que, acima de tudo, melhoram a experiência do consumidor e refletem diretamente no faturamento real do estabelecimento.

Hoje em dia, a coleta de dados dos cliente já não é mais uma exclusividade do e-commerce. Está cada vez mais fácil coletar dados dos clientes na loja fisica e criar canais de comunicação direta e personalizada com eles. Esses tipos de iniciativas fazem com que o empreendedor conheça de forma mais profunda o consumidor e possa atender de forma mais certeira as necessidades dele.

Existem diversas ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado que visam ajudar o empreendedor nessa modernização, unindo o físico e o digital de forma leve e eficiente. Alguns exemplos são CRMs, Companion, Guest Wifi, entre outros.

Essas empresas atuam na captação e organização de dados dos clientes, ajudando o empreendedor a conhecer melhor o perfil real do seu consumidor. A maior dificuldade dessa captação de dados no varejo físico é não atrapalhar o processo operacional.

É preciso sempre lembrar que mais importante do que utilizar recursos tecnológicos, é que estes recursos estejam alinhados com a melhora da experiência do consumidor.

A coexistência do físico e do online

Muitos empreendedores ainda se sentem inseguros em relação ao futuro do varejo físico. Isso muitas vezes impede que eles invistam em estratégias mais modernas e ousadas para garantir a rentabilidade e durabilidade do seu negócio.

Vivemos em uma era onde, por mais adaptados ao digital e a tecnologia que estejamos, o fator humano ainda tem muito poder sobre as transações comerciais.

Nesse contexto onde tudo é automatizado, padronizado, dinâmico e rápido, acabamos cansando de likes, cliques e robôs. Apesar de o online nos proporcionar diversas experiências interessantes, o varejo físico ainda domina o mercado e é preferência da grande maioria dos consumidores.

Segundo estudo feito pela CBRE, algumas das razões pelas quais os consumidores ainda preferem o físico ao online são poder ver e tocar os produtos, provar o que está comprando ou simplesmente consideram uma boa opção de lazer.

Estamos vivendo um momento onde o físico e o online coexistem, e sim, existe espaço para os dois.

Mas o e-commerce não vai acabar com o varejo físico?

O que tem ameaçado a existência do varejo físico nos últimos anos não é o fortalecimento do e-commerce, mas sim a falta de inovação e boas experiências para o consumidor no mundo físico.

O e-commerce desenvolve experiências diferenciadas aos consumidores. Agilidade e variedade, por exemplo, podem ser consideradas como os diferenciais que mais agradam, além de funcionar muito bem para operações transacionais e experiências de realidade aumentada. Por isso, o varejo precisa se reinventar e gerar experiências reais e únicas aos seus consumidores.

Sem dúvidas que o e-commerce está conquistando uma fatia do mercado do varejo físico, mas estamos falando de um mercado gigantesco e consolidado. Quando falamos em número de vendas, as lojas físicas ainda convertem muito mais e acabam sendo muito mais lucrativas.

De acordo com pesquisas da National Retail Federation, menos de 10% das vendas do varejo são realizadas online. Ou seja, não é simplesmente o e-commerce que tem prejudicado o varejo físico.

Não são os consumidores que preferem compras online. É a falta de experiências diferentes e exclusivas no varejo físico que faz com que diversos estabelecimentos não consigam sobreviver a mudança do mercado e do consumidor.

Você precisa estar online, mas like não paga conta

A presença digital é fundamental em qualquer negócio, mas não podemos mais considerar isso um diferencial. No mundo de hoje, a presença digital é vital não para te levar ao sucesso, mas para evitar o seu fracasso.

Uma das vantagens do mundo digital é que é possível conquistar muito espaço com baixo investimento. Independente do segmento, é extremamente importante que você tenha redes sociais ativas e atualizadas.

Você sabia que 90% dos consumidores fazem pesquisas online antes de ir até uma loja física?

Existem ferramentas disponíveis gratuitamente para que você apareça nessas pesquisas. Facebook e Google Meu Negócio são dois exemplos que devem ser considerados como marketing de atração e merecem atenção do empreendedor.

Acredite, não são as lojas com o maior número de likes que possuem maior faturamento. São as lojas com maior presença digital e canais de comunicação que conseguem realmente converter o investimento em faturamento.

O varejo físico está mudando, 2018 tem tudo para ser o ano de reinventar as experiências nas lojas físicas e fortalecer o relacionamento com o cliente.

A indústria tecnológica finalmente percebeu o potencial que o varejo possui e está investindo em recursos para acelerar cada vez mais essa grande engrenagem econômica.

A onda do varejo está apenas se formando e quem não surfar essa onda possivelmente será engolido pela arrebentação.

Tauany Silva

Channel Development Representative Especialista em estratégias de marketing para o varejo, atualmente é responsável pelo desenvolvimento do Programa de Parcerias da empresa SumOne.

varejoVarejo
PagSeguro levanta US$ 2,6 bilhões em IPO na Bolsa de Nova York
Gestão Como a Transformação Digital ajuda na redução de custos
[contact-form-7 id="21113" title="ebook"]