A transformação digital é tendência mundial, mas alguns países ainda estão caminhando lentamente para a chegada da Indústria 4.0. O Brasil, por exemplo, aparece atrasado em relação a outros países da América Latina, incluindo México, Colômbia e Argentina.

De acordo com o Valor Econômico, a digitalização se tornou assunto de prioridade entre os países latino-americanos há pelo menos seis anos. No entanto, os executivos brasileiros começaram a discutir a questão apenas nos últimos três anos.

Para compreender o cenário da região, a Panorama Search realizou uma pesquisa com 600 executivos da América Latina, a maioria de multinacionais do setor farmacêutico, financeiros, tecnologia, indústria, serviços e consumo. Durante o levantamento, 85% dos participantes afirmaram que as suas companhias já iniciaram seus processos de transformação digital, mas que ainda existem barreiras que devem ser enfrentadas.

A maior dificuldade identificada pelos executivos para o avanço dos projetos de digitalização é a questão cultural. A falta de um plano de negócios estruturado e de uma estratégia definida, bem como a falta de agilidade organizacional e a ausência de apoio do CEO e dos acionistas também foram apontadas como obstáculos para o sucesso.

“Embora a cultura seja umas das maiores barreiras, o estudo mostra que as áreas que estão recebendo investimentos com menor frequência são justamente as de recursos humanos e supply chain”, explica Juan Pablo Correa, sócio da Exec, responsável pela coordenação do estudo no Brasil para a Panorama Search. Segundo os dados, metade dos entrevistados afirmou que a prioridade dos investimentos está concentrada na área de TI. “Quem recebe mais recursos consegue decidir mais rápido. É contraditório que justamente quem pode reforçar a cultura esteja recebendo menos”, acrescenta.

Conforme apontado pelo relatório, mais de 30% das empresas já possuem uma estratégia de promoção da transformação digital, incluindo a sua comunicação. Apesar disso, apenas 10% apresentam comportamento digital. Vale destacar que esse número cai para 4% no Brasil. “Quebrar as estruturas e os modelos tradicionais para implementar novas metodologias de trabalho faz parte do desafios da área de recursos humanos para mudar essa maneira de pensar na organização”, observa Correa.

Além disso, quase metade dos participantes sabe quem são as lideranças internas que estão conduzindo o processo de digitalização em suas empresas. Nesse aspecto, o Brasil demonstrou mais uma vez atraso, aparecendo como o país que menos preparou líderes digitais. Ainda sobre as competências necessárias, 88% dos executivos acreditam ser necessária a contratação de novos talentos. Apesar disso, 13% das empresas não estão fazendo qualquer esforço para adquirir habilidades digitais.

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