A tecnologia está mudando completamente o setor de saúde, criando possibilidades para melhorar o tratamento e a prevenção de doenças. Exemplo disso é o acesso ilimitado às suas informações de saúde, sem precisar entrar em um consultório médico.

Serviços de eHealth estão em expansão em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 58% dos seus Estados-Membros já utilizam essa estratégia. Além disso, 55% dos países já possuem uma legislação capaz de proteger os dados eletrônicos dos seus pacientes.

E você? Sabe o que é eHealth, como funciona e quais são seus benefícios?

O que é eHealth

O termo em inglês, que pode ser traduzido como eSaúde, saúde eletrônica ou tecnologia da informação em saúde, implica o uso de computadores e redes — como a Internet — para gerenciar e armazenar serviços médicos sem usar arquivos de papel.

Imagine que você tenha mudado de médico, visitado diferentes clínicas ou estado internado. Há grandes chances de ter registros separados para cada uma dessas situações, com informações sobre medicamentos tomados, doenças ou lesões sofridas e, até mesmo, resultados de qualquer exame feito.

Uma ferramenta como a eHealth permite que essas informações sejam acessadas de maneira fácil e imediata em um único local, tornando os serviços de saúde mais eficientes.

Como a eHealth funciona

Um dos aplicativos mais utilizados é o Registro Médico Eletrônico (EMR) — uma versão digital dos históricos médicos de um paciente, reunidos em uma única base. Esses registros são conhecidos como Registros Eletrônicos de Saúde (EHRs).

Os EHRs permitem uma melhor continuidade dos cuidados médicos, pois os registros podem ser compartilhados facilmente entre os prestadores de serviços de saúde.

Entrada de Pedido Médico Informatizado (CPOE)

Outro processo de eHealth é a Entrada de Pedido Médico Informatizado (CPOE), que permite aos profissionais da área médica digitalizarem dados médicos ou darem instruções eletronicamente.

Com esse recurso, é possível prescrever medicamentos, criar pedidos para laboratórios e solicitar exames, além de verificar a existência de possíveis restrições a tratamentos e alergias, e orientar sobre a seleção, dosagem e posologia adequadas dos medicamentos, entre outras funções.

Suporte de Decisão Clínica (CDS)

Sistemas de Suporte de Decisão Clínica (CDS) são recursos que fornecem informações aos profissionais de saúde para auxiliar no diagnóstico e tratamento de pacientes.

O CDS é composto de várias ferramentas, incluindo alertas automatizados e lembretes para os provedores e seus respectivos pacientes, diretrizes clínicas, conjuntos de pedidos específicos para cada condição, materiais de educação do paciente, suporte de diagnóstico e modelos de documentação.

Benefícios para clínicas e pacientes

Além das facilidades trazidas pela tecnologia, o eHealth também melhorou significativamente a qualidade dos cuidados médicos, aumentando a eficiência no tratamento de doenças e reduzindo custos.

A principal razão é que uma vasta gama de provedores de assistência médica está disponível para você, e quase tudo o que é prescrito na web baseia-se em provas científicas — em vez de suposições simples, o que contribui para que o tratamento seja embasado em evidências.

Entenda as diferenças entre eHealth e mHealth

Embora não sejam muito diferentes, podemos dizer que a mHealth é uma subdivisão da eHealth voltada para a tecnologia móvel.

O termo saúde móvel (do inglês, mobile health — mHealth) se refere ao uso de dispositivos móveis — como celulares, tablets, dispositivos de monitoramento de pacientes, assistentes digitais pessoais (PDAs) e laptops — para se comunicar com pacientes e serviços de saúde.

Suas aplicações incluem telemedicina móvel, emergências, monitoramento e vigilância de saúde, e acesso a informações para profissionais de saúde no ponto de atendimento.

Como a mHealth funciona

Muitos serviços médicos utilizam o mHealth para inserir dados de pacientes e comunicar informações a outros provedores.

O paciente pode receber essas informações por meio de mensagens de texto, portais seguros, e-mails, mensagens instantâneas ou bate-papo, eliminando a necessidade de agendar visitas de acompanhamento ou consultas no consultório.

Eles também podem acessar seu prontuário médico em portais de saúde utilizando dispositivos móveis e, assim, ter acesso a pedidos e resultados de exames, mensagens e acessar seus registros de saúde eletronicamente.

Essa tecnologia se mostra ainda mais útil diante do aumento da população mais idosa, que demanda mais cuidados médicos — a previsão é de que em 2050 haverá mais de dois bilhões de pessoas no mundo com mais de 60 anos.

As novas tendências e tecnologias para o setor de saúde

transformação digital na saúde vem mudando a experiência de ir ao médico, procurar um diagnóstico e, até mesmo, receitar formas de tratamento e realizar o acompanhamento após os atendimentos.

Hoje, é possível fazer o monitoramento remoto da saúde pela computação em nuvem (Cloud Computing). Ou, ainda, utilizar objetos que forneçam dados sobre o paciente, graças à internet das coisas (IoT).

nanotecnologia também trouxe novas perspectivas para a biomedicina, assim como a inteligência cognitiva vem auxiliando a medicina a entender melhor determinadas doenças.

As iniciativas de eHealth da União Europeia

Recentemente, a União Europeia publicou um documento sobre a transformação digital da saúde e o tratamento médico no chamado Mercado Único Digital (em inglês, Digital Single Market – DSM). O objetivo é orientar as atividades na área da saúde para os próximos anos e capacitar os cidadãos a construir uma sociedade mais saudável.

A comunicação sobre a transformação digital da saúde no Mercado Único Digital identifica três prioridades:

  • acesso seguro dos cidadãos aos seus dados de saúde, inclusive além das fronteiras, integrando os dados em toda a União Europeia;
  • medicina personalizada por meio da infraestrutura de dados partilhada na Europa, permitindo o agrupamento de recursos (dados, competências, capacidades de processamento e de armazenamento) em toda a União Europeia;
  • capacitação cidadã, com a utilização de ferramentas digitais para ações de estímulo e prevenção, e abertura para feedback e interação entre usuários e profissionais de saúde.

A relação da Inteligência Artificial com a eHealth

Inteligência Artificial (AI) já é usada e deverá se tornar indispensável para ajudar os médicos em sua prática, auxiliando diagnósticos, economizando tempo e reduzindo o número de possíveis erros.

Imagine que fosse possível fazer perguntas online e ter uma resposta personalizada, de acordo com o seu arquivo médico. E se você pudesse obter conselhos úteis, em tempo real, para ajudá-lo a lidar com seus problemas de saúde? Isso já é possível, graças ao uso de Inteligência Artificial (AI) e chatbots.

A startup francesa Betterise apresentou ao público o Smart Alfred, o primeiro chatbot de saúde na França. A IA usa mais de 1.000 critérios para atender cada usuário em tempo real.

Além disso, o Sistema Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido vem testando um chatbot médico criado pela Babylon para resolver pequenos problemas e checar os sintomas dos pacientes.

A iniciativa é uma tentativa de transferir o serviço telefônico de medicina, chamado NHS 111, para uma base online. O chatbot faz uma seleção primária e determina se um médico deve ser consultado, aliviando o congestionamento em hospitais ingleses — onde os tempos de espera podem ser muito longos.

Como vimos, a eHealth é uma realidade que poderá trazer mudanças significativas para a área da saúde, auxiliando no atendimento e tratamento dos pacientes, facilitando o acesso aos médicos, fornecendo informações úteis e tornando todo o setor de saúde mais eficiente.

Gostou do artigo? Então aproveite e veja como as novas tecnologias vêm provocando uma verdadeira revolução no setor de saúde!

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