Marketing e RH, às vezes, parecem setores totalmente opostos em uma empresa. Talvez o motivo para esse afastamento seja aquele conceito antigo (e equivocado) em que o endomarketing era aplicado. Se limitando apenas a disparo de emails com listas de aniversariantes, cards colados nas paredes e coisas do tipo. 

Não por acaso, em meio a tantas possibilidades de ideias e estratégias para aumentar os lucros, criar ações internas pode ser facilmente confundido como “perda de tempo”. Mas, em um cenário onde tanto se busca por Growth Hacks, o Employer Branding pode muito bem ser mais um.

Gostou destas KPIs? Pois este conceito (um dos mais charmosos quando se trata de RH) vai muito além. Hoje vamos te explicar tudo sobre ele, continue a leitura e aproveite!

Mas afinal, o que é Employer Branding? 

Conceitualmente, o Employer Branding é relativamente similar ao (velho) endomarketing. Se trata de um conjunto de ações de marketing voltadas para trabalhar a imagem de marca empregadora de uma empresa. Sua aplicação no Brasil tem uma visão um pouco mais ampla, repaginada e mais adequada à transformação digital. 

Quando os setores se unem e trabalham esse conceito, o reflexo é o aumento do potencial de alcance orgânico nas redes sociais. Além de contar com equipes mais produtivas e até a redução do custo por resultado em algumas ações. Essa definição se encontra no lado estratégico. 

Criar cartazes, e-mails e ações com funcionários, sim, faz parte deste conceito. Mas sua real aplicação está em buscar e viabilizar meios para aumentar o nível de satisfação dos colaboradores. Dessa forma, aumentando o engajamento interno e externo, auxiliando a construir uma reputação de marca empregadora perante ao mercado de trabalho. 

De uma maneira mais simplória, podemos dizer que aquela empresa que você segue no LinkedIn e sonha em trabalhar, tem uma reputação muito bem trabalhada pelo Employer Branding.

Essa estratégia traz quais benefícios?

Poderíamos resumir suas qualidades em ter funcionários felizes trabalhando na sua empresa. Junto a isso, o conceito sendo estratégico, traz também vantagens que podem ser melhores mensuradas, vamos listar alguns aqui:

  • Retenção de talentos: o que resulta em economia de tempo e dinheiro em novas contratações;
  • Atração de talentos: o que torna seu processo seletivo mais competitivo e qualificado;
  • Colaboradores mais capacitados: ajudando sua empresa a atingir resultados;
  • Melhora no ambiente interno: que por consequência, melhora na produtividade;
  • Engajamento dos colaboradores nas redes sociais: aumentando o seu alcance orgânico nas campanhas digitais;
  • Autoestima dos colaboradores: que, por sua vez, contribui com a retenção.

Trabalhar o Employer Branding na sua empresa pode significar ainda mais resultados do que os citados acima. Mas os benefícios serão alcançados com mais facilidade se você trouxer de vez a revolução digital para dentro do RH. Podendo agregar outros conceitos inovadores, como o People Analytics, para transformar informações em dados e ter um conhecimento mais profundo.

O Employer Branding e a era digital 

A transformação digital talvez seja a grande viabilizadora dessa estratégia. O motivo não está somente em análise de dados e growth hacks, as redes sociais têm papel decisivo neste cenário. 

Para que o seus esforços sejam valorizados, sua marca empregadora terá que ser disseminada e compartilhada em escala. Se é dentro da sua empresa que tudo acontece, é no Instagram, Facebook, e, principalmente, no LinkedIn, que isso deverá ser dividido ao público. 

O trabalho interno será sempre o mais importante, é o ponto de partida. Mas, dentro da sua estratégia é preciso criar gatilhos para que seus colaboradores participem, comentando e compartilhando suas ações nas mídias sociais.

É bom lembrar que toda vez que um colaborador fala bem da sua empresa, o retorno vem dobrado. Além de atrair talentos e atrai também clientes, duas coisas que são sempre bem-vindas.

Outro ponto alto nesse quesito são os sites de busca de emprego, como Glassdoor e o 99jobs, nos quais sua empresa pode ser avaliada pelos atuais e antigos colaboradores. Sua nota neste tipo de portal pode até não traduzir exatamente o clima do seu negócio, mas serve como indicador para os talentos que buscam oportunidades.

Como aplicar o Employer Branding na sua empresa 

O primeiro passo para trabalhar essa estratégia dentro da sua empresa é saber que isso não se faz com uma ação pontual. Trata-se de um conjunto de ações contínuas, com resultados mensurados e avaliados

De nada adianta gastar horrores de dinheiro em um evento motivacional se a sua instituição oferece um ambiente que não condiz com o perfil dos seus colaboradores. Sabendo disso, separamos uma série de dicas e cuidados para valorizar a sua imagem de marca empregadora.

Estude os seus dois principais públicos: clientes e colaboradores 

O que tem a ver o cliente nessa história toda? Basicamente, tudo! O Employer Branding é sobre a marca e sua imagem, mesmo que do ponto de vista empregador, deve sempre respeitar o seu perfil de cliente. 

A questão aqui é que, quando você constrói um time que se sente feliz por resolver a necessidade específica que sua marca atende, você está um passo a frente para ter uma equipe altamente motivada. Propósito é uma palavra que ganha cada vez mais relevância, não apenas nas gerações mais novas.

E um meio de encontrar colaboradores cujos valores combinam com os da sua empresa é através do uso de softwares de Análise de Perfil Comportamental. Agregando este tipo de ferramenta ao seu processo seletivo, você consegue encontrar pessoas com uma tendência muito maior de se sentirem motivadas dentro da sua realidade. 

Além disso, pode construir equipes com habilidades e competências complementares, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de turnover – dois dos principais objetivos do Employer Branding.

Aproximação do marketing com o RH 

Este casamento é fundamental para um bom desempenho da sua estratégia. Quando Marketing e RH trabalham juntos, fica mais fácil definir quais os valores da sua empresa combinam com clientes e funcionários e, assim, criar ações que sejam vistas com bons olhos tanto por um quanto por outro.

Às vezes, engajar o Marketing nesta jornada não é uma tarefa fácil. Para inverter este quadro, uma boa dica é apresentar o desenvolvimento de marca empregadora como uma questão estratégica. Por consequência disso, inclui definir metas, métricas e benefícios tangíveis.

Lembre-se: a transformação do RH também passa a falar a mesma linguagem da equipe.

Invista em treinamentos e ferramentas que valorizem os seus colaboradores 

Uma maneira de atrair pessoas é garantir que eles saibam que estar em seu time significa uma guinada na carreira. Obviamente, você não tem a intenção de se transformar em um trampolim. Seu desejo é atrair talentos que continuem na sua equipe por muito mais tempo. 

Mas, contrapondo esse medo, podemos lembrar de dois clichês (e eles só existem porque se repetem).

  • O primeiro é aquela frase do Henry Ford que aparece, dia sim dia não, no feed do LinkedIn: Pior do que não treinar os seus colaboradores e eles saírem, é não treiná-los e eles ficarem
  • O segundo é uma palavra que, por mais batida que seja, ainda pouco valor se dá a ela: a gratidão. Valorizar um funcionário perante ao mercado significa estreitar um laço, alimentar sua autoestima, criar uma necessidade de pôr em prática o aprendizado. Use a empatia, pense nos colaboradores como pessoas e sua marca será vista com outros olhos.

Vale lembrar que este tipo de investimento não necessariamente implica em altos gastos. Existem muitos cursos online vendidos por preços super acessíveis, desenvolvendo as mais variadas skills

Flexibilidade 

Essa vantagem tanto no que diz respeito a horas quanto ao local, é fator decisivo na retenção de talentos. Isso se torna ainda mais relevante, se sua empresa possui um time em que a Geração Y (nascidos entre o início da década de 80 e o final de 90) seja maioria. Oferecer flexibilidade é um ótimo contraponto caso sua empresa ainda não possa oferecer salários tão competitivos quanto os dos seus concorrentes.

Use as redes 

Já falamos sobre a importância das redes no processo de Employer Branding. Essa é a parte mais fácil. Neste item, a dica em si se divide em dois pontos:

  • Quem não pede, não ganha: incentive seus colaboradores a compartilharem seus materiais nas redes sociais. Do contrário, eles podem muito bem nem se dar conta da importância que isso tem para a empresa. Claro que uma campanha de retribuição sempre terá efeito, mas, em alguns casos, tudo se resolve com um simples pedido. Dessa forma mostra o quanto você valoriza esta atitude.
  • Dê motivos para participação: em nossas redes, publicamos fotos e materiais que reforçam nossa imagem pessoal. Para que seus colaboradores compartilhem seu conteúdo destinado ao reforço de marca empregadora, você precisa criar uma atmosfera que agregue, também, à imagem do próprio colaborador. Seja você aquilo que faz com que eles queiram “se exibir” e assim compartilhar seu material com muito mais naturalidade.

Simplificando essa história toda, podemos resumir o Employer Branding em uma sequência de ações. Começa com você definindo seus princípios e valores, passa por encontrar os colaboradores corretos (que se enquadrem ao seu propósito), criar ambiente adequado, oferecer benefícios que os valorizem como profissionais e como pessoas, produzir o conteúdo certo e, finalmente, incentivar colaboradores a expandirem sua mensagem ao mercado. 

O principal ponto dessa estratégia é se imaginar no seu time e questionar: eu estaria feliz aqui? Enxergando os colegas como clientes, RH e Marketing estarão aptos a criar as melhores estratégias de engajamento e reforço de marca.

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Mariana Uebel

Psicóloga, com MBA em Gestão Empresarial. Especialista em Gestão Comportamental e Terapia Cognitivo Comportamental. Co-founder e CEO da Grou há 16 anos. Apaixonada pelo mercado B2B, responsável por implementar, conduzir e apoiar o processo de gestão comercial. Hunter de tendências para Gestão de Pessoas, com experiências internacionais, sempre considerando o desafio do cenário econômico nacional, futuro do trabalho e employee experience.

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