experiência do usuário, atualmente, tem ganhado cada vez mais valor e, com isso, diversas marcas estão buscando entender seus consumidores e melhorar seus produtos e serviços. Nesse cenário surge o design de interação.

No Brasil, o conceito ainda é um pouco desconhecido e poucas organizações se preocupam com ele. Contudo, ao redor do mundo, a busca por um bom design de interação já é mais comum.

Neste artigo, vamos nos dedicar a falar um pouco mais sobre esse termo e desmistificá-lo, entendendo o que é, como funciona e quais as suas reais aplicações.

O que é design de interação IxD?

O design de interação é a forma como um produto interage em conjunto com seus usuários, ou seja, para ação realizada ou entrada fornecida, o sistema reage de uma determinada maneira.

Além de servir para indicar um dos principais aspectos de produtos interativos, o conceito também está relacionado com o processo de criação desses itens e trata-se de uma subdisciplina do design, voltada ao estudo da interatividade.

A principal proposta do design de interação é trazer um ponto muito importante, que falta na maioria das tentativas de criação e desenvolvimento de novas tecnologias: a preocupação com o usuário.

Esse design não se prende apenas a criar soluções simples para os problemas apresentados. Seu principal objetivo é gerar uma experiência única na intermediação entre pessoas e máquinas, trazendo uma abordagem quase que artística.

Quais as diferenças em relação ao UX e UI?

Existem algumas diferenças básicas entre IxD e outros termos parecidos, como UX e UI, contudo, muitos profissionais têm um pouco de dificuldade para discernir entre essas vários conceitos, sendo que o nome semelhante só prejudica esse entendimento.

Montamos uma breve explicação de cada um e sua relação com o IxD.

UX

UX se preocupa diretamente com o comportamento do usuário em relação a um determinado produto e engloba questões, como fatores motivacionais. O design de interação trabalha o lado da aplicação.

É o sentimento do usuário em relação ao aplicativo que importa e, geralmente, esse é o primeiro passo para a construção de uma nova aplicação.

UI

Já a UI lida diretamente com a construção dos itens de interface de um sistema, ou seja, como ele se apresenta para um usuário, com criação de telas, botões e demais itens gráficos.

IxD

O design de interação é algo a parte desses dois conceitos, sendo um termo aplicado para explicar a união dos modelos de design, tratando a forma como o usuário e o app interagem nas ações um do outro.

Como ele funciona?

Para alcançar o objetivo de gerar interações únicas e auxiliar o usuário a conseguir o que ele busca de forma simples e intuitiva, o design de interação lida com alguns pontos, como:

  • estética;
  • movimento;
  • som;
  • espaço etc.

Cada um desses campos podem apresentar várias especializações que demandem de conhecimento específico, por exemplo, a criação de sons que gerem uma boa experiência e não sejam invasivos ou irritantes.

Podemos dividir o design de interação em 5 dimensões distintas, que quando unificadas colaboram para a criação de um produto ou serviço interativo:

Palavras

Todas as palavras utilizadas devem ser de simples entendimento, principalmente aquelas aplicadas em botões, como o famoso “Enviar”. Pode-se, rapidamente, supor que ao clicar em um botão como esse, algo será “enviado”.

Portanto, elas devem indicar ao usuário que suas ações terão reações e receberão uma resposta, mas sem sobrecarregá-lo com muitas informações.

Representações visuais

Os elementos gráficos são de extrema importância para a experiência do usuário, pois criam o ambiente em que ele navegará e poderão contribuir para a intuitividade do sistema.

Entre as representações visuais mais comuns estão a tipografia, imagens e ícones utilizados para se comunicar de forma não verbal com o usuário e repassar informação de maneira leve e, ainda assim, objetiva.

Objetos físicos ou espaço

O principal meio de entrada de informações em um sistema são os objetos físicos, como um computador ou smartphone. É preciso entender o que o usuário utilizará para interagir com o sistema.

Pode ser um mouse, o teclado ou, até mesmo, os seus próprios dedos, quando estamos lidando com uma experiência móvel. Cada cenário desses demanda diferentes tipos de design de interação.

Tempo

O tempo é algo fundamental na interação para demonstrar ao usuário que suas ações estão tendo uma reação, por exemplo, ao clicar em “Enviar”, uma animação é disparada enquanto a próxima página é carregada.

Sendo assim, o tempo de carregamento não atrapalha a experiência do usuário, pois ele percebe que se trata de uma reação natural do sistema e recebe um feedback por conta de sua ação.

Além disso, tomar muito tempo em alguns pontos pode criar uma experiência ruim, uma vez que os nativos digitais não têm paciência para esperar por produtos lentos e demorados.

Comportamento

O comportamento de um produto são as reações que ele tem quando acionado pelo usuário. Novamente, vamos ao exemplo de clicar em “Enviar”: agora, ao final de um formulário, espera-se que ele seja enviado e não navegue para outra página.

Os usuários esperam um determinado comportamento de um sistema e é preciso garantir que ele será entregue da forma como aguardado.

Onde se aplica o IxD?

O design de interação pode ser aplicado na criação e desenvolvimento de vários produtos, contudo, no mercado digital de soluções, como o desenvolvimento de software, essa é uma disciplina fundamental.

O papel principal do design de interação, hoje, é no desenvolvimento de apps e websites cada vez mais fluídos e que auxiliam as empresas a criar experiências positivas nos contatos com seus clientes.

Qual sua importância na era da Transformação Digital?

Mesmo que seu papel seja forte na geração de sites e páginas web, o foco principal é no desenvolvimento de aplicativos, uma vez que a transformação digital está criando um grande mercado mobile.

Segundo dados da FGV, no Brasil, hoje, já são mais de 200 milhões de dispositivos móveis em utilização, mais de um smartphone conectado à internet por habitante.

Esse estudo nos mostra claramente a necessidade de adaptação das empresas a essa nova realidade móvel, na qual grande parte da população acessa informações e serviços por meio de um dispositivo.

Como vimos, a busca por criar produtos voltados para esses consumidores passa pelo uso do conceito de design de interação, gerando experiências únicas e positivas entre as marcas e os usuários.

Para continuar aprendendo, entenda agora a importância do UX design na transformação digital!

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