O microgerenciamento prejudica a confiança que existe entre os colaboradores e seus gestores diretos. Como consequência, há perda de produtividade e diversos outros problemas dentro do time.

Mesmo na era da Transformação Digital e com todas as mudanças que ocorrem nas relações de trabalho, ainda é comum vermos microgestores prejudicando suas equipes com um controle exagerado das ações.

Neste artigo, vamos falar um pouco sobre o que é o microgerenciamento e como ele pode impactar negativamente na gestão de colaboradores — principalmente em times que adotaram o trabalho remoto. Confira:

O que é o microgerenciamento?

Imagine um supervisor que verifique suas atividades a cada minuto e não permita que você tome nenhuma atitude antes de sua aprovação, mesmo que seja o simples envio de um e-mail. O conceito de microgerenciamento está justamente ligado ao controle exagerado de todas as atividades sob a supervisão de um determinado gestor.

Ou seja: ele deixa de dar atenção ao macro para focar seus esforços nas mínimas coisas. Esse tipo de controle acaba minando sua relação de confiança com o time, que entende que o gestor não confia em suas ações e precisa manter uma supervisão constante para garantir a eficácia das atividades.

No entanto, o efeito do controle absoluto é totalmente o contrário. Isso porque a pessoa verifica tudo e acaba por represar as ações dos colaboradores, que seriam muito mais eficientes caso tivessem mais liberdade.

Infelizmente, esse tipo de gestor ainda é o preferido na maioria das companhias, pois passa a impressão de trazer bons resultados e pode, até mesmo, alcançá-los já em um primeiro momento. Porém, com o passar do tempo, a equipe se desgastará (e os números caem drasticamente).

Quais são seus impactos em times remotos?

O microgerenciamento é altamente prejudicial ao ambiente comum de uma equipe. Mas, quando falamos em trabalho remoto, nos quais as pessoas não têm contato direto umas com as outras, o relacionamento é ainda mais afetado.

Caso você gerencie um time remoto de trabalho e esteja controlando demais suas ações — ou, então, pretenda seguir a carreira de gestor —, deve conhecer os principais impactos do microgerenciamento. Acompanhe!

Menor produtividade

Equipes remotas costumam trabalhar em diferentes horários, já que uma pessoa pode estar no Brasil e outra, no Japão. Com isso, é comum que elas necessitem realizar determinadas ações no mesmo instante para finalizar suas tarefas.

Você costuma checar qualquer ação antes de permitir que ela seja tomada ou não? É possível que esteja represando as atividades de seus colaboradores remotos e, com isso, sabotando sua própria produtividade e prejudicando o tempo de resposta da equipe, além de sua eficiência.

Falta de inovação

Microgestores costumam ser muito críticos e não acatar as ideias apresentadas por boa parte da equipe. Isso porque têm medo de que a responsabilidade de um fracasso possa recair sobre eles.

Isso impacta negativamente a inovação de seu time remoto, uma vez que seus membros acreditam que as ideias tidas, mesmo que muito boas, não ofereçam nenhuma relevância para a empresa, deixando de colaborar. Essa é uma das piores consequências do microgerenciamento, afinal “por que contribuir se isso pode acabar gerando apenas críticas”?

Baixa autoestima do time

A falta de autonomia do colaborador acaba afetando diretamente sua moral e sua motivação, uma vez que não é possível tomar nenhum tipo de decisão sem a autorização do gerente.

Ao não permitir que seus funcionários tomem decisões, você acaba por incutir na equipe um sentimento de incapacidade. Isso leva à falta de engajamento de cada um deles na ação do time e dificulta o trabalho conjunto.

Rotatividade de colaboradores

No trabalho remoto, existe uma ligação muito menor entre o colaborador e a empresa. Sendo assim, caso as relações de trabalho não o agradem, é muito mais fácil para que deixe a equipe.

Isso gera uma alta rotatividade de funcionários, o que é prejudicial para os resultados do time. E a razão é simples: um novo colaborador precisa de treinamento e tempo para se adequar às suas funções.

Perda de confiança

O principal impacto negativo do microgerenciamento sobre uma equipe de trabalho remoto é a perda de confiança. O controle absoluto sobre as atividades faz com que seus membros não o vejam como gestor, mas sim como opressor.

O time entende que você não tem nenhuma confiança para deixar que cumpra as atividades sem supervisão, não importando o nível de simplicidade ou tamanho.

Como deixar de ser um microgestor?

Após dar uma olhada nas consequências do microgerenciamento, você deve estar pensando em como abandonar as características próprias do microgestor ou evitar que se torne um. Para tanto, é preciso prestar atenção nos pontos a seguir.

Invista em comunicação

Permita que os colaboradores se expressem e mantenha sempre uma porta aberta para a comunicação. Isso faz com que toda a equipe se sinta mais confiante e acredite que sua opinião tem valor para você e para a empresa.

Delegue funções

Alguns pontos de controle realmente devem ser exercidos por você, mas é preciso abrir mão de determinadas questões e construir uma relação de confiança com os colaboradores, permitindo que tomem algumas decisões. Com o tempo, é possível delegar ainda mais atividades conforme a responsabilidade demonstrada por cada um.

Dê um passo atrás

Não bombardeie seus funcionários remotos com perguntas e questionamentos durante todo o dia. Tal comportamento pode acabar impactando a eficiência dessas pessoas, que têm de parar suas tarefas regularmente para dizer a você o que estão fazendo.

Reconheça seus defeitos

Esse é, com certeza, um dos maiores desafios para os gestores, mas é preciso aceitar que não podemos dar conta de tudo sem ajuda. Além disso, também temos defeitos. O microgerenciamento não é prejudicial apenas para a equipe, mas inclusive para o gestor.

Ao centralizar as decisões, é preciso estar atento a tudo o que acontece e conectado ao trabalho o tempo todo. Isso porque um dos membros da equipe pode enviar alguma solicitação a qualquer horário.

O microgerenciamento inviabiliza a criação de um time remoto e prejudica sua produtividade. Com isso, deve-se buscar maneiras de evitar esse total controle sem perder os processos de vista, entregando autonomia e exigindo responsabilidade de todos os colaboradores.

Chegamos ao final deste artigo, mas temos muito mais informações para você! Entenda, agora, o papel do CEO na Transformação Digital!

Eduardo Wolkan

Cofundador do TransformaçãoDigital.com. Eduardo Wolkan é bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com ênfase em marketing e comportamento do consumidor. Entusiasta do meio digital e fascinado pela internet, fez do hobby sua profissão e hoje atua com projetos de transformação digital para empresas tradicionais.

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