No final de 2017, o Portal TD, em parceria com Rock Content, Trello e Opinion Box, divulgou uma pesquisa chamada “O futuro do trabalho”, explicando como a transformação digital tem impactado a vida das empresas e dos profissionais no Brasil – e mostrando o que vem pela frente.
Como nômade digital e entusiasta do trabalho remoto, fiquei feliz com as perspectivas futuras apresentadas no estudo.
A pesquisa mostrou que, ao que tudo indica, o futuro do trabalho é remoto. Pensando nos próximos 12 meses, 34,3% dos profissionais pretendem incentivar mais esse modelo de trabalho em suas organizações, sendo que as empresas menores, de 2 a 5 funcionários, são as que mais querem incentivar (39,2%).
Essa tendência, que é mundial, está acontecendo graças aos millenials – sim, agradeça-os. Hoje na casa dos trinta e poucos anos, a chamada “Geração Y” está chegando aos cargos de liderança, contribuindo para as novas definições de trabalho.
São diversos os motivos para que estes profissionais estejam abandonando a estrutura tradicional de trabalho – aquilo de chegar na empresa às 08h ou 09h da manhã, bater cartão, fazer um intervalo de almoço e sair às 18h ou às 19h.
O fato é que, cada vez mais preocupados com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, os millenials estão aproveitando a transformação digital para trabalhar de qualquer lugar que tenha uma conexão com a internet – sem a necessidade da presença física num escritório. E os benefícios dessa prática são vários.
Benefícios do trabalho remoto
Quem é a favor do trabalho remoto aponta diversos benefícios, desde redução de custos até sustentabilidade – já que diminui o número de carros na rua.
Quem vê o trabalho remoto com ressalvas, acredita que pode haver redução na produtividade e na comunicação entre os profissionais. Será?
A pesquisa mostra que, de forma geral, os profissionais avaliam positivamente o trabalho remoto. 56,2% acham que aumenta a produtividade, 58,6% acreditam que diminui o custo do profissional para a empresa e 61,5% entendem que aumenta a qualidade de vida do funcionário.
No último ano, além do home office, trabalhei remotamente do México, Coreia do Sul, Tailândia e Argentina. Em conversas com nômades digitais do mundo inteiro, percebi que, quando perguntados sobre o porquê da escolha por esse estilo de vida e de trabalho, o consenso geral é sobre uma busca de liberdade e flexibilidade – em tempo: essa também é a minha resposta para a questão.
Porém, essa flexibilidade não quer dizer que o trabalho remoto precisa ser, necessariamente, 100% remoto. Quem não é dono do seu próprio negócio digital pode tentar negociar uma jornada de trabalho mais flexível, trabalhando alguns dias da semana no escritório e outros de forma remota.
O erro quando falamos em trabalho remoto é pensar em “8 ou 80”. Enquanto algumas tarefas e funções podem ser executadas remotamente, outras precisam da participação dos funcionários no escritório. Nesses casos, o importante é encontrar um meio-termo. Uma agenda flexível faz com que os profissionais fiquem mais motivados – e sabemos que um colaborador motivado produz mais.
Para quem quer trabalhar remotamente, mas não tem um negócio digital ou sua empresa não oferece horários flexíveis, a dica é tentar uma carreira como freelancer. O LinkedIn, por exemplo, é um ótimo lugar para você conseguir os chamados “freelas”.
O que vem por aí
Através da pesquisa fica fácil perceber que o futuro do trabalho será cada vez mais remoto. Mas, isso quer dizer que os escritórios e sedes de empresa vão acabar?
Não!
Isso quer dizer que o trabalho ganhou um novo sentido.
Dos entrevistados pelo Portal TD, 55,0% dos profissionais disseram que suas empresas já adotam ferramentas digitais para realizar reuniões e conferências a distância, e 24,3% disseram que pretendem começar a utilizar nos próximos 12 meses.
Esses dados mostram que as empresas estão se organizando – e vão se organizar cada vez mais – para trabalhar de forma mais inteligente, evitando deslocamentos desnecessários e utilizando tecnologias e ferramentas para que as pessoas possam trabalhar onde, quando e como for melhor para elas e para a empresa.
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