Após participação no 3ª edição do Aberje Trends – Tendências em Comunicação, evento que apresentou diversos painéis muito relevantes, um deles me chamou atenção e me motivou a dividir uma reflexão. Foi justamente o primeiro deles, que foi sobre “Novas Formas de Produção e Conexão entre Jornalismo e Negócios”.

A discussão do mercado de comunicação para se defender das fake news tem sido bastante positiva para o cenário da área no Brasil. O surgimento desse problema trouxe uma união que não só serve para combater o novo mal, mas também para reafirmar a importância da imprensa diante da transformação digital.

A imensidão de conteúdo colaborativo disponível na internet gerou graves consequências para as eleições nos Estados Unidos e na França e deixou o Brasil sob alerta para que isso não aconteça aqui também nesse ano eleitoral. E mais que isso, as marcas também estão buscando soluções na comunicação para não terem sua reputação prejudicada por notícias falsas que se disseminam em velocidade acelerada.  

Mas por que isso pode ser positivo?

O (ainda atual) poder da imprensa

Trazer à tona a discussão e colocar o assunto em evidência e reafirma para o público a importância da grande imprensa e dos veículos especializados para a sociedade. O cenário mostra a relevância dos portais de notícias, jornais e revistas que deixam o leitor seguro de que as informações que estão lá são devidamente apuradas por um time de profissionais.

Os veículos de comunicação encontram aí um forte argumento e podem usá-lo para criar formas de mostrar que a imprensa sempre será importante pelo seu papel de levar conteúdo relevante, informativo e imparcial para a população. Existem meios complementares que informam, mas quem fará isso de uma forma profissional sempre serão os veículos de imprensa.  

Reproduzir qualquer tipo de conteúdo nas inúmeras plataformas que existem é muito fácil. O desafio é apurar, analisar, confrontar opiniões e ter todos os subsídios para realmente cumprir a missão de informar.

Nas redes sociais, por exemplo, muitas vezes temos a impressão de estar crescendo o interesse em um determinado assunto. Porém, precisamos ter meios complementares para comprovar isso porque se basear sem dados, sempre foi e sempre será “achismo”, já que nas suas redes estão pessoas do seu ciclo social e que possuem uma realidade de vida, em geral, parecida com a sua. Para se informar de verdade, é crucial buscar dados, conhecer todos os lados da história e não apenas crer na opinião de pessoas ao seu redor.

Em meio à transformação digital, todo o conteúdo produzido pelos principais meios de comunicação são multiplataformas e estão disponíveis em apenas alguns cliques. Portanto, o jornalismo precisa, além de manter sua função de informar, ter mais estratégias de negócios para vender a sua relevância e os produtos novos que nasceram durante a era do digital.

Esse processo se dá nas novas formas de mensurar o seu valor em números, o que permite aos tão valorizados resultados quantitativos, estarem ali bem diante das marcas e dos seus leitores. São necessários bons argumentos para expressar e reafirmar a importância das informações legítimas que levam a milhares de pessoas todos os dias. Não basta só informar bem, é preciso saber “marketear” toda a atividade para que ela sempre seja reconhecida.

Trata-se de uma área que passa por uma transição, a qual pode ser muito positiva para todos. Estamos nos reinventando e essa é uma provocação crucial para o surgimento de novas estratégias e inovações.  

O Big Data nasce em nós

A premissa de que o profissional de comunicação não sabe e não gosta de fazer contas cai por terra nesse novo contexto e precisamos cada vez mais exercitar nossa inteligência lógico-matemática para cruzar dados, mensurar resultados e realmente mostrar o cálculo do valor do nosso trabalho.

O cenário da transformação digital pede não só aos profissionais dessa área, mas sim de todas, que busquem conhecimentos em novas áreas, que tracem metas, que estejam conectados a todas as plataformas e que estejam sempre muito ligados em tudo a sua volta. É uma transformação que torna a vida digital, mas que não automatiza tudo ao nosso redor. Precisamos continuar correndo atrás de uma visão mais analítica sobre tudo: e isso é a união do intelecto humano e da tecnologia.

Isso nunca foi e nunca será um confronto, mas sim uma rica e transformadora parceria.

 

Arianna Ortolani

Partner and Head of PR na Sing Comunicação de Resultados Atua há mais de 10 anos na área de comunicação corporativa, atendendo principalmente clientes de tecnologia. Como gerente de atendimento na Sing, está à frente de clientes como Zoom, Match Group LatAm (dententor das marcas ParPerfeito, OurTime, Femme, SingleParentMeet, G Encontros e Divino Amor), Doctoralia, OneCoin e TCS.

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