Você sabe o que é economia compartilhada? Trata-se de uma tendência atual que permite a manutenção ou melhoria na qualidade de vida sem a necessidade de se adquirir mais coisas. Entre as principais novidades dessa tendência está o Carsharing Brasil.
Em nosso país, a maioria das pessoas nunca ouviu falar desse termo. No entanto, sua popularidade nos países mais desenvolvidos tem crescido exponencialmente.
No ano de 2015, cerca de 7 milhões de usuários adotaram esse modelo de negócios e presume-se que o número de indivíduos que se beneficiarão com o carsharing será acima de 36 milhões em 2025!
Entenda aqui essa nova tendência:
O que é Carsharing Brasil?
Carsharing é uma forma de compartilhamento de automóveis por meio da qual as pessoas alugam os carros por um período curto de tempo. Nesse modelo, o motorista e o proprietário podem negociar livremente data e hora da entrega e da devolução do veículo.
É importante não confundir esse ato com o sistema de aluguel de carros. O carsharing se diferencia das seguintes maneiras:
- é flexível: o tempo de compartilhamento pode ser em minutos, poucas horas ou alguns dias;
- reserva: retirada e entrega do veículo é própria;
- os veículos não precisam estar localizados em lugar específico, podendo ser pegos na residência do proprietário;
- flexibilidade na contratação: o aluguel pode incluir ou não gasolina no tanque etc.
Como funciona?
Esse modelo de negócios pode ocorrer entre empresas e pessoas. Porém, como há uma grande flexibilidade, as combinações entre essas partes geram várias categorias, cada uma com suas próprias peculiaridades e que atendem a diferentes necessidades. Confira, a seguir, uma explicação de cada uma delas:
B2B
Consiste no aluguel entre empresas. É bastante útil para companhias que necessitam de um veículo rápido ou várias frotas prontas e não desejam passar por toda a burocracia de um aluguel de veículos tradicional.
B2C
Aqui, uma organização é proprietária de diversos veículos e os coloca à disposição do cliente por meio de um aplicativo. O interessado acessa a plataforma, insere seus dados pessoais, seleciona um carro disponível e determina horário e data de retirada e entrega.
Normalmente, essas empresas propõem planos mensais com diferentes ofertas para seus usuários, permitindo que eles contratem o plano que melhor caiba em seus bolsos.
C2C
O modelo de cliente para cliente, ou peer to peer, como o nome indica, consiste no compartilhamento entre cidadãos comuns, sem o envolvimento de uma pessoa jurídica ou intermediário no contrato.
Também existem plataformas onde os proprietários podem cadastrar seus carros e preços para serem usados por outros, funcionando de forma similar ao modelo anterior. No software, os interessados escolhem o modelo do carro, data e horário de remoção e devolução.
Quais são os seus benefícios?
Além da flexibilidade na contratação, existem muitos outros benefícios, tanto para os indivíduos quanto para a sociedade de forma geral:
Menos preocupações
O interessado não tem as mesmas preocupações e responsabilidades que o proprietário do carro, como a contratação de seguros, a desvalorização do veículo, necessidade de realizar manutenções etc.
Eficiência
Se o indivíduo não precisa de um veículo em sua rotina diária, o uso do carsharing é viável, não sendo necessário comprar um carro próprio.
Além disso, o compartilhamento supre a necessidade de locomoção no caso de o interessado precisar de um veículo grande, pois há possibilidade de selecioná-los nos aplicativos de carsharing.
Menor tráfego e poluição do ambiente
Essa vantagem tem a ver com crescente preocupação das empresas em garantir um futuro sustentável: como o mesmo veículo será utilizado por várias pessoas, menos carros circularão nas ruas, minimizando congestionamento, acidentes e a emissão de poluentes.
No exterior, o carsharing já é um sucesso: a empresa car2go já declarou ter mais de 2.5 milhões de membros registrados nos países em que atua, enquanto a Zipcar já ultrapassou a marca de 1 milhão de utilizadores. No entanto, o cenário brasileiro ainda é bastante diferente dos demais países.
Qual é a realidade brasileira sobre o assunto?
Com o aumento da popularidade dos sistemas de transporte como o Uber (que possui mais de 20 milhões de usuários no Brasil), 99taxi e o Cabify, os cidadãos brasileiros estão evoluindo digitalmente e passando a conhecer melhor os aplicativos de transporte.
A primeira plataforma de carsharing brasileira foi a Zazcar, criada em 2010 em São Paulo. Atualmente, ela já possui mais de 100 pontos de retirada na cidade, mostrando que esse é um mercado em nascimento em nosso país.
Modelo utilizado para renda extra
No Brasil, o aplicativo que permite o modelo C2C de carsharing se chama moObie, uma startup que se encontra ativa desde 2017. Seu funcionamento é similar ao Airbnb: os usuários anunciam seus veículos para serem alugados por terceiros.
Com o crescente número de pessoas que não desejam adquirir veículos, é um excelente negócio para os indivíduos que possuem um carro e desejam obter uma renda extra.
Cases de sucesso
Além dos exemplos citados nos tópicos anteriores, são diversas as plataformas que estão buscando oportunidade nesse mercado. Entre elas está a VAMO, que compartilha automóveis completamente elétricos, ou seja, que não emitem gás carbônico, sendo uma boa escolha para quem deseja preservar o meio ambiente.
Outro case de sucesso é o Urbano LD Sharing, que traz o diferencial de permitir que o cliente devolva o veículo em um ponto diferente do de retirada, além de também oferecer carros elétricos.
No mundo corporativo, o destaque é a estrangeira Joycar, que disponibiliza uma frota de carros para os funcionários empresas e pode controlar e monitorar os veículos que os colaboradores estão usando.
Desafios enfrentados pelas empresas do setor
Infelizmente, nem toda organização obtém sucesso no ramo: a startup Pegcar, uma plataforma que permitia o aluguel entre pessoas físicas e tinha cerca de 30 mil usuários, fechou suas portas após um ano de funcionamento, por exemplo. A empresa não conseguia fechar novos contratos e ficou sem caixa para manter as atividades.
Uma das razões para que isso tenha ocorrido é que o segmento ainda está em estado embrionário, sendo poucas as pessoas que utilizam o serviço. É preciso, ainda, que haja mais popularização desse modelo de negócios entre os cidadãos brasileiros.
Projeções para o futuro
Apesar dos desafios, muitas companhias ainda se mantém bastante positivas sobre o crescimento do Carsharing Brasil. A Urbano, por exemplo, espera faturar até 8 milhões neste ano de 2018, com planos para expandir seus negócios em Brasília, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Enquanto isso, a Zazcar recebeu um aporte de 7.5 milhões no mês de janeiro de 2018.
O futuro é nebuloso e não há dados concisos. Porém, baseadas no sucesso do compartilhamento em todo o mundo, as empresas estão apostando cada vez mais nesse ramo, que tem demonstrado possuir grande potencial.
E então, que tal dividir seu carro?