Você já viu isso acontecer (e talvez até você já tenha passado por isso). A pessoa começa a se irritar facilmente com qualquer coisa, perde o interesse pelo trabalho e, apesar de se esforçar muito para atender às demandas, sua produtividade e desempenho no trabalho caem, assim como sua confiança em si mesmo.

Mais do que stress no trabalho, isso pode indicar algo até mais grave: a Síndrome de Burnout.

Segundo dados de estudos, 40% dos profissionais são submetidos a altos níveis de stress no trabalho, o que gera mais de 300 bilhões de reais em perdas nas empresas por ano.

Mas o que é essa tal síndrome de burnout, afinal? Qual sua relação com esgotamento profissional e estresse ocupacional? Como detectá-la em um vendedor estressado?

Continue a leitura e descubra tudo isso. 

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O que é síndrome de burnout?

Apesar da tradução literal de burnout, do inglês, pode ser interpretada como “queima total”, esse é um termo usado para indicar esgotamento físico e mental. Bem, existe um relação clara aí, afinal, esgotamento significa que algo se consumiu por inteiro, acabou.

Trata-se da motivação no trabalho que se esvaiu. A pessoa deixa de enxergar sentido nas tarefas que desempenha. E isso leva à irritabilidade e distanciamento dos colegas, entre outros sintomas que veremos mais adiante.

E, no caso específico de vendedores estressados acometidos da síndrome, pode até afetar o relacionamento com os clientes.

A expressão síndrome de burnout é um termo que vem da psicologia. Ele designa a exaustão prolongada e a falta de interesse no trabalho que têm se alastrado em diversas áreas profissionais.

E isso tem acontecido com uma frequência crescente, o que já se torna uma considerável preocupação na área de saúde. Tanto que a Organização Mundial da Saúde, OMS, já pretende incluir a síndrome de burnout entre os males listados em sua “Classificação Internacional de Doenças”.

Basicamente, a síndrome de burnout se caracteriza pelo esgotamento físico e mental quando esse é gerado, principalmente, pela atividade profissional e o ambiente de trabalho.

Assim, é importante entender sua diferença do estresse, que pode ser gerado por qualquer tipo de situação desgastante ou conjunto delas que afetam a vida de uma pessoa.

Podemos dizer que o stress no trabalho leva à síndrome de burnout e, portanto, existem sintomas comuns entre estresse e a síndrome, mas não são a mesma coisa.

Sintomas da síndrome de burnout: como identificá-los em um vendedor estressado?

A verdade é que a rotina de trabalho de todo mundo, seja na profissão que for, está cada vez mais corrida, cheia de atividades e responsabilidades. A cada dia, conquistar a felicidade no trabalho se torna um desafio um pouco mais difícil.

Assim, ser vítima de um certo cansaço, de desânimo e até irritabilidade acaba sendo comum. Mas como perceber se um vendedor está realmente com problemas mais sérios e já sendo acometido da síndrome de burnout?

Quais são os sinais de alerta aos quais temos de ficar atentos?  

Lembre-se que os sintomas de estresse também estão presentes na síndrome de burnout e, assim, costumam se manifestar no comportamento de um vendedor estressado.

Além disso, os sintomas de estresse são tanto físicos quanto psicológicos. Por isso, fique atento a sinais como estes:

  • Reclamar de dores no corpo e de dor de cabeça;
  • Manifestar cansaço verbalmente ou demonstrar isso pela postura;
  • Falta de vontade de fazer as coisas, desânimo para trabalhar;
  • Apatia, isto é, indiferença em relação ao que acontece à sua volta;
  • Pouco interesse nos assuntos que antes pareciam atraí-lo;
  • Irritabilidade: “pavio curto” e respostas grosseiras;
  • Falta de sono a noite e sonolência durante o dia;
  • Perda de apetite;
  • Tristeza em excesso, perceptível no ambiente de trabalho.

Esses são sintomas de estresse no vendedor, que pode ser gerado por qualquer motivo. Eles estão presentes na síndrome de burnout, mas alguns outros são mais agudos quando ela se manifesta, veja quais são eles:

  • Exaustão emocional: sem capacidade de reagir a qualquer impulso psicológico, sem forças para isso.
  • Distanciamento das relações e recolhimento: a pessoa não quer a companhia de ninguém, quer fazer tudo sozinho, não procura ajuda nem participa das atividades sociais da empresa.
  • Diminuição da realização no trabalho: o indivíduo não vê sentido no que faz, não reconhece que seus esforços trazem conquistas pessoais para ele, não se sente reconhecido no trabalho, nem se gratifica pessoalmente por suas realizações.
  • Intolerância: o vendedor não mostra a menor paciência para ouvir a opinião dos outros, é o dono da verdade e se comporta de maneira agressiva ao ser contrariado.

Como você viu, a síndrome de burnout é algo mais sério do que apenas um sinal de estresse no trabalho.

Mas como combater essa doença? O que fazer para evitá-la?

Antes disso, vamos entender como ela pode se instalar em uma pessoa. 

E, nesse contexto, é muito importante deixar claro que a síndrome de burnout não acontece por uma falha de comportamento ou da personalidade da pessoa, mas por um conjunto de fatores que envolvem, principalmente, o ambiente de trabalho.

Fatores que podem levar à síndrome de burnout

Imagine trabalhar com algo que parece já não fazer mais sentido. E todo dia realizar tarefas que se tornaram desinteressantes e desmotivadoras.

Assim, a síndrome de burnout simplesmente traz à tona certa incompatibilidade que se criou entre a pessoa e sua rotina de trabalho. 

Surge uma falta de sintonia que envolve 5 áreas importantes da atividade profissional:

  • Volume de trabalho, que parece excessivo;
  • Controle sobre que a pessoa pode ou não fazer, quando e como;
  • Reconhecimento de seu esforço, que aparenta não existir mais;
  • Equipe, que agora lhe parece indiferente e distante: não há mais um senso de pertencimento;
  • Valores dessa atividade que passam a não corresponder mais aos seu valores pessoais.

Dessa forma, não há como um indivíduo se empenhar no trabalho e levantar todos os dias disposto a encarar uma jornada de atividades totalmente sem propósito e distantes de suas crenças pessoais.

A autoconfiança, a resiliência e a dedicação desaparecem, dando lugar a um sentimento de vazio. 

É fundamental notar que a maneira como as empresas se organizam, jornadas trabalho e a forma como os líderes coordenam as equipes podem, muitas vezes, estar impedindo o colaborador de mostrar o melhor de si, o que acaba sendo extremamente frustrante.

Existem alguns gatilhos que podem levar à instalação da síndrome em um colaborador:

  • Acúmulo de tarefas;
  • Excesso de responsabilidades;
  • Pressão exercida pela quantidade de solicitações no trabalho. 

Assim, há 3 elementos que acabam se somando e trazendo os primeiros sintomas:

  • Esgotamento físico e mental;
  • Sensação de impotência;
  • Falta de expectativas.

Para combater isso, é preciso unir iniciativas tanto da empresa quanto dos colaboradores. O combate ao estresse envolve tanto a melhora da gestão e do ambiente de trabalho, como um esforço do colaborador buscando qualidade de vida.

Veja algumas medidas práticas de como conseguir isso.

Como combater a síndrome de burnout

Como você viu, um vendedor estressado pode acabar sendo acometido pela síndrome de burnout. E se isso se alastrar pela equipe, tanto a vida pessoal dos colaboradores como os resultados da empresa serão afetados.

Assim, é preciso quebrar esse ciclo vicioso em que o excesso de trabalho afeta o humor dos colaboradores, que se tornam menos produtivos por isso e, consequentemente, acumulam cada vez mais trabalho.

É preciso uma reestruturação no estilo de vida, buscando-se o equilíbrio das atividades profissionais com a vida pessoal.

Veja algumas maneiras práticas de fazer isso:

  • Prática de atividades físicas;
  • Exercícios de relaxamento e, se possível, meditação;
  • Dormir a quantidade de horas necessárias para repor suas energias;
  • Não esquecer da vida social;
  • Desligar-se do trabalho ao final do expediente e não levar preocupações para casa;
  • Passar mais tempo com a família e os amigos;
  • Se dedicar a hobbies e atividades que lhe dão prazer.

Evidentemente, a responsabilidade por isso não deve ficar exclusivamente sobre os ombros dos colaboradores. 

Academia no local de trabalho, ou convênios com alguma próxima da empresa, promover atividades de socialização, reconhecer talentos e oferecer orientação e apoio na condução de suas atividade são alguns pontos em que a empresa pode fazer sua parte.

Mas fica o alerta: o diagnóstico da síndrome de burnout deve ser realizado por um profissional da saúde e seu tratamento conduzido sob sua orientação.

De resto, as medidas citadas são preventivas e devem fazer parte da rotina organizacional de qualquer empresa que preze pelo bem-estar de seus colaboradores.

* Este artigo foi escrito por Júlio Paulillo, Co-founder e CMO do Agendor, a plataforma de aprimoramento em vendas para vendedores profissionais.

Júlio Paulillo

Co-founder & CMO na Agendor Júlio gosta de viver simples. Toca gaita pela manhã para começar bem o dia. Empreendedor desde cedo e apaixonado por negócios, tecnologia e vendas. Atualmente aplica seu background tecnológico nas áreas de marketing e vendas do Agendor, e acredita que todas as pessoas são vendedoras de alguma forma.

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