De acordo com informações divulgadas pelo Valor Econômico, o Brasil terá dificuldade de ingressar na indústria 4.0. Um levantamento feito pela Federação Internacional de Robótica (IFR) mostra que, em 2017, o país tinha um estoque de 12.373 robôs industriais, representando apenas 0,6% das máquinas de todo o mundo. Esse número deixa o Brasil no 18º lugar na lista de países mais automatizados.

Os robôs industriais são máquinas automáticas, reprogramáveis e com capacidade para a execução de mais de uma atividade. Apesar de terem surgido nos anos 1970, esses aparelhos permanecem sendo centrais para a quarta evolução industrial. Para a indústria 4.0, no entanto, a expectativa é de que esse maquinário seja aperfeiçoado com tecnologias como IoT, inteligência artificial e sistemas ciberfísicos.

Atualmente, estima-se que a quantidade de robôs no Brasil seja de cerca de 16 mil, mas o número é pequeno diante da força da economia brasileira. Além disso, mais da metade desses autômatos está concentrada na indústria automobilística, restando poucas máquinas para os demais setores.

Apesar de ter se mantido no 18º lugar, o resultado deixa o Brasil ainda mais distante das nações mais automatizadas. A lista é liderada pela China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e Alemanha, cada uma com, no mínimo 200 mil robôs industriais. Outro dado importante é que os brasileiros foram ultrapassados, inclusive, por países com economia semelhante, como o México, que registrou mais de 27 mil máquinas, assumindo a primeira colocação da América Latina.

Paulo Oliveira, diretor-presidente da Idados, explica que parte do resultado tem relação com a falta de cultura de automação na indústria brasileira. “A aplicação de robôs pressupõe mão de obra qualificada, com noção de gestão de processos e capacidade para operá-los, o que falta no Brasil.” Para o especialista, a busca por mais competitividade via automação no país também tem a ver com a pouca abertura da economia brasileira, com a sua estrutura oligopolizada e com a mão de obra barata, quando comparada com nações mais automatizadas.

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